ECOS DA TEMPORADA DE MODA II
Por Jamil Moreira Castro
Dentro do contexto de moda como negócios, Paulo Borges afirma em entrevista para a revista Pocket Provocante que na Bahia “não tem marcas que se definam como lançadoras de moda”. Diz que o nosso mercado “ainda é abastecido por marcas nacionais. As locais ainda não têm compromisso de arriscar, por isso, este movimento ainda não é expressivo”.
A gente discorda quase que totalmente com o seu discurso. Isso porque, anos a frente do evento do Iguatemi, o produtor praticamente não contribuiu em nada para a evolução e profissionalização da moda na Bahia. Será que aqui o seu papel também não seria de fomentar a moda local?
Aqui, os seus eventos reproduzem os mesmos desfiles que as grandes marcas apresentaram em São Paulo e no Rio. Essas mesmas que abastecem o mercado local. A gente lembra que há alguns anos, numa coletiva na São Paulo Fashion Week, ele anunciou, com data, que o Amni Spot passaria por Salvador. O seu evento criado para lançar e gerir novos talentos não existe mais e, é claro, nunca passou por aqui.
Ainda bem que temos marcas e criadores, que não são poucos, com coragem de arriscar e comprometidos com o mercado local.
* A revista Pocket pode ser retirada na Bilbao, Paradoxus, Vivire, Abx Contempo e no circuito Salas de Arte.