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Notícia

O drible de Adolfo Menezes em Niltinho

Por Fernando Duarte

O drible de Adolfo Menezes em Niltinho
Foto: Jefferson Peixoto/ Ag. Haack/ Bahia Notícias

Política é como uma nuvem. Muda de acordo com o vento. Talvez seja esse o resumo mais preciso de como a disputa pela Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) foi decidida em menos de 24h a favor do deputado Adolfo Menezes (PSD), que já detinha certo favoritismo, mas vinha sendo fritado por aliados. O socialdemocrata seria o beneficiário do acordo feito em 2018, com o aval do governador Rui Costa, para assumir a Casa no próximo biênio, mas o Progressistas insistia em tentar manter o comando do Legislativo baiano.

 

A senha foi dada ainda na noite de segunda-feira (11), quando o PT formalizou o apoio à manutenção do acordo - antes mesmo do PSD anunciar publicamente que tinha fechado questão em torno de Adolfo. Partido do governador, o PT deveria ter obrigação moral de defender o combinado, sob o risco do fiador terminar fragilizado junto à base aliada. Ainda assim, a legenda cozinhou um pouco a decisão. Esgotadas as rodadas de conversas de Rui, o recado foi dado. Só não ficou claro se foi uma missa encomendada e, como o governador centraliza todas as decisões, talvez isso jamais venha a público.

 

No começo desta terça, veio a obviedade do anúncio do PSD. A sigla deveria ter sido a primeira, porém não é tão simples iniciar uma batalha entre gigantes políticos, como Otto Alencar, cacique do partido, e João Leão, pelo lado do PP. Melhor deixar que a legenda de Rui desse o primeiro passo, evitando assim uma celeuma ainda maior.

 

Outro partido, o PSB, veio na esteira da decisão. Algo, inclusive, já esperado, dada a proximidade de Adolfo com o ex-presidente Marcelo Nilo, que engoliu a seco o passado traumático com Angelo Coronel e conduziu apoio ao amigo - Lídice da Mata dirige os socialistas, mas Nilo mantém uma ascendência maior sobre a bancada na Assembleia.

 

Com o jogo praticamente jogado, não cabia à oposição embarcar em um barco passível de afundamento, como se desenhou a candidatura de Niltinho (PP). Antes do final do dia, o bloco da minoria anunciou a adesão à candidatura de Adolfo e garantiu os postos que já controla na Assembleia. Muito mais fácil manter-se de maneira confortável ao invés de tentar demarcar território tal qual Dom Quixote com os moinhos de vento. Errados não estão.

 

Agora, cabe ao Progressistas recolher a campanha e decidir se a articulação feita por Adolfo deixou algum tipo de arranhão na base aliada do governador Rui Costa. Como sempre ficou implícito, a disputa pelo comando da Assembleia é bem maior do que o embate entre Niltinho e o provável presidente do Legislativo baiano. Era uma disputa que passava também pela unidade do grupo político para 2022.

 

Este texto integra o comentário desta quarta-feira (13) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para a rádio A Tarde FM. O comentário pode ser acompanhado também nas principais plataformas de streaming: Spotify, Deezer, Apple Podcasts, Google Podcasts e TuneIn.

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