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Debate sobre mensalidades em universidades públicas chega à eleição da BA - e vai embora

Por Fernando Duarte

Debate sobre mensalidades em universidades públicas chega à eleição da BA - e vai embora
Foto: Billy Boss/Câmara dos Deputados

ACM Neto tem fugido da nacionalização do debate eleitoral como o diabo foge da cruz. Porém, por mais que ele se esforce, alguns temas vêm do plano federal e reverberam facilmente. Um exemplo disso foi o debate sobre a cobrança de mensalidades em universidades públicas, no âmbito da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados. A matéria, polêmica desde o nascimento, não foi debatida por Jair Bolsonaro ou por Luiz Inácio Lula da Silva, mas respingou na corrida eleitoral da Bahia. Complicado?

 

Originalmente, a PEC foi apresentada pelo deputado federal Coronel Peternelli, bolsonarista egresso do PSL e que permaneceu no União Brasil. O texto é relatado pelo correligionário Kim Kataguiri, um bolsonarista enrustido. E foi pautado na CCJ pelo baiano Arthur Maia - que nunca se declarou efetivamente bolsonarista, mas sempre incorporou o antipetismo e votou com o governo Bolsonaro ao longo do mandato. Ou seja, o assunto voltou a ser discutido basicamente por ação de representantes do União Brasil, partido de ACM Neto.

 

Foi assim que esse tema motivou acusações de que o ex-prefeito de Salvador é favorável à cobrança de mensalidades em universidades públicas, ainda que o próprio ACM Neto não tenha se manifestado recentemente sobre o tema. É uma questão sensível e em que cabem reflexões diversas. Desde as formas de financiamento ao Ensino Superior público à manutenção dos privilégios da elite econômica brasileira, que banca os filhos em colégios particulares até o Ensino Médio e ocupa vagas nas melhores universidades públicas sem custo adicional para tanto. No entanto, em uma campanha eleitoral, uma discussão como a proposta por Peternelli será sempre rasa, querendo ou não.

 

Ainda nessa superfície, o adversário de ACM Neto, Jerônimo Rodrigues, resolveu se manifestar sobre o assunto. Como ex-secretário estadual de Educação - e professor de uma universidade estadual -, Jerônimo foi incisivo ao falar ser contra a cobrança de mensalidades. E, tal qual o próprio partido, tentou jogar no colo do ex-prefeito a conta da ação dos membros do União Brasil para liberar essa cobrança. Só que Jerônimo esqueceu de combinar o discurso com o próprio padrinho político e, por mais que negue, o tiro saiu pela culatra: em 2019, o governador Rui Costa foi quem defendeu a rediscussão do financiamento das universidades públicas incluindo a possibilidade de cobrança de mensalidade.

 

Assim, um tema nacional chegou à eleição local, mas deve morrer na mesma velocidade com que apareceu. ACM Neto não vai tratar do assunto, pois não é algo que lhe caiba estrategicamente. Jerônimo, se tratar, vai continuar expondo as contradições dentro do próprio grupo político. E assim, o esforço do ex-prefeito para não nacionalizar o debate vai seguir surtindo efeito. Falta ou sobra estratégia?

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