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Aposta em 'restrição flexível' permite a Salvador adiar pico da Covid com equilíbrio

Por Fernando Duarte

Aposta em 'restrição flexível' permite a Salvador adiar pico da Covid com equilíbrio
Foto: Bahia Notícias

Salvador vai seguir com medidas restritivas, com o endurecimento das ações para combater a disseminação do novo coronavírus em algumas localidades, mas a cidade ainda mantém certo nível de flexibilidade. Nos bairros em que os números caem, as medidas afrouxam. E esses momentos de abertura e fechamento, até aqui, parecem a melhor maneira de tentar conter uma contaminação massiva e irrestrita da população.

 

O controle da doença continua sendo o grande desafio dos gestores em todo o mundo. Porém a lição de casa parece ter sido feita em Salvador e na Bahia, tendo em vista o crescimento relativamente baixo da curva da Covid-19. Por mais que haja subnotificação, os dados disponíveis sugerem que as ações adotadas pelo governador Rui Costa e pelo prefeito ACM Neto têm surtido efeito. Especialistas sugerem que o hoje é, na verdade, um retrato das medidas adotadas há 15 dias, o que permite inferir que a extensão das medidas restritivas até 1º de junho vai prolongar um pouco a chegada ao ápice da doença. Ainda assim, os números, como o prefeito fez questão de frisar, são alarmantes.

 

A previsão para o início de junho caiu de 900 mortos na capital baiana para menos de 600. Se não fossem tantas mortes, seria motivo para comemoração. No entanto, são muitas vidas a serem perdidas em meio à pandemia. O tão falado colapso do sistema de saúde, público e privado, está cada vez mais próximo e essas restrições iniciadas em março permitiram que os leitos SUS fossem ampliados expressivamente para o suporte avançado dos doentes. Esses investimentos, infelizmente, não serão suficientes para salvar a vida de todos os futuros contaminados.

 

A liberação do modelo drive-thru para shoppings centers é uma sinalização de que, aos poucos, a sociedade vai encontrar o meio-termo ideal para conviver com o novo coronavírus enquanto não são sintetizados um remédio ou uma vacina. Caso ambos demorem a ser amplamente distribuídos - e o Brasil optou por ficar fora de alguns tratados que poderiam dar prioridade ao país -, a adoção de medidas restritivas, seguidas de aberturas temporárias, será o caminho mais próximo da realidade dos próximos meses e anos.

 

É difícil aceitar isso? Sim. Talvez por isso a vida na realidade paralela que defende o fim do isolamento amplo e irrestrito contamine tantas pessoas. Todavia, a realidade é dura e uma hora ela vai arrombar a porta. E esse lado B da vida vai deixar de ser uma fantasia.

 

Este texto integra o comentário desta terça-feira (19) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para as rádios A Tarde FM, Irecê Líder FM, Clube FM, RB FM, Alternativa FM Nazaré e Candeias FM. O comentário pode ser acompanhado também nas principais plataformas de streaming: Spotify, Deezer, Apple Podcasts, Google Podcasts e TuneIn.

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