Uma carga de caf&eacute; avaliada em cerca de R$ 1,5 milh&atilde;o que tinha deixado Minas Gerais com destino a Avar&eacute; (SP) foi roubada na noite desta quinta-feira (3) por uma quadrilha e recuperada horas depois numa propriedade rural na regi&atilde;o de Franca (a 400 km de S&atilde;o Paulo). 
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O caminh&atilde;o que levava a carga de 30 toneladas de caf&eacute; tinha deixado Patroc&iacute;nio (MG) e foi interceptado por criminosos em movimento em Pedregulho (SP), na rodovia Candido Portinari &ndash;que liga Ribeir&atilde;o Preto a Rifaina, na divisa com Minas Gerais. 
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Furtos e roubos de caf&eacute; t&ecirc;m sido registrados com frequ&ecirc;ncia nas regi&otilde;es produtoras de Minas Gerais devido &agrave; alta cota&ccedil;&atilde;o da commodity, cuja saca de 60 quilos tem sido comercializada neste ano a mais de R$ 2.500. 
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Na a&ccedil;&atilde;o, conforme a pol&iacute;cia, os criminosos estavam num autom&oacute;vel e obrigaram o caminhoneiro a estacionar &agrave;s margens da rodovia, momento em que dois deles com armas em punho for&ccedil;aram a v&iacute;tima a dirigir at&eacute; Cristais Paulista, munic&iacute;pio vizinho. 
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No local, um outro autom&oacute;vel, com mais tr&ecirc;s criminosos, aguardava o grupo e o motorista que levava o caf&eacute; foi obrigado a entrar no carro, sendo levado at&eacute; uma lavoura de cana-de-a&ccedil;&uacute;car em Mococa, distante mais de 170 quil&ocirc;metros, onde foi libertado. 
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Ap&oacute;s ser comunicada do crime pela v&iacute;tima, a pol&iacute;cia conseguiu localizar a carga durante a madrugada desta sexta-feira (4) num s&iacute;tio entre Ribeir&atilde;o Corrente e Franca devido ao sistema de rastreamento existente no caminh&atilde;o. No local, um homem foi preso em flagrante com o carregamento roubado. 
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As investiga&ccedil;&otilde;es seguem em andamento, segundo a pol&iacute;cia, com o objetivo de identificar os demais participantes da a&ccedil;&atilde;o criminosa. 
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A atual cota&ccedil;&atilde;o do caf&eacute; tem provocado furtos e roubos nas lavouras cafeeiras do interior de Minas, maior produtor de caf&eacute; do mundo, como a Folha de S.Paulo mostrou no &uacute;ltimo dia 26. Caf&eacute; no p&eacute; tem sido furtado por criminosos e houve o registro inclusive de furtos de mudas de caf&eacute; rec&eacute;m-plantadas. 
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A avalia&ccedil;&atilde;o de cafeicultores ouvidos pela Folha foi a de que os ladr&otilde;es que atacam na zona rural t&ecirc;m preferido furtar ou roubar caf&eacute;, j&aacute; colhido ou n&atilde;o, pela facilidade de transportar em compara&ccedil;&atilde;o com o furto de fertilizantes ou m&aacute;quinas agr&iacute;colas. 
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Enquanto o caf&eacute; pode ser levado sem que caseiros ou produtores rurais vejam, furtar fertilizantes ou maquin&aacute;rios exige uma a&ccedil;&atilde;o maior, mais demorada e, at&eacute;, barulhenta, o que poderia resultar em troca de tiros. H&aacute; defensivos que custam, ainda segundo os cafeicultores, cerca de R$ 2.500 a tonelada, muito mais dif&iacute;cil de transportar que uma saca de 60 quilos de caf&eacute;, que custa o mesmo pre&ccedil;o atualmente. 
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Produtores, principalmente pequenos, do sul de Minas, mas tamb&eacute;m do Tri&acirc;ngulo Mineiro e da Zona da Mata, t&ecirc;m mostrado preocupa&ccedil;&atilde;o com a perda de parte da produ&ccedil;&atilde;o e a viol&ecirc;ncia no campo. Como a maioria integra a agricultura familiar, qualquer preju&iacute;zo no campo causa reflexos no or&ccedil;amento no decorrer do ano. 
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O pre&ccedil;o da saca estava cotado, nesta sexta, a R$ 2.508,41, de acordo com indicador do Cepea (Centro de Estudos Avan&ccedil;ados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. A saca iniciou 2025 custando R$ 2.241, enquanto um ano antes valia R$ 1.003, em valores nominais.

Monica dos Santos, ex-moradora de Bento Rodrigues, Minas Gerais, divide a pr&oacute;pria vida entre antes e depois da trag&eacute;dia de Mariana. 
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&quot;A Monica at&eacute; 5 de novembro de 2015 era uma. Hoje, &eacute; a Monica na qual as empresas transformaram,&quot; disse &agrave; Folha. &quot;Perdi tudo. Casa, roupas, projetos de vida, sonhos.&quot; 
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Ap&oacute;s o rompimento da barragem do Fund&atilde;o, Monica se formou em direito para entender o caso e representar afetados em negocia&ccedil;&otilde;es com as empresas envolvidas. A advogada veio a Londres acompanhar a reta final de uma a&ccedil;&atilde;o civil em curso na Justi&ccedil;a da Inglaterra. O julgamento terminou nesta quinta-feira (13). 
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O desastre de Mariana ocorreu com o rompimento de uma barragem de rejeitos da minera&ccedil;&atilde;o de min&eacute;rio de ferro operada pela empresa Samarco, pertencente &agrave;s multinacionais BHP, de origem anglo-australiana, e da brasileira Vale. Provocou a morte de 19 pessoas e espalhou lama t&oacute;xica por quase 700 km, de Minas Gerais at&eacute; o oceano Atl&acirc;ntico. 
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A a&ccedil;&atilde;o inglesa busca responsabilizar a BHP, usando como base o direito ambiental brasileiro. A corte ouviu testemunhas e especialistas em direito civil, cociet&aacute;rio e ambiental e quest&otilde;es geot&eacute;cnicas. O caso tramita na Inglaterra porque a BHP era listada no pa&iacute;s quando o rompimento ocorreu. 
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O processo re&uacute;ne cerca de 641 mil v&iacute;timas &ndash;sendo 21 mil membros de comunidades tradicionais quilombolas e ind&iacute;genas&ndash; e 31 munic&iacute;pios. Os pedidos de indeniza&ccedil;&atilde;o se aproximam dos 36 bilh&otilde;es de libras (R$ 270 bilh&otilde;es em valores de hoje). 
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Outros 15 munic&iacute;pios deixaram a a&ccedil;&atilde;o inglesa por terem aceitado o acordo brasileiro de repactua&ccedil;&atilde;o assinado em outubro no valor de R$ 170 bilh&otilde;es, envolvendo empresas, Uni&atilde;o, estados de Minas Gerais e Esp&iacute;rito Santo e comunidades atingidas. 
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Do valor pago por Samarco, Vale e BHP Billiton, foram oferecidos aos munic&iacute;pios R$ 6,1 bilh&otilde;es ao longo de 20 anos, nove vezes menos do que na a&ccedil;&atilde;o inglesa. Vinte e seis dos 49 munic&iacute;pios eleg&iacute;veis aderiram, e mais de 70 mil pessoas se cadastraram em um programa indenizat&oacute;rio definitivo que prev&ecirc; R$ 35 mil para cada. 
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O prefeito de Mariana, Juliano Duarte, rejeitou o acordo brasileiro. 
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&quot;N&atilde;o fomos ouvidos. N&atilde;o tem que se falar em assinar um acordo em que n&atilde;o tivemos participa&ccedil;&atilde;o direta, com valores totalmente insuficientes para a realidade dos nossos munic&iacute;pios,&quot; disse &agrave; Folha. 
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&quot;Somente 4% ficaram para 49 munic&iacute;pios diretamente atingidos. Ap&oacute;s o rompimento, Mariana teve grande queda de receita. A minera&ccedil;&atilde;o parou e levou o poder p&uacute;blico a cancelar investimentos, programas, projetos, obras. Queremos valores que mudem a realidade de Mariana para que a cidade n&atilde;o seja 100% dependente da minera&ccedil;&atilde;o como &eacute; hoje.&quot; 
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A senten&ccedil;a &eacute; aguardada no meio do ano. Se a BHP for culpada, o pr&oacute;ximo passo, em outubro de 2026, &eacute; determinar quem tem direito &agrave; indeniza&ccedil;&atilde;o e aos valores. 
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&quot;Acho que o julgamento n&atilde;o poderia ter sido melhor para as v&iacute;timas que representamos,&quot; disse &agrave; Folha Tom Goodhead, CEO do escrit&oacute;rio que representa os atingidos. 
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&quot;A BHP come&ccedil;ou o julgamento dizendo que n&atilde;o tinha nada a ver com a opera&ccedil;&atilde;o da Samarco. Todas as evid&ecirc;ncias mostraram o n&iacute;vel extraordin&aacute;rio de envolvimento que BHP e Vale tinham nas opera&ccedil;&otilde;es, tomada de decis&otilde;es, maximiza&ccedil;&atilde;o do lucro, avisos sobre seguran&ccedil;a.&quot; 
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&quot;Dinheiro &eacute; importante para as pessoas, mas eles [empresas] o usam como arma. A realidade de quem vive em regi&otilde;es rurais de Minas Gerais e Esp&iacute;rito Santo &eacute; tal que, para pescadores, vendedores informais, ser oferecido a eles uma pequena quantia hoje com a condi&ccedil;&atilde;o de que abram m&atilde;o de seus direitos, &eacute; algo que s&atilde;o for&ccedil;ados a aceitar. Sei de prefeitos que assinaram o acordo de repactua&ccedil;&atilde;o n&atilde;o porque achassem bom neg&oacute;cio, sabiam que era terr&iacute;vel, mas tinham que pagar sal&aacute;rios. Essas empresas se aproveitaram do desespero das v&iacute;timas e seguem fazendo isso. Acho moralmente repreens&iacute;vel,&quot; disse Goodhead. 
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Fernanda Lavarello, diretora de assuntos corporativos da BHP Brasil, diz que o foco da empresa &eacute; o acordo brasileiro. 
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&quot;O que importa para a gente &eacute; o que est&aacute; sendo feito no Brasil. Foi uma trag&eacute;dia o que aconteceu, impactou a vida de muitas pessoas, a gente est&aacute; bastante comprometido com a repara&ccedil;&atilde;o no Brasil. Nos &uacute;ltimos nove anos, indenizamos 432 mil pessoas, reconstru&iacute;mos casas, estamos trabalhando na repara&ccedil;&atilde;o ambiental, escolas, infraestrutura,&quot; disse Lavarello &agrave; Folha. 
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&quot;A barragem era operada pela Samarco, uma joint venture independente e aut&ocirc;noma. Apresentamos evid&ecirc;ncias de que n&atilde;o fomos informados de nenhum risco nem participamos de nada que tenha causado diretamente o rompimento,&quot; completou. 
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Na esfera criminal, a Justi&ccedil;a Federal absolveu em novembro passado Samarco, BHP Billiton e Vale, diretores, gerentes e t&eacute;cnicos, por &quot;aus&ecirc;ncia de provas suficientes para estabelecer a responsabilidade criminal&quot; dos r&eacute;us. Monica entrou com um pedido de apela&ccedil;&atilde;o contra a decis&atilde;o. 
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&quot;O que eu consigo perceber nesses quase dez anos &eacute; que, para essas empresas, matar compensa,&quot; disse. 
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&quot;Por que? No Brasil, elas ditam as regras, falam quem s&atilde;o os atingidos, valor que vai ser pago, quando e se vai ser pago. Tendo a responsabiliza&ccedil;&atilde;o aqui (em Londres), talvez a gente consiga mudar a decis&atilde;o que inocentou os r&eacute;us. A justi&ccedil;a, de fato, vai ser feita quando eu conseguir ver algu&eacute;m atr&aacute;s das grades. S&oacute; assim, a gente vai mudar as coisas.&quot; 
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A Pol&iacute;cia Civil diz que a carga transportada pela carreta envolvida no acidente com um &ocirc;nibus com ao menos 41 pessoas mortas na BR-116 em Te&oacute;filo Otoni (MG) estava acima do peso. 
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A principal hip&oacute;tese &eacute; de que a trag&eacute;dia tenha sido causada pela queda de um bloco de granito da carreta. &quot;Em um trecho da rodovia de declive, onde h&aacute; uma curva, uma grande pedra de granito teria se desprendido da composi&ccedil;&atilde;o traseira [da carreta], atingindo em cheio o &ocirc;nibus&quot;, disse o delegado Saulo Castro, porta-voz da Pol&iacute;cia Civil mineira, em entrevista coletiva concedida nesta manh&atilde;. 
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Em an&aacute;lise da nota fiscal da carreta, a Pol&iacute;cia Civil constatou que houve excesso de carga. &quot;A&iacute; j&aacute; haveria um indicativo de responsabilidade por parte do condutor da carreta&quot;, disse o delegado. O motorista do ve&iacute;culo fugiu do local ap&oacute;s o acidente e &eacute; considerado foragido. Ele teve a carteira cassada em 2022 por ter se recusado a fazer o teste do baf&ocirc;metro e n&atilde;o poderia dirigir. 
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Ve&iacute;culos envolvidos no acidente trafegavam em sentidos opostos. Segundo a Pol&iacute;cia Civil, o &ocirc;nibus se deslocava de S&atilde;o Paulo para a Bahia. J&aacute; a carreta estava no sentido oposto, em dire&ccedil;&atilde;o &agrave; capital Belo Horizonte. A carreta iria transportar o granito que caiu na rodovia do Cear&aacute; at&eacute; o Esp&iacute;rito Santo, ainda de acordo com a investiga&ccedil;&atilde;o. 
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Ocupantes do ve&iacute;culo de passeio tamb&eacute;m envolvido no acidente foram ouvidos pela Pol&iacute;cia Civil. Esse ve&iacute;culo estava atr&aacute;s do &ocirc;nibus e colidiu na traseira do coletivo. Os ocupantes sobreviveram &agrave; colis&atilde;o. Todas as v&iacute;timas fatais do acidente estavam no &ocirc;nibus, segundo a Pol&iacute;cia Civil. 
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Notícia

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