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Marca Bahia Notícias

Notícia

Após ataque ao Porta dos Fundos, Duvivier só transita com seguranças e veículo blindado

Após ataque ao Porta dos Fundos, Duvivier só transita com seguranças e veículo blindado
Foto: Eduardo Zappia / El País

O ator e humorista Gregório Duvivier cedeu entrevista à AFP e disse que hoje, um mês após o ataque contra a sede da produtora Porta dos Fundos (clique aqui), tem uma vontade "ainda maior de lutar”. Em suas palavras ele disse ainda que a liberdade dele era "inegociável".

 

Na entrevista, reproduzida pela Istoé, ele comentou sobre como soube do atentado, na véspera do Natal, em que o suspeito utilizou dois coquetéis molotov. "Foi algo muito esquisito, foi no próprio Natal, dia que era para estarmos celebrando em família. Fiquei, claro, muito assustado porque a imagem é assustadora mesmo. O vigia que estava lá sofreu sério risco de ter morrido".

 

A possibilidade de sair do país foi cogitada, adimitou, mas, segundo ele, em momentos como esse "também dá aquela vontade ainda maior de lutar”. “As ameaças são constantes, e não vêm apenas de pessoas anônimas. Há inclusive congressistas que falam, no Congresso… Tem sujeito berrando: a justiça não se faz só no céu, se faz também na Terra… São ameaças veladas, não ameaças de morte. Se chegar um momento em que eu sentir de fato que as ameaças são serias e algo pode acontecer, vou sair daqui, não faz sentido". 

 

Ele confessou que, por decisão da Viacom (acionista majoritária do Porta dos Fundos), só anda com segurança e carro blindado. "É uma coisa constrangedora, cerceia a liberdade, mas por outro lado se estão propiciando isso pra gente, temos que aproveitar essa estrutura de proteção”.

 

Questionado se tratar sobre religião no Brasil virou um assunto tabu, Duvivier retrucou: "Acho que não existe tema tabu. Nossa liberdade é inegociável. Não dá para negociar com terrorista. A gente já imaginou Jesus de todas as formas possíveis, acho que inclusive gay, mas o que mudou foi o pais, não foi a gente. Esse mesmo especial de Natal, se tivesse sido lançado há um ou dois anos, não teria tido nada disso. Mas estou com a impressão de que, nesse caso, a maioria está com a gente. Na internet, não param de chegar inscritos e o canal está mais forte que nunca. Essa onda conservadora barulhenta sabe tacar coquetel molotov, tacar fogo, gritar, mas não é majoritária, é uma minoria barulhenta”.

 

A "erosão da democracia", uma "democracia muito recente", seria para ele o principal incômodo no governo de Jair Bolsonaro. "Isso se vê em todas a áreas, inclusive a cultura. Todos esses filmes que foram premiados no ano passado em Cannes (‘Bacurau’, vencedor prêmio do júri, e ‘A vida invisível’, filme que conta com Duvivier no elenco, vencedor do prêmio Um Certo Olhar) foram feitos com incentivos fiscais, graças a uma politica que demorou 30 anos para ser implementada. Essa política já foi para o ralo. Já desmontou tudo, já não existe”, cravou, complementando que outro tema preocupante é o meio ambiente.

 

Para Duvivier, "todo artista é um ativista" e "afeto rompe barreiras”.