Modo debug ativado. Para desativar, remova o parâmetro nvgoDebug da URL.

Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias

Notícia

'Charlie Hebdo' volta a publicar charges de Maomé no dia do julgamento de extremistas

'Charlie Hebdo' volta a publicar charges de Maomé no dia do julgamento de extremistas
Foto: Reprodução / Instagram @charlie_hebdo_officiel

A revista francesa Charlie Hebdo voltou a publicar charges de Maomé nesta quarta-feira (2). A veiculação das sátiras acontece na véspera do início do julgamento pelos ataques extremistas que atingiram a redação, há cinco anos. 

 

“Tudo isso [em referência aos ataques], para isso”, diz a manchete, que reproduz as charges que o veículo publicou em 2006 em sinal de solidariedade ao jornal dinamarquês Jyllands-Posten, ameaçado por ser o primeiro a imprimir desenhos do profeta muçulmano.

 

Conforme noticiou o site do jornal El País Brasil, as páginas internas do jornal trazem mensagens como: “Nunca descansaremos. Nunca renunciaremos”. Os dizeres são do atual diretor do Charlie Hebdo, Riss, que ficou gravemente ferido no atentado à redação realizado pelos irmãos Chérif e Said Kouachi em 7 de janeiro de 2015.

 

Em decorrência do ataque morreram o diretor da revista satírica, Charb, e os cartunistas Cabu, Tignous e Wolinski. No total, 12 pessoas morreram naquele primeiro atentado, oito delas membros ou colaboradores do Charlie Hebdo. Um dia depois, um cúmplice dos Kouachi, Amedy Coulibaly, assassinou um policial nos arredores de Paris para acabar assaltando, no dia 9 de janeiro, o supermercado judaico da capital Hyper Cacher, onde matou outras quatro pessoas antes de ser morto.

 

Além dos 12 desenhos publicados originalmente em solidariedade ao jornal dinamarquês, o Charlie reproduziu a capa do número original de 8 de fevereiro de 2006 feita por Cabu e que mostra Maomé cobrindo os olhos com as mãos horrorizado e dizendo: “É duro ser amado por idiotas”.

 

“Desde janeiro de 2015 nos pedem repetidamente para publicar outras charges de Maomé. Sempre recusamos, não porque seja proibido, porque a lei nos permite, mas porque era necessário um bom motivo para isso, uma razão que fizesse sentido e que contribuísse com algo para o debate”, explica a redação da revista sobre a edição desta quarta.

 

“Reproduzir estas caricaturas nesta semana da abertura do julgamento dos atentados de janeiro de 2015 nos pareceu indispensável”, acrescenta a publicação no “número especial” dedicado aos três dias de atentados terroristas que abriram 2015 e desencadearam uma outra onda de atentados que deixaram 130 mortos em novembro daquele ano.

 

Segundo o Charlie Hebdo, as charges são provas do que aconteceu na França e assim era necessário recuperá-las, pois “desde 2006 já se passaram 14 anos e os jovens franceses que nasceram desde então serão testemunhas de um processo que não compreenderão, pois estes desenhos nunca mais foram publicados. Por isso, é um dever de informação publicar novamente estes documentos que têm um valor histórico tanto histórico quanto penal”.

 

De acordo com o El País Brasil, o presidente do Conselho Francês do Culto Muçulmano (CFCM), Mohammed Moussaoui, pediu na terça-feira que “ignorem” as charges do profeta e que pensem nas vítimas do terrorismo.

 

A revista francesa adiantou em suas redes sociais que a nova edição traz também uma pesquisa sobre a liberdade de expressão. O julgamento dos jihadistas vão até novembro. O processo é considerado, em grande parte, como um caso que será analisado o estado da liberdade de expressão e o direito à blasfêmia que é protegido por lei na França.