Presa por suposto envolvimento no assassinato de ex-delegado era procurada pela Justiça
Por Bruno Lucca | Folhapress
Dahesly Oliveira Pires, 25, presa nesta quinta (18) por suposto envolvimento no assassinato do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes, era procurada pela Justiça.
Ré por tráfico de drogas, ela foi denunciada em junho de 2023. Desde fevereiro deste ano, a investigada era intimada pela 4ª Vara Criminal de Osasco a apresentar resposta às acusações, mas não comparecia.
Dado seu sumiço, o Ministério Público investigou sem sucesso a localização de Dahesly. Depois, foi emitido um edital de citação -comunicação judicial afixada em local público ou publicada na imprensa para informar o réu sobre o processo e dar-lhe a oportunidade de apresentar sua defesa.
A suspeita não se apresentou. Então, em agosto, a Justiça determinou a suspensão do processo, bem como do prazo prescricional. Esse mecanismo é utilizado se o acusado não comparecer, nem constituir advogado, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva.
Também foi determinado que as autoridades seguissem tentando localizar Dahesly e acompanhassem suas movimentações financeiras.
Nesta madrugada, a mulher foi presa após depoimento no DHPP (Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa) sobre o homicídio de Ruy Ferraz.
Ela seria namorada de um dos investigados pelo crime, ocorrido em Praia Grande, e suspeita de ter transportado os fuzis utilizados no atentado.
Segundo a polícia, antes da morte do ex-delegado, Dahesly esteve no litoral e retornou para sua residência em Diadema, na região metropolitana de São Paulo, com um pacote suspeito.
Nesta madrugada, após prestar depoimento, a mulher foi levada ao IML (Instituto Médico Legal) para exame de corpo de delito e depois a uma delegacia no Cambuci, na região central de São Paulo. Sua prisão temporária foi autorizada pela Justiça.
A reportagem tenta localizar a defesa de Dahesly.
A Polícia Civil já cumpriu ao menos oito mandados de busca e apreensão em endereços da capital e da Grande São Paulo relacionados aos suspeitos.
O ex-delegado-geral foi assassinado em emboscada no fim da tarde desta segunda-feira (15). O carro do policial civil aposentado foi atingido por 29 tiros de fuzil no momento em que saía da prefeitura do balneário, onde trabalhava como secretário de Administração.
Imagens do ataque mostraram o momento em que ele tentou fugir e bateu em dois ônibus em uma avenida movimentada. Ao menos três homens encapuzados e com coletes a prova de balas desceram de um dos veículos usados no crime e o alvejaram. Ele morreu no local.