Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias

Notícia

Em desabafo, Pedro Cardoso revela ansiedade e aponta 'nazifascismo tropical' de Bolsonaro

Em desabafo, Pedro Cardoso revela ansiedade e aponta 'nazifascismo tropical' de Bolsonaro
Foto: Reprodução / Instagram

Conhecido crítico do governo federal, o ator Pedro Cardoso - muito conhecido pelo papel de Agostinho Carrara em "A Grande Família" -  fez um longo texto de desabafo no Instagram sobre a situação política do Brasil, no qual revelou também sofrer de ansiedade desde a posse de Jair Bolsonaro como presidente.

 

“Bom dia. Foto minha para ilustrar o tema: a ansiedade, as redes antissociais e a ilusão vividas por mim. Venho compartilhar pois percebo nos convívios aqui que muitos devem sentir o mesmo que eu. Desde que a desonestidade da medíocre classe média baixa em busca de ascensão econômica, organizada em igrejas e quartéis, clubes e shows ‘sertanejos’, agremiações politiqueiras etc, deu o ar de sua graça, personificando-se no messias militar, eu acordo todos os dias ansioso pelas notícias e pela oportunidade de dizer alguma coisa em oposição à incivilidade desse nazifascismo tropical”, declarou o artista, tecendo críticas, tanto à classe política, em especial ao presidente, mas também a alguns dos grandes apoiadores do governo, como militares, evangélicos, clubes de futebol e cantores sertanejos.

 

Em seu texto reflexivo, Pedro Cardoso destaca a importância dos “amigos de trincheira”, com quem compartilha os sentimentos e serve de consolo na “solidão”. O ator reforça ainda a necessidade do envolvimento político, sobretudo no atual contexto. “Nunca antes a política havia sido assunto diário para mim. Passou a ser quando compreendi, num lento ir compreendendo, que a política, espaço para o entendimento sobre o que nos é comum, desapareceria sob o autoritarismo do bolsonarianismo; como está acontecendo. Vivo, desde então, permanentemente ansioso”, revelou, classificando o ato de escrever como “um egoísmo saudável”, já que diz que lhe faz sentir bem exibir sua revolta.

 

No desabafo, Cardoso falou também, ainda que não muito explicitamente, sobre o papel social dos artistas. “Essa função narcísica das redes antissociais é, a meu ver, a razão de seu sucesso comercial. Mal não há mas haverá se a fala aqui não superar a histeria. Saudável, creio, é que das palavras passemos a ação devotada ao bem comum. Mas, também penso: falar é agir. Colegas aqui, falantes e ouvintes como eu, qual será a ação que nos projetará de nós para os outros? Cada um saberá a sua. A minha, creio, é fazer teatro. Mas tentar chegar numa equação econômica que me ponha a serviço da maior parcela possível da população brasileira. Nesse dia de ação, acho que já não estarei mais tão ansioso por falar todos os dias sobre política. Mas só haverá teatro se a política nos garantir a liberdade”, ponderou o artista, afirmando que até que a liberdade e a democracia estejam asseguradas, deve se manter ativo nas redes, exibindo suas angústias.

 

“O fascismo nos empurrou para uma original clandestinidade: As redes, onde mais nos expomos, são onde também nos escondemos. Já estamos todos presos; presos a céu aberto no mundo deles”, concluiu.