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Entrevista

"É questão de tempo ter 100% do partido alinhado com o governo", diz Netto Carleto sobre adesão do PP - 28/11/2022

Por Mauricio Leiro

"É questão de tempo ter 100% do partido alinhado com o governo", diz Netto Carleto sobre adesão do PP - 28/11/2022
Foto: Reprodução / Instagram

Deputado federal eleito para o primeiro mandato, Netto Carletto (PP) acredita que "é questão de tempo” para ter 100% do PP na Bahia “alinhado com o governo" de Jerônimo Rodrigues (PT). Carletto sinalizou que a relação é positiva e que é o momento de "olhar para a frente", em entrevista ao Bahia Notícias. 

 

"O PP, como se sabe, é um partido de centro, não vejo dificuldade em ter uma adesão ao governo de Jerônimo. Estive com ele, ele esteve na minha casa com o presidente eleito. A convite do atual governador e de Jerônimo, nesse encontro recebemos o convite para compor a base do governo na Bahia e em Brasília. Estamos conversando isso internamente, passamos para a executiva em Brasília. Na Bahia estamos conversando com os estaduais, mas não tomamos decisão sozinho", comentou ao Bahia Notícias. 

 

Carletto é herdeiro político de Ronaldo Carletto e reforçou que tem muito "a acrescentar com esse legado e história". "Sonho em crescer na política, ocupar espaços maiores e para crescer preciso fazer um trabalho de destaque", completou o deputado. Leia a entrevista completa:


Foto: Reprodução / Instagram 


Deputado, queria começar falando sobre sua trajetória na política, vem de família com uma longa história. Sempre esteve imerso nesse universo?

Sempre estive. Comecei a ingressar com o desejo quando fiz mobilizações no grêmio, época do colégio. Fui líder da minha turma, da escola, ainda quando muito jovem, e logo depois comecei a acompanhar a carreira de meu tio, o mandato. Ele percebeu e me deu a primeira oportunidade, estando como presidente do PP Jovem na Bahia. Consegui, através da fundação que apoia as ações do partido, percorrer mais de 300 municípios, com capacitação e palestras. Pelo sobrenome e por estar neste cargo começaram a falar que seria deputado no futuro, aí começou a surgir o desejo. A coisa foi ganhando corpo. Consegui visitar um número grande, na época que fiz o trabalho foi o estado que mais promoveu eventos, então despertou o interesse de Ciro Nogueira, que me convidou para ser o nacional do PP, fazendo isso em outros estados. Depois tive a oportunidade de estar como chefe de gabinete da Cerb, isso me ajudou muito. Tinha contato diário com prefeito e vereador. 

 

Como foi o convite de seu tio, Ronaldo Carletto? Existiu a possibilidade de não ser você o nome da família na disputa para a Câmara dos Deputados?

Até então seria candidato a deputado estadual. Ronaldo seria federal. No início do ano, Ronaldo me procurou e disse que era o momento. Ele não estava interessado, ele ficou triste com a cisão com o governo, iria colocar o nome na suplência de Cacá. Ele não queria obrigação de ir a Brasília toda semana e disse que eu daria sequência ao legado político da família. Eu com o desejo forte de trabalhar, já trabalhava como deputado mas não tinha mandato. 

 

Deputado, o senhor nunca ocupou nenhum cargo político. Qual a expectativa para o mandato?

Eu sei da minha responsabilidade, até pela votação expressiva que tive nas eleições. Com apoio de dezenas de prefeitos, isso também, ao mesmo tempo que traz a votação, traz a responsabilidade para levar obras e recursos para os municípios. Realmente, eu me sinto com essa responsabilidade e a expectativa é a melhor possível. Já tenho a experiência de trabalhar ao lado de Ronaldo Carletto, como ele conduz, quero aproveitar o legado de trabalho que ele construiu levando o meu estilo, mas cada um com seu perfil e forma de trabalhar. Eu tenho muito a acrescentar com esse legado e história. Sonho em crescer na política, ocupar espaços maiores e para crescer preciso fazer um trabalho de destaque. 

 

Foto: Reprodução / Instagram 

 

Que principais pautas deve defender em Brasília?

Eu tenho um foco na juventude. Por eu ser jovem, tenho uma bandeira muito voltada para essa área. De poder, por exemplo, implantar o jovem aprendiz no setor público. Para que os governos possam dar oportunidade ao primeiro emprego, estamos falando da geração de emprego e renda. O fortalecimento da nossa economia. Além disso, vou defender a bandeira municipalista. Sabemos das dificuldades que os prefeitos enfrentam para fechar as contas. 

 

Chegando para a Bahia, o PP compôs o arco de apoio da candidatura de ACM Neto, que não conseguiu a vitória. Na sua opinião, existe possibilidade de manutenção dessa aliança? Como ela está atualmente?

Nós caminhamos com ACM Neto, com Cacá Leão a frente desse processo, ocupando a majoritária. Estamos na base de apoio nos municípios, trabalhando. Creio que o momento da eleição já passou e precisamos olhar para a frente. O PP, como se sabe, é um partido de centro, não vejo dificuldade em ter uma adesão ao governo de Jerônimo. Estive com ele, ele esteve na minha casa com o presidente eleito. A convite do atual governador e de Jerônimo, nesse encontro recebemos o convite para compor a base do governo na Bahia e em Brasília. Estamos conversando isso internamente, passamos para a executiva em Brasília. Na Bahia estamos conversando com os estaduais, mas não tomamos decisão sozinho. Preciso conversar com a bancada e o partido. Tanto que quando apoiamos a ACM Neto, o partido foi unido, juntos na mesma ideia e posicionamento. Queremos fazer isso com o governo da mesma forma, ou mesmo que não se tenha 100%, teremos 90% para esse assunto. Assuntos estão adiantados. Jerônimo disse que quer conversar com o PP, não através de João Leão, por conta do desafeto pessoal, mas demonstrou postura diferente com a gente. Ele estava em nossa casa. Mostra a amizade e relacionamento que temos. As conversas estão muito boas, não só a Jerônimo, mas como a base, é praticamente unanimidade que a gente precisa participar com o novo governo. 

 

Cacá Leão e João Leão são os únicos que buscam manter a aliança com ACM Neto?

Basicamente a única resistência é essa. João e Cacá. Mas creio que com o tempo isso vai diminuindo. Hoje vi que Leão falou que o PP não tem problema em conversar, Hassan de Zé Cocá também. É questão de tempo ter 100% do partido alinhado com o governo. Estar sem resistência. É natural, acabou de sair de uma eleição, Cacá estando muito tempo ao lado de Neto. Cria uma relação, não é fácil fazer de uma hora para outra. 

 

Foto: Reprodução / Instagram 

 

A relação de fato com o partido é positiva, Ronaldo Carletto recebeu em casa o presidente eleito Lula, em Porto Seguro. Como foi a estadia? O senhor esteve lá?

Muito positivo. O clima de vitória é sempre bom. O presidente eleito é uma figura muito agradável. Ele passou cinco dias lá, estive lá durante três dias, deixei eles mais a vontade para curtir a lua de mel com Janja. Conversamos muito, até mais sobre relações pessoais do que política. Ele estava desgastado pelas eleições, entendi que não era o momento para falar de política. Foi para criar esse relacionamento, aproximando, para que no futuro a gente busque recursos para nossa região e demandas. Foi muito mais de descontração e descanso. Aproximar nosso laço de relacionamento. Foi muito agradável, qualquer um que conversar com ele mais de dois minutos fica encantado. Ele estava ali como uma pessoa normal, membro do nosso ciclo, da família.