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Entrevista

João Santana não 'tolera corrupção', mas não sabe responder se acredita na inocência dos Vieira Lima - 10/09/2018

Por Bruno Luiz / Jade Coelho

João Santana não 'tolera corrupção', mas não sabe responder se acredita na inocência dos Vieira Lima - 10/09/2018
Fotos: Paulo Victor Nadal/ Bahia Notícias

O candidato ao governo do estado João Santana (MDB) afirmou veementemente não tolerar corrupção. Ele, que se intitula trabalhador e honesto, garantiu que no seu governo jamais nomearia réus em investigações sobre corrupção. Amigo pessoal dos irmãos Vieira Lima, Santana não soube responder se acredita na inocência de Geddel e Lúcio no caso do bunker com R$ 51 milhões atribuído à família. Ainda em relação aos Vieira Lima, o presidente do MDB na Bahia afirmou que não costuma duvidar nem questionar colegas de partido: “Quem é o companheiro de partido que vai duvidar do outro ou achar que o outro está produzindo alguma coisa? Que é isso? Nós todos somos homens de boa fé, estamos trabalhando, fazendo as coisas todas, admitindo que está tudo bem.  Agora se as pessoas fossem trabalhar assim antes de se fazer um partido se partia o partido tá certo? Qual é a nossa profissão no caso? Somos militantes partidários e não investigadores da vida alheia”, assegurou.

 

Apesar de afirmar votar em Henrique Meirelles, apoiar e defender o governo Michel Temer, João Santana não faz nenhum tipo de menção ao presidente da República durante a propaganda eleitoral na TV, mas assegura que esse fato não tem relação com a baixa popularidade e avaliação negativa de Temer pela população. “Eu conheço Temer há uns 40 anos, eu sou mais velho que ele também no MDB. Pra mim, ele sempre foi um homem honrado. Para mim, ele assumiu uma postura que, em cada milhão de pessoas na vida política, um apenas teria coragem de assumir, que foi o que ele fez, assumiu um governo que ele ajudou a eleger, mas depois que ele assumiu passou a ser golpista”, disse e acrescentou que defende isso por onde passa.

 

João Santana acredita que o desemprego é o principal problema enfrentado pela Bahia atualmente e promete resolvê-lo a partir de investimentos em três áreas: economia agrícola, turismo e educação.  “O homem que não tem emprego é um escravo. Vou trabalhar com três pilares, mas não vou trabalhar com nada pontual, evidentemente que se alguém vier instalar uma empresa aqui eu vou fazer toda a corte, intensificar a vinda do cidadão ou do grupo, mas você sabe muito bem que hoje a indústria que não é resultante de uma cadeia de produção essa indústria é sazonal e cada dia reduz mais a capacidade de empregar por causa da informática e da digitalização, etc. [...] Eu quero lutar contra o desemprego de modo sustentável”, garante.

 

Qual é o grande problema enfrentado pela Bahia e como o candidato pretende resolvê-lo?

O desemprego. Porque a Bahia tem hoje diretamente 1 milhão e 400 mil desempregados e indiretamente 2 milhões. Nós temos em torno de 600 mil, principalmente na zona rural, que desistiram de procurar emprego é um pequeno produtor rural ou um agricultor familiar e tá vivendo do biquinho da galinha que ele cria e do porco que ele cria. O homem que não tem emprego é um escravo. Vou trabalhar com três pilares, mas não vou trabalhar com nada pontual, evidentemente que se alguém vier instalar uma empresa aqui eu vou fazer toda a corte, intensificar a vinda do cidadão ou do grupo, mas você sabe muito bem que hoje a indústria que não é resultante de uma cadeia de produção é sazonal e cada dia reduz mais a capacidade de empregar por causa da informática e da digitalização, etc. Digamos você vai construir 50 ou mil casas, você emprega pessoas, mas aquilo é sazonal. Eu quero lutar contra o desemprego de modo sustentável. Primeiro através da economia agrícola que é a grande mãe da Bahia, sempre foi e continua sendo. Nessa economia, você encontra 40% do que se exporta hoje mesmo com a crise. Na economia agrícola encontra 40% da população economicamente ativa e também cacau, sisal, mamona, fumo, todas essas culturas em absolutamente decadência sem que os últimos governos não tenham feito nada por elas nos últimos anos, apenas tiraram. E olha que cacau sustentou a Bahia por 100 anos. Então um pilar seria a economia agrícola, reativá-la para abrir possibilidade de emprego. Segundo economia na área do turismo, porque turismo e agricultura são as áreas que mais empregam. Na Bahia não temos praticamente atividade turística, embora o estado seja um point turístico em todas as suas áreas, do litoral ao mais distante sertão, você encontra elementos de turismo. Nosso governo acabou com a Bahiatursa, não recuperou o Centro de Convenções e nem fez um novo e nós não estamos explorando, é outra fonte enorme. A terceira fonte, que é o terceiro pilar para reduzir o desemprego é a educação profissional de nível médio. Eliminar as principais escolas de curso médio do estado nas capitais regionais, nas cidades polo, e transformá-las em escola de tempo integral que prepare os alunos nas humanidades no ensino acadêmico para prosseguir até a universidade e que até o fim do curso médio ele tenha uma profissão seja na área da eletricidade, da agricultura, do comércio, da mecânica, etc.
 

Qual a diferença da sua candidatura para as demais?

Eu sou a grande alternativa ao que está aí, um carlismo e um petismo ao longo de 35 anos, mandando no estado na Bahia e nenhum problema resolvido.

 

Qual é o seu candidato à presidência da República? Por que escolheu apoiá-lo?

[Henrique] Meirelles, não é só porque é o candidato do MDB é porque ele mais ou menos como eu, quer trabalhar a economia, quer chegar a melhores dias no Brasil através da economia. Faz sentido. Você não pode falar de saúde, educação, de nada, se não tiver uma boa economia. E eu, no meu caso, também quero retornar a Bahia o processo de desenvolvimento através da economia do estado. Por isso eu estou com o nosso amigo Henrique Meirelles.

 

Você pretende governar a Bahia pelos próximos quatro anos. O programa de governo que você apresentou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tem apenas seis páginas com propostas descritas apenas em tópicos, que não detalham como elas serão aplicadas caso você vença a eleição. Como os eleitores podem saber suas propostas a fundo e se elas são factíveis já que você não mostra como vai colocá-las em prática no programa governo?

Se você pegar um programa de governo de quem quer que seja, se você trocar as siglas, todo mundo é japonês. Todos são parecidos. Todos falam do bem estar, da saúde, da educação, etc. No meu caso eu preferi colocar os tópicos porque em torno deles eu estou fazendo a campanha. Eu acabei de dizer aqui que meu maior problema, meu maior foco é o desemprego e através de que eu vou realizar. Agora, será que vocês achariam conveniente eu colocar como eu vou produzir a recuperação do sisal, a recomposição da lavoura da mamona? Seria uma piada, uma brincadeira, até porque a grande maioria dos leitores não entende do assunto, então seria um plano de governo para especialistas, então eu eliminei isso, coloquei tópicos, em torno deles eu estou vendendo minhas ideias, passando ao povo as minhas ideias e posso adiantar a você que estou sendo muito feliz na recepção disso, porque não é uma questão de amigos, eu tenho recebido manifestações das mais diversas me dizendo que até vai votar em mim porque acha que eu sou uma pessoa extremamente franca, positiva e honesta. Eu não estou precisando de crédito, porque eu já tenho crédito. Foram 12 áreas governamentais que eu exerci fora a iniciativa privada, saí de secretário de prefeitura no interior a ministro de Estado, e em todas eu realizei sem ser puxa saco, sem pedir, nunca me escalei para jogar num time, sempre fui chamado, e quem tem essa trajetória alguma coisa tem que ter feito de positiva, então eu já tenho esse crédito. Crédito esse que quem está no poder não tem, se ele disser que vai fazer agora você pergunta porque não fez, e outros que ainda não tiveram essa experiência toda que eu tenho.
 

Apesar de um emedebista histórico, sua atuação dentro do partido nos últimos anos foi discreta, principalmente no período de anos de domínio dos Vieira Lima. Há acusações na Justiça de que eles usaram influência política dentro do partido para obter vantagens pessoais. Durante esse tempo todo o senhor e correligionários não buscaram saber o que acontecia entre as maiores lideranças do partido? Não houve negligência por parte de vocês?
Absolutamente. Você está me dizendo coisas que eu desconheço. Por exemplo, nós tivemos no PMDB, já fui presidente do partido uns quatro anos atrás e sou presidente agora novamente, repare só Romulo Almeida, Marcelo Cordeiro, Pedro Irujo, Rui Bacelar, Nilo Coelho, João Almeida, eu, Geddel [Vieira Lima], todos fomos presidentes do PMDB e nenhum de nós foi dono do partido e nem é, porque se existe um partido no mundo onde a pessoa diz o que não deve é o PMDB porque ele vai ouvir o que ele não quer. Você tá entendendo? Agora uma é você ser dono de partido no estilo tradicional, num estilo que ainda existe aqui na Bahia, outra coisa é você ser membro de um PMDB que deu apoio aos seus companheiros.

 

Mas os Vieira Lima dominaram o partido para um...

Não...

 

O senhor falou que é militante histórico...

Histórico não, eu tenho 50 anos os Vieira Lima só tem 30 e poucos.

 

O senhor está há anos ali. Nunca buscou sondar nada? O senhor não era qualquer nome ali dentro, foi ministro de Estado indicado pelo MDB. Na época do domínio dos Vieira Lima, o senhor não sabia o que estava acontecendo ali dentro?

Ninguém. Se você se refere ao tal bunker de dinheiro você está perdendo tempo, porque quem é o companheiro de partido que vai duvidar do outro ou achar que o outro está produzindo alguma coisa? Que isso? Nós todos somos homens de boa fé, estamos trabalhando, fazendo as coisas todas, admitindo que está tudo bem.  Agora se as pessoas fossem trabalhar assim antes de se fazer um partido se partia o partido tá certo? Porque qual é a nossa profissão no caso? Somos militantes partidários e não investigadores da vida alheia. Não tem sentido isso. Agora o que você está se referindo, que alguém se refere sempre e eu gostaria de rebater isso aqui, veementemente, eu sou amigo dos Vieira Lima há 35 anos, desde que eles chegaram no PMDB, que eu já tinha 15 anos, o próprio Geddel já foi meu subordinado na Embasa, quando eu fui presidente, ele era diretor. Eu convivi com Geddel Vieira Lima no Ministério da Integração Nacional, e fui ministro da Integração Nacional e ocupei o cargo que considero o mais importante do ministério que é Secretaria Nacional de Infraestrutura Hídrica. Querido amigo eu paguei R$ 17,8 bilhões em obras, paguei R$ 20 bilhões em financiamentos Sudene, algum problema com os Vieira Lima lá no Ministro da Integração? Não. Até hoje nada gira em torno disso. Segundo, eu vivi e convivi em uma época em que havia Lava Jato e eu também não sabia, hoje o presidente da República que era o meu chefe [Luiz Inácio Lula da Silva] está preso, [Antonio] Palocci tá preso, um monte de gente tá preso e eu estou aqui democraticamente ouvindo suas perguntas e respondendo. Livre como um passarinho, porque a dignidade e a ética são as coisas mais tradicionais, trabalhador e digno eu sempre fui, então não vejo porque essa preocupação.

 

Candidato, o senhor falou que é amigo dos Vieira Lima há muito tempo. O senhor acredita na inocência de Lúcio e Geddel? Colocaria a mão no fogo por eles?
Em primeiro lugar o senhor está me pondo na condição de Deus, ou de magistrado supremo.

 

Eu estou fazendo uma pergunta ao senhor, se o senhor confia?

Não, vamos, sério, faça sua pergunta e receba também a resposta.

 

Eu estou recebendo a resposta. Estou questionando em cima dela.

Eu não tenho opinião sobre o assunto. O caso está na Polícia Federal, no Ministério Público com os advogados da família. Se ao fim do processo eles tiverem culpa que sejam punidos, se não tiverem culpa a sociedade vai cometer um terrível malefício a eles porque ninguém mais na vida vai se esquecer disso. Porque a má notícia fica mais do que a boa não é verdade? Inclusive na mídia, a mídia pega um assunto ruim e replica 20, 30 vezes, quando alguém descobre a pólvora é uma notícia de segundos, então essa é a realidade da vida. Eu não faço juízo de valor daquilo que está acontecendo com ele, até porque o Ministério Público disse na televisão e o querido jornalista deve ter ouvido que [Jaques] Wagner, o ex-governador da Bahia surrupiou R$ 84 milhões só na obra da Fonte Nova, fora outras ameaças que tem aí pelo ar. E eu não tô atrás disso achando que Rui, que é afiliado político de Wagner, é diferente, eu não sou afiliado de Geddel, sou amigo e companheiro, estou a mais tempo na política do que ele, agora o Rui que é afiliado político será que ele também está envolvido, ou vai se sentir envolvido, ou vai fazer coisa errada por causa disso? Não me cabe fazer esse tipo de juízo. Por isso eu gostaria que as pessoas não fizessem este tipo de juízo em relação a mim e o que aconteceu com a família Vieira Lima. Como eu disse, eu não peço crédito a ninguém por dignidade e capacidade de trabalho porque eu tenho. Só como executivo de governo foram 12 cargos, os mais diferentes possíveis, e eu me saí sempre bem.

 

O senhor não tem citado, pelo menos a gente não tem visto, o presidente Michel Temer, que é do seu partido. O próprio candidato à Presidência pelo partido, Henrique Meirelles, tem adotado a mesma estratégia ao que parece, até fala mais do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva do que do próprio Temer. No seu programa eleitoral na TV tem até uma foto que aparece o senhor com o ex-presidente Lula. O senhor tem medo que essa rejeição ao Temer contamine a sua campanha e por isso ele não tem sido citado?

De forma alguma. Eu conheço Temer a uns 40 anos, eu sou mais velho que ele também no MDB. Pra mim ele sempre foi um homem honrado. Para mim, ele assumiu uma postura que em cada milhão de pessoas na vida política um apenas teria coragem de assumir, que foi o que ele fez, assumiu um governo que ele ajudou a eleger mas depois que ele assumiu passou a ser golpista. Olhe bem, as duas vezes as urnas elegeram o cara, depois que os caras erram, e republicanamente a justiça tira a Dilma [Rousseff], ele assume e passou a ser, para essa oposição, golpista. Mas ele assume sabendo que vai contrariar interesses, partidos sectários, e vai parecer ao povo até antipopular, mas ele assume e começa a fazer as reformas para reconduzir o país. Infelizmente ele não concluiu o que começou, fez muita coisa. Nós estamos com a inflação equilibrada, nós injetamos muitos bilhões na economia, pelo menos nós não estamos mais em queda, estamos em início de recuperação.

 

O senhor vai defender isso na sua campanha na TV?

Não, mas eu já disse isso em todo lugar onde eu passei.

 

Mas a campanha na TV é também uma forma de mostrar para a população o que o senhor defende, quais são as suas ideias políticas, a sua filiação ideológica.

Ideologicamente eu sou socialista. Você não vai achar entre os candidatos um igual a mim. Sabe por que? Porque desde rapaz eu abdiquei da fortuna. Eu tenho capacidade, tenho formação, tenho graduação, para ganhar dinheiro e sei ganhar dinheiro. Mas sempre achei que muito dinheiro na mão de uma pessoa só, elimina a possibilidade de milhares terem acesso a esse dinheiro, então o dinheiro que me preocupa é apenas o de manutenção da minha família, da criação dos meus filhos, que eu já criei. Se você pegar meu imposto de renda e tiver conhecimento da minha vida, vai ver que eu sou uma pessoa que não se preocupou em fazer patrimônios e nada disso. Pelo que eu passei, se eu tivesse um por cento de indignidade eu era rico, era milionário, foram bilhões e bilhões a vida inteira que eu administrei. Então eu sou um militante e acreditem nisso, e sendo eu um militante, um homem digno, trabalhador, um emedebista há 50 anos, vou dizer que tenho receio de dizer que sou amigo de Michel Temer? Pelo amor de Deus. Você que é baiano deveria agradecer a Michel Temer as coisas que ele fez pela Bahia, o metrozinho é dinheiro de lá, o BRT é dinheiro de lá, as clínicas e policlínicas são dinheiro do Ministério da Saúde, R$ 18 milhões foram colocados na Bahia através de emendas parlamentares de todos os partidos esse ano, e o governo Michel Temer não isolou ninguém, não perseguiu ninguém, de partido nenhum. Ele é uma vítima, no meu entendimento, da única coisa que o pessoal do PT e do PCdoB sabe fazer e provou agora que era a oposição. E com base nisso os arautos da infelicidade giram e fazem com que isso se torne uma peça negativa.

 

O senhor é a favor da soltura do ex-presidente Lula? Como o senhor se posiciona em relação a isso?

Se eu não dou um palpite na vida dos meus amigos íntimos aqui com relação a veracidade dos fatos que estão imputando a eles, avalie do presidente Lula. Ele que responda pelo que fez. Eu lamento porque ele é um ser humano, veio do interior do Nordeste, se tornou  um fenômeno político, se tornou presidente da República. Como aqui na Bahia, os Vieira Lima, Geddel se tornou um grande político, então eu lamento. Agora, não posso nem de longe aqui falar se é viável, se não é viável, gostaria até que ele provasse que é inocente, mas quem sou eu para entrar nessa questão?

 

Um tema que está caro nessa eleição é a corrupção. Se houver alguma suspeita de casos de corrupção no seu secretariado, por exemplo, como é que o senhor vai proceder? Qual o critério o senhor vai adotar?

O primeiro critério é evitar ao máximo convidar alguém que por acaso tenha tido assim um lampejo de indignidade.

 

Mas o senhor mesmo disse que, como no caso de Geddel e Lúcio, não dá para prever isso.

Eu não disse que não dá para prever erros de Geddel, não dá pra prever o que aconteceu com Geddel. Primeiro eu acho que a composição do meu governo será feita com baianos, claro que se eu tiver no meu partido alguém com a mesma capacidade de alguém que não é do meu partido eu vou preferi-lo. Mas independentemente disso eu vou atrás de um conjunto que chama-se mérito e sensibilidade pública, porque na vida privada você pode colocar um tecnocrata e dizer 'eu quero resultado', e ele só tem que responder ao dono, na vida pública não, você tem que dizer que quer resultado e ele tem que responder a quem quer resultado e ao povo, do qual ele é funcionário. Com 74 anos e agindo como eu sempre agi, corrupção e preguiça no meu governo vão passar a léguas de distância, não aceito. Se eu não sou, se eu não participo, se eu não admito, como é que eu vou admitir que outro venha no meu governo manchar meu governo? De forma alguma.

 

O senhor falou que tem pavor a corrupção, deu até essa entrevista ao jornal Tribuna da Bahia, mas atualmente está aliado a Lúcio, que é réu nesse caso do bunker. Esse pavor do senhor é adotado somente para o secretariado ou também aliados? Seu pavor com corrupção é mais flexível e seletivo?

Esse termo pavor é exagero de quem colocou, eu devo ter dito que não tolero. Negócio de pavor, figurinha, adjetivação boba. Me desculpe se o jornalista fez assim, eu não me lembro de ter dito que tenho pavor. Eu não tolero, é diferente. Esse negócio de pavor, de gostar, isso é conversa. Agora, no caso específico de Lúcio, ele é deputado federal, está no mandato dele, foi o mais votado da Bahia, tem um mundo de serviços prestados às prefeituras da Bahia toda, e a lei permite que ele seja candidato. Então sou eu que vou dizer que Lúcio tem culpa ou deixa de ter? Não. Se eu não prejulgo um membro de outro partido como Lula, avalie no meu. Não posso julgar e acho que é um absurdo esse pré-julgamento das pessoas entende?

 

O senhor colocaria um réu no seu secretariado?

Não, aí não, porque aí eu estou procurando sarna pra me coçar.