Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias

Notícia

No meio da pandemia, Assembleia precisou rever regras do jogo

Por Fernando Duarte

No meio da pandemia, Assembleia precisou rever regras do jogo
Foto: Jefferson Peixoto/ Ag. Haack/ Bahia Notícias

A pandemia do novo coronavírus trouxe uma consequência indireta aos trabalhos da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA). Depois do sobrestar a pauta, duas matérias que não possuem qualquer relação com a crise da Covid-19 precisariam ser votadas antes que textos sensíveis à crise sanitária fossem colocados em apreciação. Por isso, sob protestos da oposição, coube à liderança do governo questionar se esses textos poderiam ser votados, já que o ato normativo da própria Assembleia restringia o funcionamento do plenário virtual.

 

Ou seja, a Covid-19 desacelerou a velocidade com que o governo consegue aprovar textos na Casa, principalmente quando os assuntos fogem do tema que deveria dominar a pauta do legislativo estadual. Pelo menos é a expectativa que se cria a partir do momento em que a AL-BA, em tese, restringe as votações à distância à temática do coronavírus. Esse foi um dos calos que levou os oposicionistas a atrasarem a votação do texto sobre o abono permanência e a regulamentação do fundo da Procuradoria-Geral do Estado. Cabe ao governo recuar ou não.

 

O governador Rui Costa nunca pareceu muito preocupado com a repercussão negativa das matérias encaminhadas pelo Executivo. Tanto que, em janeiro, convocou a Assembleia extraordinariamente para votar a reforma da Previdência, cuja votação aconteceu no dia 31 de janeiro em uma polêmica sessão, com direito a um suposto servidor com arma em punho ameaçando um deputado. Para usar uma expressão bem popular nas redes sociais, os parlamentares que lutem para evitar uma reação contrária.

 

A Bahia não pode parar. O legislativo também. No entanto, alguns textos, que deveriam ser debatidos com a participação de interessados – a exemplo dos textos que atualmente sobrestam a pauta, que impactam diversos servidores – podem ser votados a toque de caixa sem, necessariamente, atender ao interesse público. Afinal, nem tudo que interessa ao Executivo é, precisamente, exclusivamente interesse público. E o controle social funciona exatamente para isso.

 

A oposição causou um constrangimento importante nesse sentido. Ao pedir que haja a votação nominal, quis que a base aliada do governo assumisse a responsabilidade em público da apreciação expressa de conteúdos apenas para limpar a pauta da Assembleia. Já a liderança da maioria recorreu a um expediente para ampliar a lista de projetos que podem ser votados durante a pandemia. Independente disso, o trator do governo foi obrigado a tirar o pé do acelerador.

 

Este texto integra o comentário desta terça-feira (12) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para as rádios A Tarde FM, Irecê Líder FM, Clube FM, RB FM, Valença FM, Alternativa FM Nazaré e Candeias FM. Ouça também nas principais plataformas de streaming de áudio ou acompanhe aqui:

Compartilhar