Filme vencedor do Festival do Rio abre mostra competitiva nacional no Panorama
Por Claudio Marques, cineasta e coordenador do Panorama Coisa de Cinema
Foto: Divulgação
Olmo e a Gaivotanos coloca na intimidade de um casal de artistas, Serge Nicolai e Olívia Corsini. Eles são atores do Théâtre Du Soleil e se preparam para encenar a peça A Gaivota, de Tchekov.
Quando o casal se descobre grávido, o ambiente é inundado pela alegria, mas também pelo medo da mudança. É dolorida a cena em que Serge e Olívia resolvem contar para o restante do grupo sobre a gravidez justamente no momento em que o diretor da companhia revela que Olívia iria se tornar a protagonista da peça que entrará em turnê pela América do Norte. O que deveria ser só contentamento se revela obstáculo. Como conciliar a vida de artista-proletária-mãe-companheira? Ainda mais com uma gestação de risco?
É inegável a sensibilidade e companheirismo de Serge, mas a verdade é que Olívia está em intensa mutação. Será ela, e somente ela, que terá sua vida realmente modificada.
Olmo e a Gaivota é um filme realista. A montagem é delicada, o tom é ameno e muito agradável. A narrativa flui com facilidade. Serge e Olívia são personagens cativantes. Eles são carismáticos e passa a ser quase impossível não sofrer diante da claustrofobia de Olívia, que vaga pelas imagens da juventude no desejo de buscar algum frescor e sonhos que deveriam se renovar diante da vida que está para surgir dentro dela.
A estrutura de Olmo e a Gaivota é nitidamente ficcional, mas, dada a credibilidade que o filme constrói (tom naturalista, excelentes atuações, gravidez real da atriz) em muitos momentos pode-se confundir filme com realidade. Aliás, o longa ganhou o prêmio de Melhor Documentário no último Festival do Rio.
A despeito de ser uma coisa ou outra, o que realmente importa é que Olmo e a Gaivota é um filme encantador, que suscita boas discussões e que fica na memória.
Quando o casal se descobre grávido, o ambiente é inundado pela alegria, mas também pelo medo da mudança. É dolorida a cena em que Serge e Olívia resolvem contar para o restante do grupo sobre a gravidez justamente no momento em que o diretor da companhia revela que Olívia iria se tornar a protagonista da peça que entrará em turnê pela América do Norte. O que deveria ser só contentamento se revela obstáculo. Como conciliar a vida de artista-proletária-mãe-companheira? Ainda mais com uma gestação de risco?
É inegável a sensibilidade e companheirismo de Serge, mas a verdade é que Olívia está em intensa mutação. Será ela, e somente ela, que terá sua vida realmente modificada.
Olmo e a Gaivota é um filme realista. A montagem é delicada, o tom é ameno e muito agradável. A narrativa flui com facilidade. Serge e Olívia são personagens cativantes. Eles são carismáticos e passa a ser quase impossível não sofrer diante da claustrofobia de Olívia, que vaga pelas imagens da juventude no desejo de buscar algum frescor e sonhos que deveriam se renovar diante da vida que está para surgir dentro dela.
A estrutura de Olmo e a Gaivota é nitidamente ficcional, mas, dada a credibilidade que o filme constrói (tom naturalista, excelentes atuações, gravidez real da atriz) em muitos momentos pode-se confundir filme com realidade. Aliás, o longa ganhou o prêmio de Melhor Documentário no último Festival do Rio.
A despeito de ser uma coisa ou outra, o que realmente importa é que Olmo e a Gaivota é um filme encantador, que suscita boas discussões e que fica na memória.
Serviço
Competitiva Nacional I - 29 de outubro, às 19h50, no Espaço Itaú de Cinema Glauber Rocha (Sala 1).
Quanto: R$ 10 / R$ 5
- Filmes:
Outubro Acabou, de Karen Akerman e Miguel Seabra Lopes (RJ)
Meio Fio, de Denise Vieira (DF)
Olmo e a Gaivota, de Petra Costa e Lea Glob (SP)
Conversa com os diretores após a sessão.
Em Cachoeira, o filme será exibido no dia 30/10, às 19h30, no Cine Theatro Cachoeirano, sem a presença de Petra Costa
Competitiva Nacional I - 29 de outubro, às 19h50, no Espaço Itaú de Cinema Glauber Rocha (Sala 1).
Quanto: R$ 10 / R$ 5
- Filmes:
Outubro Acabou, de Karen Akerman e Miguel Seabra Lopes (RJ)
Meio Fio, de Denise Vieira (DF)
Olmo e a Gaivota, de Petra Costa e Lea Glob (SP)
Conversa com os diretores após a sessão.
Em Cachoeira, o filme será exibido no dia 30/10, às 19h30, no Cine Theatro Cachoeirano, sem a presença de Petra Costa