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Marca Bahia Notícias

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A vacina deveria ser a arma prioritária, taokey?

Por Fernando Duarte

A vacina deveria ser a arma prioritária, taokey?
Foto: Bruno Concha/ Secom-PMS

Qualquer prioridade que não seja a vacinação em massa contra a Covid-19 não deveria encontrar espaço na agenda do governo federal. No entanto, lidamos diariamente com cortinas de fumaça que desviam o foco daquele que é o principal desafio de uma geração: imunizar rapidamente a população para evitar que a pandemia do novo coronavírus perdure por mais tempo. É flexibilização das leis para armar a população, é spray experimental contra Covid-19, é tudo e qualquer coisa diferente do que deveria estar no centro das atenções.

 

Há algum tempo autoridades sanitárias sérias têm alertado para os riscos da campanha de vacinação a conta-gotas mal coordenada pelo Ministério da Saúde. Agora, com o plano já iniciado, cidades como Salvador e Rio de Janeiro são obrigadas a diminuir o ritmo ou suspender a aplicação de novas doses porque a inoperância do sistema provocou o desabastecimento. E nem todo mundo consegue enxergar o que está à frente do próprio nariz.

 

É macabro admitir, porém percebemos que há a morbidez de minimizar os mortos pela Covid-19. São mais de 240 mil mortes confirmadas e uma média em crescimento ao longo dos últimos dias. Enquanto isso, a prioridade gira em torno de temas pouco relevantes para a crise sanitária que vivenciamos. Até quando nós, cidadãos, vamos assistir inertes a essa falta de empenho por um insumo básico para o fim da pandemia como a vacina?

 

No entanto, numa sociedade marcada pela hipocrisia, vemos com frequência o “jeitinho brasileiro” justificando prioridades inconcebíveis em meio à vacinação. Isso vai das médicas nomeadas em Manaus ao prefeito do interior da Bahia que achou por bem se vacinar para ser exemplo. Para quem? Por quê? Ainda faltam alguns milhões de brasileiros dos grupos de risco que não tiveram acesso à vacina. E não temos doses suficientes e nem perspectiva de ter acesso a elas em um curto espaço de tempo. Não adianta fingir que estamos voltando ao normal. Não estamos e não temos como manter um mínimo de otimismo enquanto seguirmos relativizando tudo.

 

Os números de casos ativos seguem crescendo. O número de óbitos, infelizmente, também. Temos o risco de uma variante com maior potencial de disseminação circulando sem qualquer controle no país. Mas ainda assim há quem defenda que liberar armas para a população é essencial para que a autodefesa aumente o número de mortes por armas de fogo no Brasil.

 

Sabe aquele cântico dos estádios de futebol, do “sou brasileiro, com muito orgulho e com muito amor”? Só muito amor para continuar pensando assim, já que orgulho está bem difícil de arrumar. Quem quiser discutir outro tema, fique a vontade. Eu quero a vacina. Taokey?

 

Este texto integra o comentário desta terça-feira (16) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para a rádio A Tarde FM. O comentário pode ser acompanhado também nas principais plataformas de streaming: Spotify, Deezer, Apple Podcasts, Google Podcasts e TuneIn.

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