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Precisamos aceitar que adiar o Carnaval de 2021 talvez seja necessário

Por Fernando Duarte

Precisamos aceitar que adiar o Carnaval de 2021 talvez seja necessário
Foto: Elias Dantas/ Ag. Haack/ Bahia Notícias

Cautela e canja de galinha nunca fizeram mal a ninguém. Esse é um ditado popular que se enquadra plenamente nos dias de hoje, quando falamos sobre a retomada de grandes eventos, a exemplo do Carnaval de 2021. O prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), fez a sinalização de que a Folia de Momo poderia ser adiada e que cogita fazer a proposição a prefeitos de outras cidades. A questão não é apenas adiar. É possível que, em um futuro próximo, ainda não tenhamos condições de realizar eventos que gerem aglomerações, a exemplo do Carnaval, mas também do São João de 2021 e de tantas outras festividades, tão comuns em todo o mundo. A espera de uma vacina é a esperança que nutre quem sobrevive nesse setor.

 

Não que não existam hipóteses promissoras. Há dezenas de testes com vacinas sendo realizados, alguns bem avançados. Mas ainda faltam algumas fases para garantir que o imunizante seja efetivo. É claro que, neste momento, é preciso dar valor a qualquer tipo de expectativa positiva. O prefeito de Salvador faz o papel de um gestor que precisa pregar que, em breve, estaremos retomando a normalidade. Não é errado. Porém traz uma falsa sensação de segurança que, infelizmente, não pode basear decisões práticas. Temos duas chances claras de voltar ao parâmetro do que achávamos normal antes da pandemia: ou temos uma imunidade de rebanho ou a vacina fica pronta. Fora disso, não há opção para grandes eventos.

 

Torcemos todos para que uma das duas opções ponha fim à quarentena em que estamos desde março. Porém os indícios de que haverá uma solução no curto prazo são bem escassos. Ao poucos, algumas atividades vão ser retomadas, mesmo porque a economia não suporta ficar tanto tempo parada. Os eventos culturais vão passar por processos de adaptação, como o uso de drive-in ou investimentos em shows com infraestrutura de isolamento, a exemplo da proposta da adaptação de um hotel para esse fim. É o “novo normal” que começa a ser rascunhado.

 

A imunidade de rebanho foi a aposta informal de ao menos dois países nessa pandemia: Estados Unidos e Brasil. Pelo menos é o que se depreende do comportamento dos dois gestores, Donald Trump e Jair Bolsonaro. Não à toa, são as duas nações que lideram o número de casos e de óbitos em decorrência do novo coronavírus. Ou seja, por mais que um percentual alto da população já tenha sido infectado, não dá para saber se foi uma maioria. Ou ainda se os anticorpos terão duração que garanta tal imunidade. São muitas apostas no escuro para lidar com uma doença desconhecida.

 

A cautela de ACM Neto é otimista. O possível adiamento do Carnaval 2021 parte do pressuposto de que até lá teremos uma solução para a Covid-19. Essa é uma das horas que todos torcemos para que um político esteja certo.

 

Este texto integra o comentário desta terça-feira (7) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para as rádios A Tarde FM, Irecê Líder FM, Clube FM, RB FM, Alternativa FM Nazaré, Valença FM e Candeias FM. O comentário pode ser acompanhado também nas principais plataformas de streaming: Spotify, Deezer, Apple Podcasts, Google Podcasts e TuneIn.

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