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Marca Bahia Notícias

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Festival de Jazz do Capão vai judicializar caso de censura do governo federal

Por Jamile Amine

Festival de Jazz do Capão vai judicializar caso de censura do governo federal
Foto: Reprodução / Youtube

O produtor executivo do Festival de Jazz do Capão, Tiago Tao, afirmou, em entrevista ao programa Bahia Notícias no Ar, que pretende judicializar o caso de censura envolvendo o governo federal, após a Fundação Nacional de Artes (Funarte) alegar “desvio de finalidade” e negar apoio ao evento via Lei Rouanet (saiba mais). 

 

Tao conta que recebeu o parecer da Funarte na semana passada e diz que o documento surpreende pelo tom ideologizado. “O que me chamou mais atenção, e isso é o que está repercutindo nacionalmente, é que pela primeira vez eles estão colocando num papel timbrado do ministério, ideias que eles já estão discursando há alguns meses”, pontuou, mencionando as falas do titular da Secult, Mario Frias, e do secretário Nacional de Fomento e Incentivo à Cultura, o baiano André Porciúncula. 

 

“Eles já vêm discursando há alguns meses, falando sobre essa ação que eles não vão aprovar projetos que não tenham uma identidade com o governo deles. E aí o tempo todo eles estão falando sobre essa questão da religião e como projetos que antes não eram aprovados e esse ano vão começar a aprovar. E o que chamou atenção da gente foi isso, que eles colocaram no papel ideias que já estavam sendo propagadas em lives realizadas por eles, só que a gente não acreditou que esse discurso que eles têm ideológico fosse tão forte”, disse Tiago. 

 

Diante do cenário, ele ressalta que sua equipe não está sozinha e já está em contato com outros grupos que estão discutindo a cultura do Brasil em âmbito federal. Neste sentido, o episódio específico do Festival de Jazz do Capão poderá ajudar a combater supostas ações arbitrárias do governo federal. 

 

“A gente percebe que já existe sim um movimento de judicializar algumas ações do governo federal, no sentido de tentar na Justiça, junto ao Ministério Público, pontuar algumas provas de que eles estão fazendo má gestão pública. E a gente vai se associar a isso, a gente já conversou com a Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados”, revelou Tiago Tao, segundo o qual, o que vem a somar no caso específico do festival baiano é que o governo Bolsonaro agora colocou no papel o discurso que antes era feito informalmente. “É uma prova física, um parecer emitido pela Funarte, colocando todas essas ideias ligadas a ideologia e religião”, afirmou o produtor, revelando que já existe um documento com mais de 800 páginas que reúne outras provas contra o governo federal.

 

Apesar de estar decidido a judicializar o caso, o produtor informou que as medidas não visam reverter o parecer e autorizar o patrocínio via Lei Rouanet, mas evitar que outros grupos sofram “perseguição ideológica”. “A gente não acredita que vai conseguir o patrocínio, só queremos buscar Justiça e o que é correto”, declarou.

 

VAQUINHA VIRTUAL

Durante a entrevista, Tiago Tao afirmou ainda que o festival será realizado este ano mesmo sem o apoio da Lei Rouanet e informou que ainda nesta semana será lançada uma campanha virtual para financiar o evento (clique aqui e saiba mais).