Encontro entre Bethânia e Afrosinfônica marca terceiro 'Música & Direitos Humanos'

"Tendo como representantes um grupo de cinco mulheres à frente de uma orquestra em um ambiente machista é muito importante pra mim porque a mulher é vítima de preconceito, de violência e vem lutando contra isso", relata Raquel Monteiro, 51, uma das cinco vocalistas da Orquestra Afrosinfônica, que se apresenta neste sábado (12), no Teatro Castro Alves (TCA), em show com participação de Maria Bethânia. O show marca a terceira edição do projeto "Música & Direitos Humanos", que já proporcionou encontros entre Lenine e a Orkestra Rumpilezz.

 

Realizado pela Coordenadoria Ecumênica de Serviços (Cese), a edição de 2016 tem como tema "Pelo Fim da Violência Contra a Mulher". A campanha "16 dias de ativismo pelo fim da violência" teve início em 25 de novembro, data que marca a causa, e se encerrou nesta quinta (10), no Dia Internacional dos Direitos Humanos. "O que eu posso dizer é a luta atual das mulheres é muito importante para a melhoria do mundo. Me sinto honrado em liderar uma orquestra que tem quatro mulheres no naipe de vozes e duas musicistas. A força delas é contagiante", declara o maestro Ubiratan Marques, à frente dos 26 músicos da orquestra.

 

O repertório do show não foi divulgado, mas as músicas que terão participação de Bethânia foram escolhidas a dedo pela cantora. "Me vejo no olho da alma de Plotino (filósofo grego que muito cultuou o belo) e ultimamente venho revisitando uma outra paixão além da música, que é a filosofia, para tentar compreender e conceituar um projeto como este, tão bonito, e que une tantas forças. É a soma da "música" com o tema "direitos humanos" mais a participação de "Maria Bethânia" e da orquestra que montei. Me resumo a sentir. Talvez não precise dizer mais nada", elabora Marques sobre a missão de rearranjar as músicas para o show.
 

Os 26 músicos da orquestra dividem o palco com Maria Bethânia Foto: Rosilda Cruz

A satisfação de tocar ao lado da cantora consagrada na música popular brasileira é unânime entre os artistas. "Maria Bethânia eu acho que é a inspiração pra todo mundo. É um grande prazer poder dividir o palco com uma mestra que nem Bethânia. Pra mim, vai ser um ponto máximo. Não sou conhecida, perto dela não sou ninguém, mas vai ser uma coisa muito forte, muito profissional. A gente está correndo ao máximo para chegar ao máximo olhar de Bethânia", pontua Raquel. Formada em Canto pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), a cantora dedica sua vida inteiramente à música. "Eu vivo de música e vivo alegre, não é um trabalho fácil, tem muita cobrança, o músico popular tem que correr muito atrás do serviço... Pra se formar é complicado, mas a gente vai levando e nunca parando de estudar, dentro e fora da universidade", defende Raquel, que já ministrou aulas no Pracatum, na Banda Erê e, atualmente, é professora da Escola do Olodum.

 

Neste sábado, o público confere, então, esse encontro de sinfonias entre Maria Bethânia e a Orquestra Afrosinfônica, que se apresentam a partir das 21h, no TCA. Toda a renda do show será revertida para os projetos sociais apoiados pelo Cese, que atua no campo de defesa e garantia de direitos.

 

Música & Direitos Humanos 3ª edição

Atrações: Orquestra Afrosinfônica & Maria Bethânia

Data: 12 de dezembro de 2015, às 21h

Local: Teatro Castro Alves

Ingressos: bilheteria do TCA, SACs dos Shoppings Barra e Bela Vista, call center (71 2626-5071) ou site da Compre Ingressos

Valores: (inteira)

R$200 | fileiras de A a P

R$180 | fileiras de Q a Z

R$150 | fileiras de Z1 a Z11