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Zó afirma que seu nome segue no páreo em Juazeiro e dispara: “Eu quero que Roberto Carlos me apoie”

Por Carine Andrade

Zó afirma que seu nome segue no páreo em Juazeiro e dispara: “Eu quero que Roberto Carlos me apoie”
Foto: Max Haack / Bahia Notícias

Nascido Crisóstomo Antônio Lima, em Xique-Xique, o deputado estadual Zó (PCdoB) está no 3º mandato na  Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA). Técnico agrícola de formação, Zó do Sertão, como é conhecido, construiu sua trajetória em Juazeiro, município que é considerado a ‘menina dos olhos’ da região norte da Bahia. Lá, já foi secretário de Assistência e Igualdade Social, e também de Cultura. Eleito vereador, com mandatos nos períodos de 2005/2008, 2009/2012, 2013/2014, chegou a ocupar, inclusive, a Presidência da Câmara Municipal. Desembarcou na Assembleia Legislativa em 2015, onde segue até hoje. 

 

Comunista de carteirinha, Zó é filiado ao PCdoB desde 1988 e nunca trocou de partido, indo na contramão de uma prática que é muito comum na política. Em entrevista ao Bahia Notícias, o parlamentar, que é casado e pai de quatro filhas, falou abertamente sobre o seu desejo de ser o candidato único a prefeito de Juazeiro, município de quase 250 mil habitantes, nas eleições de outubro.  Ele também falou sobre como andam suas articulações junto ao governo e as conversas com os demais candidatos da Federação Brasil da Esperança que, assim como ele, estão ávidos pela vaga. Confira a entrevista completa:  


 

O senhor está no 3º mandato de deputado estadual e, agora, aspira a vaga de prefeito de Juazeiro. Como andam suas articulações internas visando o fortalecimento do seu nome?

Seguimos como uma raiz firme no solo. No último dia 17, o PCdoB lançou a minha pré-candidatura a prefeito de Juazeiro, e foi um evento emocionante, com centenas de pessoas. Fico arrepiado só de lembrar. No mesmo evento, lançamos o Movimento por Juazeiro, que tem como objetivo ouvir a população para a elaboração do nosso programa de governo participativo. Demonstramos a nossa força em defesa da unidade. Participaram do ato, além dos companheiros de partido, aliados, incluindo outros pré-candidatos da base do governador Jerônimo Rodrigues (PT), a exemplo do deputado estadual Roberto Carlos (PV) e do empresário Andrei da Caixa (MDB). Estamos conversando com todos para construir esse projeto coletivo, porque Juazeiro não quer mais um prefeito ou uma prefeita que não converse com o povo, que se ache o rei ou a rainha e que monte um governo sem diálogo. Estou preparado e confiante para exercer essa missão. Nossa candidatura nasce de uma demanda popular, e não de projeto pessoal. Por isso, tem tudo para dar certo.

 

Como o senhor citou, o lançamento da sua pré-candidatura contou com a presença dos seus oponentes, o deputado Roberto Carlos, pela Federação Brasil da Esperança, e fora da Federação, o emedebista Andrei da Caixa. As presenças eram esperadas ou foi uma surpresa?  

Todos foram chamados. Chamei os pré-candidatos todinhos. Tenho tido uma relação muito positiva com Roberto Carlos, com Andrei e outras lideranças políticas de Juazeiro. Mantemos conversas em busca dessa união. De modo que não foi surpresa. Respeito todos eles, mas estou confiante de que tenho o preparo para ser o candidato e que há esse desejo da população, diante da nossa história de defesa do município. Tenho certeza que poderemos, com humildade e trabalho, avançar nesse sentido. 

 

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No mês de abril, nós entrevistamos Geraldo Galindo (presidente estadual do PCdoB) e, de acordo com a avaliação dele, além da sua candidatura, os demais nomes da Federação (Roberto Carlos, pelo PV; e Isaac Carvalho, pelo PT) também têm potencial de vencer a eleição em Juazeiro. Ele também pontuou que o nome de Joseph Bandeira (PSB) é muito forte. O que lhe diferencia dos demais candidatos que fará com que você seja escolhido candidato único da base de Jerônimo? 

Como falei antes, respeito todos os pré-candidatos. Todos têm suas qualidades. Assim como, acredito, sou respeitado por todos eles. Tenho uma história longa de luta em favor dos juazeirenses. Comecei como vereador e hoje estou deputado estadual. Conheço profundamente Juazeiro, os problemas que devem ser superados, os potenciais que devem ser explorados e que transformações precisam ser feitas. Além disso, nessa minha jornada na política, conseguimos muitos benefícios para Juazeiro. Tanto que a minha candidatura surge do povo, é uma convocação. E eu não poderia recusar essa missão, esse chamado. Sei que, no Executivo, terei capacidade de fazer com que Juazeiro volte a crescer, superando esse desgoverno da atual prefeita. Chegou a hora de Zó do Sertão, que tem a cara e o jeito do povo, ter a chance de governar. 

 

Semana retrasada o deputado Roberto Carlos esteve conosco no podcast Projeto Prisma. Na ocasião, ele disse já ter iniciado conversas com o senhor no sentido de obter o seu apoio à candidatura dele e que pretende conversar com a direção estadual do PCdoB nesse sentido. Há possibilidade do senhor desistir da sua candidatura para apoiá-lo?

Eu quero que Roberto Carlos me apoie. Trata-se de um grande deputado, que também representa bem Juazeiro na Assembleia Legislativa. É um companheiro com quem tenho conversado muito sobre o futuro do município. Não posso desistir de cumprir a missão à qual o povo me convocou. Com muita humildade, vou buscar o apoio de Roberto Carlos, dos demais pré-candidatos e dos partidos da base do governo. 

 

Falando um pouquinho sobre o mandato, existe uma queixa na base sobre a demora na liberação das emendas impositivas e também nas tratativas relacionadas aos municípios da base dos deputados. O senhor acha que o governo Jerônimo Rodrigues, talvez, ainda não tenha conseguido engrenar na parte de articulação política ou o senhor avalia essas dificuldades iniciais como normais, muito embora a gestão já tenha um ano e meio?

Acho que o governador Jerônimo tem sido um cabra democrático. Tem dialogado com todos, inclusive com a oposição, que, embora tenha um papel a cumprir, reconhece isso. Muitos deles já estão até votando com a gente. Claro que insatisfações pontuais existem, o que é normal, faz parte do Parlamento. As emendas individuais, que se transformam em benefícios para os baianos, são um direito constitucional dos 63 deputados, e as cobranças fazem parte do jogo político. Como você mesma disse, o governo tem pouco mais de um ano, e está ajustando isso. O próprio Jerônimo já prometeu melhorar cada vez mais essa relação com a Assembleia, e eu confio no governador. No meu caso, sou do tipo que procura sempre contribuir com o governo e ter uma relação positiva com o governo. Quando tenho que criticar algum ponto, busco fazer isso da forma correta, de modo construtivo. O que não podemos aceitar é que tenha deputado, mesmo da oposição, que torça para o quanto pior, melhor. A disputa eleitoral deve ser travada no momento certo. 

 

Outra queixa é sobre a dinâmica na própria AL-BA, que não tem votado projetos de autoria dos deputados, somente os enviados pelo Executivo. Quais são os projetos que o senhor tem a expectativa que sejam aprovados ainda esse ano? 

A Assembleia tem votado projetos de deputado, mas isso precisa ocorrer ao longo do ano, com frequência, e não somente no mês de dezembro, como o próprio presidente Adolfo Menezes já observou. Eu já tenho uma lei de minha autoria em vigor no Estado, denominada Milena Passos, que prevê punições administrativas para atos discriminatórios em decorrência de orientação sexual ou identidade de gênero praticados por pessoa jurídica, física ou que exerça função pública. Essa lei foi muito comemorada, e tenho orgulho dela. Posso ser um homem sertanejo, mas reconheço a importância da gente respeitar a diversidade. Tem outra coisa, que é minha: nunca gostei de apresentar projeto de lei apenas para fazer volume, quantidade. Sempre optei pela qualidade. 

 

Não dando certo a empreitada em Juazeiro, o senhor vai tentar renovar o mandato em 2026 ou partirá para disputa rumo à Câmara dos Deputados?

Estou focando na eleição deste ano, na disputa municipal. Não estou pensando em um plano B no momento. Essa é uma prioridade absoluta. Sou pré-candidato a prefeito de Juazeiro e quero disputar a eleição em outubro. É nisso que estou pensando no momento. É isso que o povo de Juazeiro, cidade tão querida dos baianos, mas que não pode seguir retrocedendo, quer.