Gilberto Gil fala com naturalidade sobre a morte durante ‘Conversa com Bial’
Por Nereida Albernaz
Durante o “Conversa com Bial” desta terça-feira (9), Gilberto Gil falou da morte com tranquilidade. Resumindo a passagem como: “A finitude é uma coisa com a qual a gente tem que lidar”. O cantor iniciou o programa apresentando a música “Não Tenho Medo da Morte”, de composição própria e, em seguida, pediu para declamar a letra da canção “A Morte”, salientando que: “É rainha que reina sozinha, não precisa do nosso chamado medo pra chegar”. Com 75 anos, o cantor relembrou a infância ao lado do pai, que era médico em Ituaçu, pequena cidade do interior baiano. Ainda menino, Gil relata que sempre conviveu com a morte por acompanhar o pai no ofício: “Eu tinha logo cedo uma percepção de que aquilo (morte) fazia parte da vida, né”. Em um trecho do bate-papo, Bial fala que o cantor traz a palavra morte em 20 composições e ele acrescenta: “E quando não a palavra, a questão da finitude”. Apesar do fato, em 103 canções ele traz a palavra vida. Em 2016, Gil ficou mais de 80 dias internados e, por coincidência ou não, no mesmo período Pedro Bial estava hospitalizado no mesmo local, porém os dois não se encontraram durante a estadia. Bial conta em tom descontraído, que nessa passagem pelo hospital o medo de morrer o acompanhou e o artista minimiza. “Você ainda é menino comparado comigo. Com a velhice a meditação sobre a morte se torna mais impositiva”, garantiu. No Instagram, Gil publicou uma foto ao lado de Bial e, nos comentários o público comentou a conversa. “Nem pisco: Gil falando de finitude com discernimento , reflexao e leveza... Um dia eu chego lá! ( E ainda fez musica pra doutora... Só amei”), disse uma seguidora. “Humm!! Conversa com Gil, é sempre muito espiritualizada. Hoje iremos filosofar...”, comentou outro fã.