Modo debug ativado. Para desativar, remova o parâmetro nvgoDebug da URL.

Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias

Notícia

Governo cria grupo para conter problemas de saúde mental com 'bets'

Por Folhapress

Governo cria grupo para conter problemas de saúde mental com 'bets'
Foto: Bruno Peres / EBC

O Governo Federal anunciou a criação de um "grupo de trabalho interministerial com foco na saúde mental e na prevenção e redução dos impactos dos jogos na população". A medida foi publicada no Diário Oficial da União nesta segunda-feira (9), por meio de portaria reúne os ministérios do Esporte, da Saúde, da Fazenda e da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.
 

De acordo com o governo, o objetivo principal é "planejar e implementar ações para prevenir, reduzir danos e oferecer assistência a pessoas em situação de vulnerabilidade ou que apresentem comportamentos que caracterizem o vício em jogos". O grupo será responsável pela elaboração do Plano de Ação de Saúde Mental e Prevenção do Jogo Problemático.

 

LEIA TAMBÉM:

 

Esse plano listará políticas públicas, medidas educativas e ações de conscientização. Está entre as atribuições do grupo "propor estratégias regulatórias e administrativas", "articular ações com entidades públicas e privadas", "elaborar diretrizes de assistência à saúde mental e prevenção aos problemas associados às apostas" e "monitorar e identificar perfis de risco entre os apostadores".
 

O ministro do Esporte, André Fufuca, destacou a importância da medida. "Ela reflete o compromisso do governo com a proteção das pessoas mais vulneráveis e a construção de um ambiente de jogo responsável e seguro. Com foco no bem-estar coletivo e na redução dos danos causados àqueles que podem vir a se viciar em jogos", declarou.
 

Segundo Giovanni Rocco, secretário nacional de Apostas Esportivas e de Desenvolvimento Econômico do Esporte, "a grande preocupação é preservar a integridade das famílias, proteger as crianças e adolescentes e conscientizar as pessoas de que as apostas esportivas são uma forma de recreação, mas que são um lazer perigoso, pois envolvem o risco de perder dinheiro".
 

A Folha mostrou no mês passado que cresceu em sete vezes o número de pessoas que foram atendidas por dependência em apostas na rede pública desde 2020, segundo dados do SUS (Sistema Único de Saúde) de ambulatórios de todo o país. O aumento entre mulheres é superior ao identificado entre homens.
 

Até julho de 2024, foram registrados 464 atendimentos, dos quais elas representaram 256, e eles, 208. No ano anterior foram 153 atendimentos de mulheres, e 164 de homens. Já em 2020 foram atendidas 24 mulheres e 35 homens. Profissionais da área enfrentam dificuldades, especialmente em centros especializados, devido à falta de recursos e infraestrutura adequados.
 

O levantamento foi feito por meio de dados de aproximadamente 540 mil ambulatórios a partir da base do DataSUS e incluiu dois CIDs (códigos para classificação de doenças): o que considera o vício a própria patologia e o que coloca o vício em apostas como algo secundário, derivado de outro problema, como depressão, por exemplo. A pandemia pode ter represado notificações, mas, mesmo assim, o padrão segue tendência de alta. Dos registros, 95% são considerados casos patológicos.
 

Houve críticas por parte de profissionais especializados em saúde mental à regulamentação do setor das apostas justamente no trecho referente ao "jogo responsável", com regras que dependem sobretudo de ações individuais. A legislação entrará em vigor em janeiro.
 

O Ministério da Fazenda apontou que as "bets", como são chamadas as empresas de apostas, são obrigadas a ofertar meios de autocontrole aos apostadores. E que o cumprimento das obrigações será monitorado de forma contínua pela Secretaria de Prêmios e Apostas por meio do Sigap (Sistema de Gestão de Apostas).
 

Agora, o governo anuncia a criação de um grupo interministerial.