Organização de atletas condena escolha do novo ministro do Esporte
Por Estadão Conteúdo
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A Atletas pelo Brasil, organização presidida pela ex-jogadora de vôlei Ana Moser, divulgou nesta segunda-feira um nota oficial em que condena a nomeação do deputado federal George Hilton (PRB-MG) para o comando do Ministério do Esporte, anunciada na semana passada pela presidente Dilma Rousseff, além de criticar o modo como o nome foi escolhido. "Exigimos muito mais respeito e cuidado com tudo que envolve o tema Esporte no Brasil. O que está muito longe de acontecer quando constatamos os critérios, ou a falta deles, que foram usados para a escolha do novo ministro", afirma a Atletas pelo Brasil, organização sem fins lucrativos que reúne atletas e ex-atletas de diferentes gerações e modalidades pela melhoria do esporte. Além disso, a entidade destaca que a escolha do parlamentar para o ministério teve critérios apenas políticos. "A nomeação com critério unicamente político, na maior parte das vezes, traz consigo o aumento da ineficiência de gestão, descontinuidade da política, reinício de convencimentos e processos e tudo isso com custo aos cofres públicos", continua a organização.
Ana Moser é presidente da Atletas pelo Brasil.
(Foto: Gustavo Alves/ Divulgação)
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Para a Atletas do Brasil, a definição do novo ministro indiciou o "desprestígio" do esporte com as autoridades públicas do País. "Seguimos em frente pois acreditamos em um País melhor, mas reiteramos aqui hoje que, como cidadãos e cidadãs brasileiros, nos sentimos envergonhados e desprestigiados, vendo que o esporte no Brasil continua sendo encarado como algo menor", conclui a Atletas pelo Brasil, que reúne nomes como Bernardinho, Cafu, Gustavo Borges, Kaká, Flávio Canto, Paulo André, Fernando Meligeni, Hortência e Rubens Barrichello. A nomeação de Hilton causou surpresa nos meios esportivos, por significar a descontinuidade da administração de Aldo Rebelo. A pedido de Dilma, Rebelo deixou de concorrer à reeleição para ficar à frente da pasta na Copa do Mundo. O PC do B tinha esperanças de que Rebelo permaneceria à frente do Esporte também na Olimpíada do Rio. A pasta tem importância estratégica por fazer parte da Autoridade Pública Olímpica, consórcio que reúne o Estado e a Prefeitura do Rio e gerencia as obras da competição. Além disso, Rebelo é um dos interlocutores do Comitê Olímpico Internacional no Brasil.