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Da Placebo à Ragnarok: Fiscalizar a execução de recursos públicos é essencial na pandemia

Por Fernando Duarte

Da Placebo à Ragnarok: Fiscalizar a execução de recursos públicos é essencial na pandemia
Foto: Divulgação/ Polícia Civil DF

Em meio à pandemia do novo coronavírus, a aquisição de insumos e equipamentos médicos é algo imprescindível para lidar com a crise já vigente. No entanto, é possível identificar espertalhões que aproveitam a flexibilidade de termos da legislação para tentar levar vantagem. Daí a importância de operações como a deflagrada pela Polícia Federal, no Rio de Janeiro, ou a desta segunda-feira (1º), em território baiano. É preciso impedir que aproveitadores utilizem o caos social para lucrar com o drama do Estado.

 

A Operação Placebo, que teve como foco o governo do Rio de Janeiro, acabou acendendo o alerta para todas as operações de compra de equipamentos e insumos. Há a “promessa”, inclusive, de que outros governos brasileiros receberiam a visita inconveniente da PF para apurar eventuais desvios de recursos públicos. Não parece ser o caso da Bahia. Aqui, a Polícia Civil antecipou qualquer tentativa de constranger um governo adversário ao Palácio do Planalto, ao promover a Operação Ragnarok.

 

Aproveito para fazer um parêntese sobre os alvos dessa ação coordenada pela Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA). Há cerca de uma semana, a empresa BioGeoenergy procurou o Bahia Notícias para reclamar que não tinha representação comercial na Bahia, como uma nota reproduzida alguns dias antes dava a entender. Era uma tentativa de lavar as mãos sobre a Hempcare, que intermediou aquisições de respiradores na China, não entregues e sem nenhuma perspectiva de entrega. A representante da Hempcare, no entanto, negou a negativa e ficou de apresentar os documentos ao site. Não o fez e não deve fazê-lo.

 

Já a BioGeoenergy sugeriu a existência de intermediários querendo lucrar até R$ 40 mil em cima de cada respirador, que seriam vendidos pela empresa com preço máximo de R$ 100 mil. Os governos e prefeituras desembolsariam R$  140 mil por cada aparelho. O repórter Matheus Caldas foi quem tentou contato com o CEO da empresa. Não houve retorno, porém a história toda levantava muitas suspeitas.

 

Eis que, ao lidarmos com a Ragnarok, caiu a ficha de que as conversas da última semana – inclusive a publicação de um procedimento administrativo no Diário Oficial da última sexta (29) – pareceram uma espécie de prévia do que estava por vir. A imprensa e a população tiveram um papel importante ao insistir para que o governo da Bahia encontrasse os R$ 49 milhões investidos na compra de equipamentos na China. Em um momento, todos os envolvidos pareceram ludibriados pelos supostos golpistas. Parece que acordamos a tempo.

 

Como o próprio nome da operação faz referência, a pandemia é um momento de reinvenção do que acreditamos como humanidade. Para ver se a partir do resultado dessa crise haverá um mundo melhor, tal qual o Ragnarok nórdico...

 

Este texto integra o comentário desta terça-feira (2) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para as rádios A Tarde FM, Irecê Líder FM, Clube FM, RB FM, Alternativa FM Nazaré e Candeias FM. O comentário pode ser acompanhado também nas principais plataformas de streaming: Spotify, Deezer, Apple Podcasts, Google Podcasts e TuneIn.

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