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Notícia

Nelson Wilians, alvo de operação da PF, nega à CPI participação em fraude do INSS

Por Caio Spechoto | Folhapress

Nelson Wilians, alvo de operação da PF, nega à CPI participação em fraude do INSS
Foto: Reprodução/TV Justiça

O advogado Nelson Wilians, alvo de operação da Polícia Federal que investiga fraudes em descontos em benefícios previdenciários, negou em depoimento à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do INSS ter participado de qualquer irregularidade.
 

Willians repetiu essa resposta em vários momentos de seu depoimento, que ainda está sendo realizado, mesmo quando a pergunta era sobre outro assunto. No início da reunião ele não quis se comprometer a dizer a verdade no colegiado.
 

"Não tenho qualquer participação na chamada fraude do INSS. Nenhuma", declarou. Ele proferiu falas com esse teor inclusive quando questionado pelo relator, Alfredo Gaspar (União-AL), sobre doações para políticos, relação com o ex-ministro José Dirceu e com o Banco do Brasil.
 

Relatório da operação Sem Desconto, a primeira contra as fraudes do INSS, listou movimentações financeiras atípicas ligadas a Wilians que somariam R$ 4,6 bilhões. Também foi citada ligação entre ele e o empresário Maurício Camisotti, apontado como um dos participantes do esquema.
 

Ele afirmou ter proximidade com Camisotti. "Conheço desde 2015, apresentado por um amigo em comum. Uma pessoa de bem também, como eu, que estou aqui com vocês", declarou. "Minha relação com Maurício inicia profissional e terminou como amizade", disse.
 

O advogado também negou conhecer Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como "Careca do INSS", apontado como operador do esquema.
 

Wilians não mencionou diretamente, até o momento, o relatório que aponta os R$ 4,6 bilhões em transações, mas dedicou parte de suas considerações iniciais a mostrar a própria riqueza e dizer que ela foi conquistada honestamente.
 

"O escritório tem mais de 1.000 advogados, cerca de 3.000 pessoas na nossa operação, filiais em todas as capitais, a matriz em São Paulo, aproximadamente 20 mil clientes, pessoas jurídicas. Essa é a estrutura que este que está aqui na frente de vocês construiu", disse ele.
 

"No ápice do nosso escritório, quando nós advogávamos em juizado especial de pequenas causas em grande escala, chegamos a recolher R$ 2 milhões por dia de custas processuais", declarou.
 

A reunião da CPI foi interrompida durante a inquirição de Alfredo Gaspar para Wilians conversar com seus advogados. Na volta, ele anunciou que não responderia a mais perguntas.
 

"Os fatos são investigados também pelo Supremo Tribunal Federal e pela Polícia Federal e vou exercer o direito ao silêncio de agora em diante", disse Nelson Wilians.
 

Mais cedo, a CPI aprovou requerimentos para ouvir mais pessoas sobre o caso do INSS. Estão entre os convidados:
 

- Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal;
 

- Jorge Messias, ministro da Advocacia Geral da União;
 

- Vinícius Carvalho, ministro da Controladoria Geral da União;
 

- Bruno Bianco, ex-secretário de Previdência.
 

Há mais oitivas previstas para esta quinta-feira. Estão na pauta os depoimentos de Tânia Carvalho, mulher do Careca do INSS, e Rubens Oliveira Milton Salvador, ambos sócios do empresário. A mulher de Maurício Camisotti, Cecília Montalvão, decidiu não comparecer, amparada por decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Flávio Dino.