Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias
Você está em:
/
Entrevistas

Entrevista

Coronel defende 'inversão' no grupo político ao citar candidatura do PSD ao governo da Bahia - 26/07/2021

Por Gabriel Lopes

Coronel defende 'inversão' no grupo político ao citar candidatura do PSD ao governo da Bahia - 26/07/2021
Foto: Bahia Notícias

Quadro importante do PSD na Bahia, o senador Angelo Coronel defende que o partido tenha candidatura própria ao governo do estado nas eleições de 2022. Por aqui, a legenda compõe a base de apoio do governador Rui Costa, do PT, que deve lançar o senador Jaques Wagner como pré-candidato ao pleito. Para Coronel, no entanto, a escolha de um nome do PSD seria uma "inversão" no grupo político.

 

“Eu sempre digo que time que não joga não tem torcida. Eu defendo candidatura própria dentro do nosso partido, PSD. E essa candidatura que eu defendo é a de Otto Alencar. Eu vejo Otto com uma mudança no protagonismo, já que o PSD vem sempre apoiando os governos do PT (Wagner e Rui Costa), eu defendo agora uma inversão, que a gente tenha Otto Alencar para o governo e ainda Rui Costa possa vir também compor a chapa para o senado", afirmou Coronel em entrevista ao Bahia Notícias.

 

Nos últimos dias, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, fez afagos ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM), ao citar o democrata como nome pacificador do país na eleição para presidente. Questionado sobre como essa movimentação, caso efetivada, pode influenciar as alianças do PSD na Bahia, Angelo Coronel foi objetivo: "partido é partido".

 

“Evidentemente que se um partido tem um candidato a presidente, espero que o partido tenha palanque em todo o estado do Brasil, é natural", disse o senador.

 

Senador, com o que vem sendo divulgado durante a CPI da Pandemia, há uma pressão para a retomada da CPMI das Fake News, na qual o senhor é presidente e teve o trabalho interrompido em 2020 devido à pandemia. Como o senhor analisa o trabalho desenvolvido pela CPI da Covid até aqui e qual paralelo faz entre as comissões?

A CPI da Covid tem entrado em outras áreas, fora até do escopo do seu foco principal da época que foi aprovada, assinada por boa parte dos parlamentares e aprovada pelo presidência do Senado. Eu acho que ao final será benéfico, quem mexe com vidas tem que ter um carinho especial. E eu vejo até então que houve negligência por parte de membros do governo, principalmente na questão da compra de vacinas. E também estamos vendo aí, suspeitas de supostas corrupção dentro do seio do ministério da saúde. A CPI, ao final, deverá gerar um relatório, espero ser com provas materiais para que o Ministério Público acate e abra processo para aqueles que merecerem ser processados. Agora, se não tiver prova material fica sem sentido porque o MP não vai abrir inquérito contra ninguém se não tiver a prova material.

 

Atualmente qual a situação da CPMI das Fake News? Há um diálogo com o presidente Rodrigo Pacheco para definir os próximos passos e uma possível reativação?

Estamos mais ou menos acordados que, na volta dos trabalhos, no segundo semestre, vamos avaliar para ver a possibilidade de reabrir todas as comissões que estão paralisadas, inclusive a de combate às fake news. No momento não existe comissão trabalhando presencial, com exceção da CPI da Covid, já que é uma CPI que realmente carecia da presença física para que se chegasse a conter essa sangria que estava acontecendo no país com a falta da compra de insumos e vacinas e vendo vidas sendo ceifadas a cada dia. A CPI de combate a fake news não é uma CPI com urgência urgentíssima igual a da Covid. Não estamos mexendo com a vida, estamos tentando descobrir e paralisar e tentar punir gangues digitais que andam espalhadas pelo Brasil, difamando pessoas, injuriando pessoas, atacando a honra no anonimato, uma verdadeira covardia. O foco da CPI é fazer um regramento do país, fazer legislação mais dura e meios adequados para chegar aos autores dessas fake news e punir severamente. Principalmente também é focar em certos meios de comunicação que também não checa a notícia, não checa se a informação é correta e vai disseminando algo sem a devida comprovação. Por isso que existe as agências de checagem no país, foram criadas para isso. Mas infelizmente temos no Brasil ainda jornalistas que são disseminadores de desinformação, precisamos conter essa sangria.

 

Durante sua atuação à frente da CPMI, o que foi possível concluir das investigações que tratam de notícias falsas na internet?

Muitas notícias foram confirmadas em canais do YouTube, páginas do Facebook, de pessoas pregando contra o não uso da vacina, principalmente do sarampo. Na época nós não tínhamos essa crise da pandemia. Então a CPMI não adentrou nessa área das vacinas da Covid-19, foi mais em outras doenças que foram erradicadas no passado e que algumas voltando aos poucos por talvez por desinformação que pessoas pregam nas redes sociais. Fizemos também projeto de lei, o 2630, que visa o rastreamento para se chegar aos autores das notícias falsas, principalmente no WhatsApp. Para que a gente possa descobrir e também dar o direito para a pessoa atingida, atacada ao contraditório. Esse talvez seja o grande fruto da CPMI de combate às Fake News. Um projeto duro, que a gente espera transformar em lei e punir e evitar a propagação dessas mentiras que estão na rede de computadores todos os dias.

 

Seu colega de Senado e de partido, Otto Alencar, tem se destacado durante as sessões da CPI da Covid e se mostrado atuante. Como esse protagonismo pode favorecer o partido e a Bahia?

Otto é uma pessoa focada, tem experiência política e na área médica. Ele tem tido destaque robusto, na vida pessoal dele, no mandato e no nosso partido, a nível estadual e nacional. Ele com isso reforça a tese que é uma pessoa que conhece bem e quando entra no assunto ele vai a fundo porque estuda. Não resta dúvida que na Bahia o senador Otto Alencar é o grande nome do nosso partido e um dos grandes nomes do partido a nível nacional.

 

Na Bahia, o PSD compõe a base do governador Rui Costa. Tem se falado que o PT deve lançar a candidatura de Jaques Wagner ao governo em 2022. Como está o diálogo dentro do partido para o ano que vem? O PSD cogita candidatura própria ao governo da Bahia?

Eu sempre digo que time que não joga não tem torcida. Eu defendo candidatura própria dentro do nosso partido, PSD. E essa candidatura que eu defendo é a de Otto Alencar. No próximo ano estará sem mandato, apto a disputar qualquer cargo eletivo em 2022 e eu defendo que seja o nome dele o escolhido pelo grupo, que é composto por vários partidos, como o PT, PP, PSB, PCdoB e tantos outros. Não desmerecendo o nome de outros amigos, outros colegas, mas eu torço pela candidatura do meu partido. Eu vejo Otto com uma mudança no protagonismo, já que o PSD vem sempre apoiando os governos do PT (Wagner e Rui Costa), eu defendo agora uma inversão, que a gente tenha Otto Alencar para o governo e ainda Rui Costa possa vir também compor a chapa para o Senado. Com isso, o vice-governador João Leão representante do PP, assumiria o governo da Bahia e continuaria tendo a indicação para compor a chapa majoritária. Essa é a minha defesa. E além do mais, é tão bom viajar com Wagner e voltar toda semana, e se Wagner vier a ser governador, vai me fazer uma falta muito grande (risadas). Já vi até a manchete, ‘Coronel não abre mão da companhia de Wagner semanalmente ao Senado’.

 

O ministro João Roma também passou a ser ventilado com mais frequência nos últimos meses como uma "terceira via" na Bahia. O que você acha do nome de Roma como candidato de Bolsonaro aqui?

Todo cidadão eleitor da Bahia e que é filiado a um partido tem condições de pleitear e sonhar em ser governador. Eu acredito que o deputado João Roma, mesmo não sendo baiano, mas já se tornou um baiano, ele está aspirando disputar o governo com apoio do presidente Bolsonaro é válido a candidatura dele e eu só posso desejar-lhe boa sorte, pena que não posso votar nele porque já tenho Otto Alencar para dar meu voto a governador.

 

Nos últimos dias o presidente do PSD, Gilberto Kassab, sinalizou uma aposta na candidatura do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que atualmente está no DEM, para uma "pacificação do país". Para o senhor, Pacheco é uma alternativa sólida, capaz de fazer frente a Bolsonaro e Lula, ou até mesmo Ciro Gomes?

Eu não tenho nada contra. Eu acho que todos os partidos deveriam ter candidaturas próprias. E no segundo turno, aqueles dois que ficarem, os demais sentam para conversar. Agora, aqui na Bahia temos uma aliança com o PT, PP e outros partidos. Vamos ver como vai desenrolar esses meses que temos pela frente até chegar na decisão de escolha do nome para ver como seremos tratados.

 

Uma movimentação como essa não obrigaria o partido a construir um palanque para ele na Bahia?

Evidentemente que se um partido tem um candidato a presidente, espero que o partido tenha palanque em todo o estado do Brasil. É natural, partido é partido, se a nossa convenção nacional resolver todos que tenhamos um candidato a presidente, eu não tenho motivo para ir de encontro a candidatura do meu partido. Respeito quem tem opinião divergente, mas não vejo motivo para não marchar com candidatura própria.

 

Em 2020, o PSD foi o partido que mais conquistou prefeituras na Bahia. A que o senhor atribui esse sucesso alcançado pelo partido?

O partido 55, PSD, é uma família. Temos vários deputados federais, estaduais e lideranças que sempre pensam numa meta de se tornar um partido aberto, do diálogo, de quando alguém tem um problema os outros ‘players’ do partido estão lá com a mão estendida. Cresceu em virtude disso, dessa parte de tratar bem as pessoas e conviver com as dores das pessoas e também as alegrias. Por isso eu considero o PSD uma família, que na Bahia muito bem conduzida pelo senador Otto Alencar, que se tornou para muitos um ‘paizão’. Nós temos como meta tratar bem as pessoas para que a gente possa crescer cada dia mais a nossa família 55 na Bahia.

 

Sobre as últimas votações no senado antes do recesso, o que foi pautado? Um PL seu foi aprovado, fala um pouco mais sobre isso.

Eu acredito que as mulheres precisam entrar efetivamente na vida pública. Quando eu assumi o senado, eu fiz um projeto dessa natureza que foi mal interpretado por várias mulheres. Eu fiz questão de fazer outro projeto que praticamente é quase igual ao anterior, fui mais explícito, colocando já um percentual de cadeiras efetivas para as mulheres. A mulher é importante estar participando no dia a dia das questões, municipais, estaduais e do Brasil. É um estímulo, vamos começar com 18% das vagas nas Câmaras de vereadores, assembleias do Brasil, Câmara Federal, já estão garantidos os 18% para as mulheres brasileiras. As mulheres já tem conquistado muito espaço e acho que essa cota é uma maneira de incentivar, sempre digo que mulheres têm méritos. Mas nada como dar um incentivo para que elas entrem na política com mais vontade.