Prefeito à beira da loucura é personagem central em filme exibido no Panorama
Por Cláudio Marques, cineasta e coordenador do Panorama Coisa de Cinema
Foto: Divulgação
O prefeito do Rio de Janeiro quer entrar para a história! Ele quer fazer e desfazer, cortar, botar, mudar, tirar, cimentar e, assim, ser reconhecido como um herói por todos. Tira pedra daqui e bota ali. Destrói o que os antecessores construíram e faz tudo novamente.
Tanta gana faz com que leve seu gabinete para o canteiro de obras, a fim de tudo fiscalizar. Figura do passado, em meio a um presente caótico, o prefeito do filme é sujeito de boas intenções, mas que vive numa farsa grotesca. O personagem, que se veste como um sujeito do século passado (gravata borboleta e bigodinho), é dotado de uma modernidade retrógrada.
Esse prefeito tem ambições políticas desmedidas e chega mesmo a conceber um plano separatista. Para tanto, oferece ruas e bairros do Rio de Janeiro a fim de convencer demais políticos. No fundo, ele quer ser o rei do seu próprio feudo.
"O Prefeito" é um filme que nos faz rir dos nossos próprios horrores. Uma comédia tenebrosa, crítica, verdadeira caricatura sobre a nossa incapacidade política. Um contundente e divertido petardo, mas em nada panfletário.
O cenário principal do filme de Safadi é o viaduto da Perimetral no Rio de Janeiro. Simbólico em muitos sentidos para a cidade. Tanto do passado, quanto do presente. Espécie de retrato do projeto de modernização que assola a capital daquele estado, mas também o de muitas outras cidades pelo país. O gestor aparentemente moderno, mas no fundo arcaico e que muda tudo sem consultar ninguém não é exclusividade deles.
Um filme de ator, ou melhor, sob encomenda para o talentoso Nizo Neto, que compõe um sujeito doente travestido de gestor revolucionário. Destaque ainda para a forma com que Safadi conduz sua opereta.
Serviço:
Competitiva Nacional V
Tanta gana faz com que leve seu gabinete para o canteiro de obras, a fim de tudo fiscalizar. Figura do passado, em meio a um presente caótico, o prefeito do filme é sujeito de boas intenções, mas que vive numa farsa grotesca. O personagem, que se veste como um sujeito do século passado (gravata borboleta e bigodinho), é dotado de uma modernidade retrógrada.
Esse prefeito tem ambições políticas desmedidas e chega mesmo a conceber um plano separatista. Para tanto, oferece ruas e bairros do Rio de Janeiro a fim de convencer demais políticos. No fundo, ele quer ser o rei do seu próprio feudo.
"O Prefeito" é um filme que nos faz rir dos nossos próprios horrores. Uma comédia tenebrosa, crítica, verdadeira caricatura sobre a nossa incapacidade política. Um contundente e divertido petardo, mas em nada panfletário.
O cenário principal do filme de Safadi é o viaduto da Perimetral no Rio de Janeiro. Simbólico em muitos sentidos para a cidade. Tanto do passado, quanto do presente. Espécie de retrato do projeto de modernização que assola a capital daquele estado, mas também o de muitas outras cidades pelo país. O gestor aparentemente moderno, mas no fundo arcaico e que muda tudo sem consultar ninguém não é exclusividade deles.
Um filme de ator, ou melhor, sob encomenda para o talentoso Nizo Neto, que compõe um sujeito doente travestido de gestor revolucionário. Destaque ainda para a forma com que Safadi conduz sua opereta.
Serviço:
Competitiva Nacional V
Quando: 1 de novembro, às 16h30
Onde: Espaço Itaú de Cinema Glauber Rocha (Sala 1)
Ingressos: R$ 10 / R$ 5
- Filmes:
Rapsódia para o homem negro, de Gabriel Martins (MG)
Fuja dos meus olhos, de Felipe Bragança (RJ/Alemanha)
O prefeito, de Bruno Safadi (RJ)
Conversa com os diretores após a sessão.
Em Cachoeira, o filme será exibido no dia 03/11, às 16h30, no Cine Theatro Cachoeirano, sem a presença do diretor.