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Marca Bahia Notícias

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Será que a Fiol vai realmente deixar de ser um sonho?

Por Fernando Duarte

Será que a Fiol vai realmente deixar de ser um sonho?
Foto: Elói Corrêa/GOVBA

A possibilidade de conclusão do trecho entre Caetité e Ilhéus da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) não deixa de ser um fio de esperança em meio a tantas notícias ruins. A linha férrea lançada em 2010 e com atraso de alguns anos na finalização é uma janela de oportunidade de desenvolvimento para uma região da Bahia deixada à própria sorte. Serão R$ 3,3 bilhões de investimentos esperados, algo a servir como força-motriz para as cidades entrecortadas pela ferrovia. Se confirmada a expectativa, pode ser a reparação de um erro histórico, criando um novo corredor de logística no país.

 

Ainda que a Fiol seja uma opção viável para escoar minérios e grãos para exportação, a limitação do uso dos trilhos para cargas é uma das críticas a ser feita. O Brasil optou no passado por dar preferência a rodovias e tal opção continua sendo a principal preferência de gestores públicos. Quando a ferrovia ligando o Tocantins à Bahia foi pensada, era uma estratégia para criar uma malha ferroviária integrada, cortando o interior do país e ligando ao litoral. Funciona bem. Só não prevê o transporte de pessoas, o que poderia melhorar as conexões entre polos urbanos. Escolhas, não é mesmo?

 

Para além da ferrovia, todavia, é preciso também avançar na conclusão do Porto Sul, uma obra tocada pelo governo federal, mas cuja paternidade tem tentado ser sequestrada pelo governo da Bahia. É uma boa disputa, já que pode finalmente viabilizar toda a infraestrutura necessária para exportar commodities. Mesmo com toda a boa vontade, essa coalizão em torno da Fiol e do Porto Sul expõe uma política estatal de consolidar o país como produtor quase que exclusivo de itens sem tanto valor agregado. Enfim, não é um debate para o momento.

 

Depois de tantas idas e vindas, qualquer sinalização de avanço nas obras é uma boa notícia. O trecho leiloado para a Bahia Mineração, uma das principais interessadas no escoamento dos minérios da região de Caetité, tinha 80% das execuções concluídas, restando os 20% sem finalização por incompetência, falta de capacidade gerencial e até mesmo falta de recursos disponíveis para o investimento. É praticamente ser engenheiro de obra pronta, mas sempre é interessante olhar sob a ótica do copo meio cheio.

 

Até 2025, quando se espera que esse trecho entre em operação, há a perspectiva de criação de 55 mil empregos diretos e indiretos. Somados a outros investimentos de grande monta em infraestrutura, como o próprio Porto Sul e a ponte Salvador x Itaparica, esse grande canteiro de obras esperado pode transformar a Bahia nas próximas décadas. É a torcida de qualquer baiano que entende um pouco os desafios enfrentados por essa terra.

 

Este texto integra o comentário desta sexta-feira (9) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para a rádio A Tarde FM. O comentário pode ser acompanhado também nas principais plataformas de streaming: Spotify, Deezer, Apple Podcasts, Google Podcasts e TuneIn.

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