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Entrevista

Antonio Brito não descarta candidatura à Prefeitura de Salvador: “Preparado para a missão que o partido me der” - 27/02/2023

Por Anderson Ramos

Antonio Brito não descarta candidatura à Prefeitura de Salvador: “Preparado para a missão que o partido me der” - 27/02/2023
Foto: Divulgação

Ainda que não se admita publicamente, as especulações para as eleições municipais de 2024 estão a todo vapor. Na semana passada chamou atenção o encontro de membros do PSD, Antonio Brito e Edvaldo Brito, e do PSB, Lídice da Mata e Silvio Humberto, que foi encarado como o primeiro movimento mais claro com vistas a sucessão da Prefeitura de Salvador.

 

Para o Bahia Notícias, o deputado federal Antonio Brito (PSD) tentou despistar, mas admitiu que esse pode ser o primeiro de muitos encontros entre as siglas com vistas para a disputa eleitoral do ano que vem.

 

“Isso não estava diretamente no cardápio do almoço, mas indiretamente, como os partidos vão conversando, não só com PSD com o PSB, mas todos os partidos que estão na base aliada do governador Jerônimo Rodrigues estarão conversando, dialogando, verificando quais são suas propostas, quais são os projetos que têm em comum, talvez esse primeiro momento do PSD com o PSB, esteja ensejando essas especulações”, disse.

 

Questionado se o nome dele poderia ser o escolhido para a disputa, o parlamentar não descartou a possibilidade. “Sou um homem de partido e um homem que sigo a missão. Sigo a orientação do presidente Kassab e de nosso partido. Então, portanto, estou preparado para a missão que o partido me der. Preparado e entusiasmado para servir ao PSD”, declarou. Confira a entrevista:

 

 

Na semana passada aconteceu uma reunião entre membros do PSD e do PSB do qual você participou. Esse encontro é visando as eleições de 2024?

Durante o Carnaval nos encontramos, e resolvemos logo depois para fazer uma reunião, como sempre fizemos. Lídice é a coordenadora da bancada da Bahia, que é uma amiga de muitos anos, ex-prefeita da cidade, meu pai é vereador de Salvador, presidente do PSD de Salvador, e amigo de Silvio Humberto. Eu sou amigo deles todos, e portanto estava nesse período em Salvador, e resolvemos conversar sobre a cidade. Conversar sobre a posição de cada partido. Nós falamos de como é que estava o PSD de Salvador, as últimas eleições, como é que foi o posicionamento do nosso senador Otto Alencar, como é que está o partido a nível nacional. E dessa reunião acabou surgindo uma ideia inicial, que foi fazermos juntos, o PSD de Salvador com o PSB de Salvador e mais outros vereadores, um debate sobre os tributos que serão pagos em IPTU, que é a bandeira tanto de Silvio Humberto quanto de meu pai na Câmara de Vereadores. E a ideia é fazer isso na semana do aniversário da cidade, debatendo o seminário conjunto PSD-PSB. Então, esse foi o primeiro resultado. Quanto a 2024, isso ainda tem o ano de 2023 inteiro, e portanto, os partidos vão conversar, outros partidos podem dialogar, enfim. Foi o primeiro momento, os dois partidos conversando, de amigos, que tentaram conversar sobre a cidade.

 

Então, esse seria o primeiro passo para uma possível pauta conjunta dos dois partidos pensando em 2024?

Olha, isso não estava diretamente no cardápio do almoço, mas indiretamente, como os partidos vão se conversando, não só com PSD com o PSB, mas com todos os partidos que estão na base aliada do governador Jerônimo Rodrigues, estarão se conversando, dialogando, verificando quais são suas propostas, quais são os projetos que têm em comum, e talvez nesse primeiro momento do PSD com o PSB, esteja ensejando essas suficientes especulações.

 

Muitos especulam que o senhor pode concorrer à prefeitura e se o seu pai vai disputar mais uma vez a reeleição para vereador. Qual será o futuro da família Brito?

Primeiro o futuro a Deus pertence, como a gente sempre fala. Mas meu pai está muito bem, é vereador de Salvador, bem atuante. Eu estive com ele no Carnaval, fiquei muito impressionado com a receptividade da população ao nome dele. Portanto, ele realmente tem que estar atuando na defesa da população soteropolitana contra o aumento do IPTU e várias outras pautas como o fortalecimento das creches e escolas comunitárias, as casas e hospitais filantrópicos. Meu pai está muito bem, está preparado para qualquer eleição. No meu caso, eu sigo uma orientação partidária do presidente Gilberto Kassab, do senador Otto Alencar, e o meu pai, que é o presidente do PSD de Salvador. Também tem o nosso mandato de deputado federal, fui eleito como o quarto mais votado na Bahia, com mais de 175 mil votos. E, sem sombra de dúvida, hoje nós temos um grupo liderado pelo governador Jerônimo Rodrigues. Então, todos esses elementos e fatores, poderão exercer, sim, a minha candidatura futura à prefeitura ou não de Salvador. Mas depende desses fatores para que a gente possa avaliar. Neste momento, eu estou concentrado na missão de líder do PSD na Câmara. E é esse o processo que nós vamos seguir durante o ano de 2023.

 

Então não está descartado? 

Não, a gente não descarta. São vários fatores que importam. Eu sou um homem de partido e um homem que sigo a missão. Sigo a orientação do presidente Kassab e de nosso partido. Então, portanto, estou preparado para a missão que o partido me der. Preparado e entusiasmado para servir ao PSD.

 

Na última eleição municipal, observamos uma série de candidaturas avulsas dos partidos da base.  Acha que isso pode acontecer novamente em 2024?

Isso dependerá muito da estratégia de cada partido, até porque nesse momento nós verificamos uma mudança como um todo no processo eleitoral que impactou até nas eleições de 2022, que foi o fim das coligações, das proporcionais, no caso para 2024, da Câmara de Vereadores. Mas não teremos coligações para proporcionais em 2024, como não tivemos em 2020. E isso gera talvez a necessidade dos partidos de terem um programa mais claro para poder discutir com sua chapa proporcional, com seus candidatos a vereadores, mostrar qual é o propósito do partido e da cidade para que se defenda no executivo e se defenda no legislativo. Então é muito provável que aconteça, o que aconteceu em muitos casos a nível de Estado, muitos partidos estarem buscando a legitimidade da sua composição no legislativo. Então é possível que isso possa ocorrer. Mas evidente que uma candidatura numa cidade como Salvador, com várias candidaturas, com várias partidos, agora com o governo do presidente Lula, com o governo de Jerônimo Rodrigues, com toda a guarda de aliança que se formou para a vitória do Jerônimo, eu não tenho dúvida que essa eleição tenderá a ter de dois turnos. Então os partidos aglutinarão as forças no segundo turno.

 

O PSD, dentre os grandes partidos, talvez tenha sido o único que não fez nenhum tipo de movimento em relação à federação ou à fusão com algum outro partido. Isso está no radar do partido?

Não nesse momento. Eu estou conversando muito com o presidente Gilberto Kassab. Ele construiu esse partido com muito zelo, muito cuidado, muita dedicação, com a bancada federal, com os 42 deputados federais, com outros membros de partido, com os senadores. O partido está muito bem posicionado. Outros partidos também estão fazendo o mesmo movimento de condução como o próprio MDB. Outros partidos estão seguindo nessa direção. Então, o PSD, até este momento, não buscou e, por curto prazo, não buscará a federação partidária.

 

Então, é algo que não está no radar, né?

Não, não está no radar.

 

O partido ficou satisfeito com o espaço no governo de Jerônimo Rodrigues ou almejava algo mais? 

Quem trata sobre os espaços no governo de Jerônimo Rodrigues é o senador Otto que é o presidente estadual do partido e sem sombra de dúvida o senador está concluindo isso. Ainda está em processo de condução e diálogo com o governador Jerônimo Rodrigues e a bancada tenderá a aguardar esse diálogo, que é permanente. O partido foi firme na reeleição, o senador Otto convidou a bancada e os deputados federais para uma conversa, se posicionou desde o primeiro momento ao lado do senador Jacques Wagner e ao lado do governador e agora ministro Rui Costa no apoio a Jerônimo. Então realmente é importante e claro que essa condução do senador Otto é uma constante e nós confiamos nele e damos, portanto, a nossa procuração, a carta branca para ele agir, em nosso nome, na articulação política e junto a governo do Estado.

 

Um assunto que vem tomado os noticiários políticos aqui na Bahia é a questão do TCM. O partido já se posicionou a favor da candidatura de Aline Peixoto?

Eu me posicionei formalmente e o fiz como deputado federal e se fosse deputado estadual, apoiaria e votaria dentro da Assembleia Legislativa em Aline Peixoto, mas como deputado federal que conhece a história dela como gestora hospitalar, entendo que Aline tem total condição de representar o Tribunal de Contas, na análise de contas de prefeituras e de outros porque é uma pessoa que conhece a área de saúde. Só para dar um exemplo, nós recentemente indicamos, por meio de voto na Câmara de Deputados, na qual também votei, o deputado Jonas Jesus, que é um médico. Portanto, Aline como enfermeira, que é na correlação do TCU com o TCM, tem todas as condições de representar muito bem dentro do Tribunal de Contas do Município e acho que essa é a tendência natural de outros deputados do PSD se posicionando e acho que isso naturalmente é a posição do partido da Assembleia Legislativa.

 

Você encabeçou o movimento de buscar mais recursos para as Santas Casas. Como é que está a situação dessas instituições e qual é a expectativa no governo Lula?

Estivemos recentemente com a ministra Nísia Trindade, juntamente com o secretário de Atenção a Saúde, Gilberto Magalhães, conversando sobre os R$ 2 bilhões que o Congresso Nacional tinha aprovado. Para a nossa satisfação, agora em fevereiro saiu a portaria que libera esse valora nível de país. São recursos que nós tínhamos articulados para as entidades fazerem jus, em uma parcela, as dívidas ainda contraídas na época do Covid-19, no auge da pandemia, e ficamos muito felizes de entidades como as Obras Sociais Irmã Dulce, o Hospital Aristides Maltez, o Hospital Martagão Gesteira e diversas entidades no interior da Bahia que estarão recebendo R$ 73 milhões no montante total. Por exemplo, o Hospital Aristides Maltez, terá R$ 17 milhões, as Obras Sociais Irmã Dulce, R$ 8 milhões, ou um pouco mais. Portanto, realmente, para mim foi muito gratificante ter articulado esse recurso e a chegada dessa parte da portaria ser publicada para que esses recursos sejam liberados. É evidente que isso não resolve o problema, mas nós focamos em vários outros assuntos, inclusive, o projeto de lei de minha autoria, o Projeto de Lei 1435, que é para o reajuste contínuo, anual, dos contratos das entidades filantrópicas, das Santas Casas, com o SUS. Porque não adianta a gente fazer um aporte de recursos como esse e anualmente os contratos não serem reajustados. Porque aumenta a água, a luz, o telefone, aumenta o dissídio coletivo e é fundamental que os contratos com as santas casas sejam totalmente reajustados. Então, nós temos um projeto nessa direção, que já está em regime de urgência na Câmara dos Deputados, esperando que esteja votado, para que a gente tenha, pelo menos, uma saída inicial que é o reajuste de contratos com o SUS. Temos muita esperança que o governo do presidente Lula olhe as Santas Casas como a grande parceira do Sistema Único de Saúde no Brasil.