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Assassinato de indígenas cresceu 50%, diz ONU; tribos da Bahia estão entre mais afetadas

Por Jamil Chade, correspondente | Estadão Conteúdo

Assassinato de indígenas cresceu 50%, diz ONU; tribos da Bahia estão entre mais afetadas
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil
A ONU vai denunciar nesta terça-feira, 20, em Genebra o aumento de 50% em assassinatos de indígenas no Brasil em menos de dez anos e criticar decisões tomadas pelo governo de Michel Temer. Os dados serão apresentados ao Conselho de Direitos Humanos, apontando ainda para o fracasso do governo Dilma Rousseff em fazer avançar as demarcações de terra. Já líderes indígenas nacionais classificam a situação como "genocídio". Nesta terça-feira, a ONU vai pedir que Temer assuma o compromisso de concluir o processo de demarcação de terras, abandonado há anos pelos governos anteriores. Sem uma definição sobre essa questão, o resultado tem sido o aumento da violência, afetando principalmente os Guarani-Kaiowá e Terena no Mato Grosso do Sul, os Pataxó e Tupinambá na Bahia, os Arara e Parakanã no Pará, e os Ka'apor no Maranhão. Segundo os dados que serão apresentados, o número de assassinatos de líderes indígenas subiu de 92 em 2007 para 138 em 2014. Na avaliação da entidade, a violência é o resultado da falta de demarcação de terras. O local mais perigoso é o Mato Grosso do Sul, seguido pelo Pará. Além de assassinatos, a entidade denunciará prisões arbitrárias, ameaças e intimidações. Para a ONU, programas de defesa de ativistas de direitos humanos não têm conseguido chegar aos líderes indígenas. "Na maioria dos casos, a impunidade permite as práticas violentas contra essas povos", avalia a organização. Líderes indígenas nacionais também viajaram para Genebra. "Vamos falar em genocídio", confirmou a líder indígena Sônia Bone Guajajara. "Houve uma decisão política nos governos anteriores de não avançar na demarcação de terras e tememos que isso se aprofunde ainda mais agora", disse. "Vivemos um massacre", adicionou Elizeu Lopes, representante do povo Guarani-Kaiowá.