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Entrevista

Leo Prates prega que aliados de Bruno Reis deem "liberdade" para ele construir chapa eleitoral em 2024 - 24/07/2023

Por Gabriel Lopes

Leo Prates prega que aliados de Bruno Reis deem "liberdade" para ele construir chapa eleitoral em 2024 - 24/07/2023
Foto: Igor Barreto / Bahia Notícias

O deputado federal Leo Prates (PDT) não esconde o seu desejo de disputar a preferência dos eleitores de Salvador como candidato a prefeito da capital baiana. Apesar disso, para a eleição de 2024, o parlamentar baiano avalia que é natural o processo de reeleição de Bruno Reis (União) e garante que defende as ideias do projeto do atual gestor. Em entrevista ao Bahia Notícias, Prates - que já foi secretário de Bruno - também pregou que os aliados do prefeito deem a ele "liberdade" para construir a melhor chapa eleitoral em meio a especulações que seu nome pode ser o escolhido para a composição da vice.

 

"Eu defendo ideias, eu defendo as ideias que estão contidas no projeto de Bruno Reis hoje que foi um projeto iniciado por ACM Neto, a quem tenho como amigo, referência na política, e essas ideias que transformaram Salvador, que melhoraram Salvador, que são incontestes. Você veja que o próprio resultado das eleições vem sendo ampliadas pelo grupo político de ACM Neto, vide que ele não ganhou para o governo, mas em Salvador nós tivemos o nosso melhor resultado eleitoral. Essas ideias transformaram Salvador. Então a minha defesa pela reeleição do prefeito Bruno Reis", disse o deputado.

 

"Eu entendo que ele vem fazendo um bom trabalho, que a reeleição é o instituto natural colocado nas leis brasileiras e ele tem todo o direito de pleitear, continuar no cargo em sendo o candidato, que ele não anunciou, ele terá o nosso apoio. Depois, em relação a vice, vice é circunstância. Eu defendo o projeto de Bruno Reis então eu defendo que as forças políticas que estão no entorno de Bruno Reis deem a ele a liberdade necessária para que ele construa a melhor chapa eleitoral. Se eu acho que essas ideias estão transformando em Salvador e eu quero que essas ideias continuem eu entendo que deve ser dado a ele a liberdade para construir. Torço e trabalharei como presidente municipal do PDT para que o vice seja do PDT", acrescentou.

 

Durante a entrevista Leo Prates falou ainda sobre as movimentações em Brasília no seu primeiro mandato, a aprovação da PEC da reforma tributária e mais sobre o cenário político na Bahia. Confira na íntegra abaixo.

 

Um semestre do ano já se passou e eu queria que você falasse como está sendo a experiência em Brasília. Você já atuou no Legislativo em outras esferas, quais as principais diferenças?

Primeiro eu quero agradecer a generosidade de todos os meus pares lá em Brasília na figura do deputado federal Elmar Nascimento e do meu líder, deputado federal André Figueiredo. Tem sido uma convivência muito profícua. Eu sempre disse que era um ano de muito aprendizado mas acho que estamos indo bem. Nós estamos apresentando projetos relevantes, relatando matérias... Eu já relatei oito matérias nas comissões, fiz 17 pronunciamentos na Câmara, participei de 90 votações, apresentamos cerca de 25 a 30 projetos lá na Câmara, iniciativas legislativas. Destaque para duas emendas que nós colocamos na medida provisória do Minha Casa Minha Vida, participamos da comissão permanente de saúde, da comissão permanente de Minas e Energia. Poucos sabem, mas eu sou engenheiro eletricista de formação e participo de uma comissão que para mim é muito importante que é a comissão dos direitos da pessoa com deficiência e de comissões especiais participei dessa comissão agradecendo ao presidente Arthur Lira a deferência conosco. Participei da comissão da medida provisória do Minha Casa Minha Vida que foi muito importante pra mim. Foi um aprendizado rico. Podemos botar essas duas medidas legislativas. Eu já tenho três medidas legislativas aprovadas, estamos na iminência desse segundo semestre de ter mais medidas legislativas. Esse é o lado bom do trabalho, eu não estou chegando verde, nem sem nenhuma experiência. Eu fui duas vezes vereador da cidade, fui deputado estadual, estou chegando a federal agora. A grande dificuldade lá que eu acho é a hierarquização do processo legislativo. Tenho sempre chamado assim, a Câmara de vereadores e deputado estadual, você tem contato direto com o presidente, as coisas se organizam mais ou menos entre os líderes, mas a força maior é do presidente. Lá não, você tem um realmente um colégio instituído, eu estou como vice-líder do blocão União Brasil/PDT, tem sido uma experiência muito rica, mas eu sou um dos vice-líderes e esse trabalho lá é muito hierarquizado. Então, essa hierarquização ainda tem alguma dificuldade, mas eu acho que no trabalho nós estamos indo bem. E a outra dificuldade pra mim é ficar longe da minha família, da minha cidade que eu amo, que é Salvador.

 

Antes do recesso, a Câmara aprovou a PEC da reforma tributária, com voto favorável do senhor. A reforma aprovada foi a ideal na sua opinião?

Não, eu eu não acho que essa é a reforma ideal. Ela é uma reforma do consumo, ela só mexe nos impostos de consumo. A gente precisa de uma reforma mais profunda no nosso país. Mas eu acredito que a reforma é possível. Eu era meio cético em relação a conseguirmos isso. Eu acho que essa reforma traz avanços, mas ainda não é a reforma ideal. Tem alguns ajustes a serem feito, o processo legislativo continua. Quero lembrar que o Senado é instância revisora. Então os os ajustes podem ser feitos, eu acho que há ajustes pros profissionais liberais no que tange aos serviços de profissionais liberais, médicos, advogados que realmente passou e depois a gente pôde fazer uma análise mais profunda dessa questão mas eu acho que no todo a reforma é positiva. Primeiro, para o nosso estado ela é muito boa porque o imposto passa a não ser mais cobrado na origem de produção e ela passa a ser cobrada no destino. Isso beneficia os estados onde você não tem uma atividade econômica tão pujante como o Nordeste. Não só a Bahia, mas o Nordeste. Então essa coisa eu vejo como avanço. Do ponto de vista federativo do nosso país isso também é uma coisa benéfica, ela acaba a guerra fiscal, ou seja, essa guerra é de quem dá menos imposto e que acaba beneficiando não ao público, mas ao privado.

 

Entre os críticos, os prefeitos se destacaram, inclusive Bruno Reis. Em relação à autonomia dos municípios, tem a questão do ISS. Como você avalia essa postura?

Há uma crítica na questão do Conselhão, nós estamos debatendo, eu estive debatendo com Giovanna Victer [secretária da Fazenda de Salvador] porque você cria na verdade dois impostos, um imposto que é a CBS que é a contribuição de bens e serviços que é federal, basicamente federal e o IBS imposto basicamente municipal e estadual. Nós fizemos essa defesa lá na Câmara Federal, havia um dispositivo e a outra coisa que eu acho que tem que ser revisada, havia um dispositivo que o recurso era transferido da União para os estados, me refiro a CBS, o que deve-se ao estado e ao município. A nossa defesa e nós temos tempo. Eu entendo que os repasses da União e nisso aí eu estou de acordo com o prefeito Bruno Reis, devem ser feito direto aos municípios e não passando ao estado. Falo da contrapartida no que tange aos municípios. Tenho certeza também o deputado Elmar que é hoje a principal liderança do presidente Arthur Lira também e nós iremos fazer os ajustes necessários, tenho certeza na hora do retorno para Câmara dos Deputados esse projeto.

 

No aspecto político, como avalia as articulações e movimentos do governo Lula nesses seis primeiros meses? O Centrão segue pedindo cargos e há questionamentos sobre a forma com que as coisas vem sendo tratadas no governo...

Nós temos sete meses de governo Lula. É natural que no início tenham ajustes e arrumações. A gente espera que todas as arrumações, ajustes, medidas que ele necessita pra dar um salto seja feita nesse ano pra que a partir do ano que vem ele possa até realmente dar os resultados que o povo brasileiro espera. Porque ele não é presidente só de quem votou nele, ele é presidente de todos os brasileiros. E o sucesso dele é o sucesso dos brasileiros. Então, é isso que a gente espera e é isso que a gente procura ajudar. Eu acho que a articulação política começou com dificuldade, mas agora ela começa a se ajustar. Eu tenho um pensamento em relação a articulação política, eu acho que o apoio deve começar pelas ideias e não por cargos e emendas. Eu entendo que a primeira coisa é ver aqueles parlamentares que tem ideias próximas, nas pautas econômicas, nas pautas importantes pro governo e naturalmente quem apoia o governo quer participar. Mas você não pode começar com a participação antes de discutir as ideias. É dessa forma que eu penso, pode ser uma forma romântica de se pensar, mas eu aprendi que os mundos são dos idealistas e dos românticos foi eles que transformaram e melhoraram o mundo, e tenha certeza que eu não vou deixar de amar o meu país, o meu estado e a minha cidade.

 

Trazendo para a política local. Muitas figuras da política negam, mas as articulações para 2024 já estão acontecendo. Em Salvador, o prefeito Bruno Reis aparece como um natural candidato à reeleição, e você também nunca escondeu o seu desejo de governar a cidade. Nesse sentido, você colocou seu nome à disposição para ocupar uma eventual vice de Bruno ano que vem e deixando o sonho para 2028

Eu defendo ideias, eu defendo as ideias que estão contidas no projeto de Bruno Reis hoje que foi um projeto iniciado por ACM Neto, a quem tenho como amigo, referência na política, e essas ideias que transformaram Salvador, que melhoraram Salvador, que são incontestes, você veja que o próprio resultado das eleições vem sendo ampliadas pelo grupo político de ACM Neto, vide que ele não ganhou para o governo, mas em Salvador nós tivemos o nosso melhor resultado eleitoral. Essas ideias transformaram Salvador. Então a minha defesa é pela reeleição do prefeito Bruno Reis. Eu entendo que ele vem fazendo um bom trabalho, que a reeleição é o instituto natural colocado nas leis brasileiras e ele tem todo o direito de pleitear, continuar no cargo em sendo o candidato, que ele não anunciou, ele terá o nosso apoio. Depois, em relação a vice, vice é circunstância. Eu defendo o projeto de Bruno Reis, então eu defendo que as forças políticas que estão no entorno de Bruno Reis deem a ele a liberdade necessária para que ele construa a melhor chapa eleitoral. Se eu acho que essas ideias estão transformando em Salvador e eu quero que essas ideias continuem eu entendo que deve ser dado a ele a liberdade para construir. Torço e trabalharei como presidente municipal do PDT para que o vice seja do PDT. Porque é um espaço importante para todos nós. Conversei com o presidente Carlos Lupi, venho conversando com o presidente Félix [Mendonça Jr.]. Nós três somos os dirigentes partidários nessa questão e eu entendo que Bruno Reis merece continuar, esse é o nosso foco e a gente não pode perder o foco. Em relação as minhas questões, a questão da minha amiga Ana Paula Matos, eu já falei tudo tinha que falar, eu tenho muito respeito por ela. Mas entendo que cada eleição é uma eleição.

 

Depois do processo eleitoral do ano passado os bastidores tem falado sobre uma certa rusga entre o senhor e o presidente do seu partido, o também deputado Félix Mendonça Jr. Vocês estão na mesma página?

Nós estamos na mesma página, nós somos amigos, eu e o presidente Felix Mendonça. Nós não terminamos com rusga alguma, nós disputamos duas cadeiras na Câmara, é natural que você tenha um afastamento naquele momento mas em termos pessoais nós somos amigos e em termos partidários hoje a nossa linha é a mesma, até porque a vida são projetos. Eu volto a dizer meus projetos pessoais não estão em cima do interesse nem do interesse do meu estado. Mas o deputado Félix tem um sonho que ele já externou de participar de uma chapa majoritária estadual. O meu projeto com muita clareza é ser prefeito de Salvador. Logicamente entendo que essa é a vez de a próxima eleição de ser candidato é de Bruno Reis e 2028 Bruno Reis e Félix já externaram que o candidato em 2028 serei eu. Então confio na palavra dos dois na credibilidade dos dois. Então nós estamos exatamente na mesma página. E mais, o deputado Félix é uma figura histórica, importante do PDT, com história muito grande. Em 2020 colaborou muito pra eu chegar até aqui e sou muito grato a ele, muito amigo dele e entendo que a gente tem que trabalhar junto para o PDT sair forte. O ministro Carlos Lucas tem sido fundamental com seu jeito carinhoso, afável, conciliador e ele tem sido muito importante nessa união partidária, do nosso PDT. Não irão nos dividir. Nós estamos unidos na luta pra que o partido cresça, se desenvolva, possa orgulhar Salvador e a Bahia em primeiro lugar.

 

ACM Neto é o grande nome da oposição na Bahia. E como alguém que tem ACM Neto como uma figura muito importante na trajetória, você avalia que a oposição tem sentido a falta de Neto após o processo eleitoral do ano passado?

Eu tenho discordância, eu nunca procurei ACM Neto para ele não me atender. Ele tem articulado fortemente em Brasília, tem articulado aqui. O que dá a ACM Neto a legitimidade de atuação política não é cargo, nunca foi cargo, que nos deu isso, foi o povo. Eu lembro que nós começa a atuar politicamente, partidariamente, em 1999 e nós não tínhamos cargo algum. Algumas pessoas me perguntam o que Neto vai fazer e eu digo: política. É natural que quando você perca uma eleição tenha uma série de críticas. Eu aprendi na política que a vitória é compartilhada, a derrota é solitária. Mas eu acho que, usando uma frase que eu gosto muito, 'a derrota eleitoral é aceitável, a política não'. E nós tivemos uma grande vitória política, nós vencemos em Salvador como nunca vencemos, nós tivemos a eleição mais apertada dos últimos anos na Bahia, claro que a gente queria ganhar, mas nós tivemos esses pontos que foram positivos. Eu acho que a liderança de ACM Neto se consolidou, isso foi um ponto fundamental também e eu acho que agora nós temos três anos e meio ainda pela frente para fazer os debates necessários. Neto começou, como é natural o seu papel de oposição, fazer as críticas que ele entende que são necessárias ao atual governo com muito respeito e eu acho que ao longo dos anos essa coisa vai se dirimindo principalmente porque próximo tem eleição e ele vai ter um papel ativo especialmente nas cidades onde ele venceu, vai ter um papel ativo porque ele vai ser um grande eleitor e as pessoas vão buscá-lo. É natural que esse esse primeiro de 2023 tenha uma baixa e os políticos sentem. Isso não é nem tanto sentido pelas pessoas, mas pelos políticos. Mas você vai ter o reaquecimento [da política] e a figura de Neto por ser a maior figura da oposição na Bahia vai ascendendo e voltando ao campo e essas críticas vão sumindo completamente. Eu tenho a exata noção que ACM Neto é o maior político da minha geração e isso ninguém tira dele, inclusive com a responsabilidade de um legado imaterial imensurável na Bahia. Você pode ver, Leo Prates, ACM Neto tem uma presença marcante na minha vida. Bruno Reis da mesma forma, Pablo Barrozo, Guilherme Bellintani, Silvio Pinheiro, o próprio João Roma. Então você pega os maiores quadros entre 35 e 45 anos são revelados por ACM Neto, esse legado ninguém tira dele por ter aberto portas para tanta gente.