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Marca Bahia Notícias

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Mostra de cinema enfatiza pluralidade de produções cinematográficas africanas

Por Bruno Leite

Mostra de cinema enfatiza pluralidade de produções cinematográficas africanas
"Softie" (2020) é um dos filmes selecionados para a mostra | Foto: Divulgação

Exibir perspectivas fílmicas presentes em África e ir para além da identidade coletiva que se pensa quando menciona-se as produções artísticas e culturais do continente além mar. Esse é o objetivo da Mostra de Cinemas Africanos, que este ano acontece de maneira virtual, entre os dias 12 e 22 de março.

 

Com o conteúdo totalmente gratuito e disponibilizado na plataforma Spcine Play, a edição de 2021 traz obras que abordam realidades distintas em duas categorias: de documentários, intitulada "Ativismo, crítica social e protagonismo feminino", e de curtas, que gira em torno das temáticas "memórias, vivências e corpo-território".

 


Frame do longa "Pare de nos Filmar" (2020) | Foto: Divulgação

 

No evento realizado desde 2018, a novidade está no incremento do Cineclube Mário Gusmão, um grupo de pesquisa e extensão da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), na produção do evento e no processo de seleção dos curtas-metragens que serão disponibilizados.

 

Para a cineasta Jamile Cazumbá, coordenadora do Mário Gusmão, a participação do grupo faz com que sejam postas as diversas performances destas pessoas que compõem o grupo e com que este momento participativo também seja um mecanismo de caráter formativo que expande a experiência dos estudantes universitários para além do espaço acadêmico.

 

"A própria Mostra de Cinemas Africanos tem na sua história trazer narrativas que abriguem esse lugar do continente, obviamente, e principalmente, trazer as pluralidades e indivudualidades. Então, são filmes, curtas-metragens, longas, que vão mostrar histórias inseridas em um lugar político/histórico de cada vivência, mas também trazer um caráter que tem a ver com o subjetivo e com as pessoas desses lugares", explica Jamile sobre a conversa com as potências plurais na mostra.

 

Cazumbá ainda conta que a intenção da mostra, que tem um leque de atividades, é atingir um público amplo. Além das exibições de filmes, a programação conta com comentários de especialistas nos programas de curtas, uma mesa redonda sobre o documentário nos cinemas africanos contemporâneos e a produção de um catálogo com apresentações dos filmes e textos de convidados.

 


Curta "Boa Noite" (2019) | Foto: Divulgação

 

Uma das idealizadoras da mostra e integrante da equipe curatorial de longas, junto com Beatriz Leal Riesco, Ana Camila Esteves destaca que a escolha pelos documentários como o gênero cinematográfico desta edição se deu por causa da grande produção de filmes africanos que seguiam esse direcionamento vista em festivais que circularam mundo afora. 

 

"A África tem uma produção excelente de documentários e os destaques a gente quis trazer. Quisemos focar um pouco no cinema-documentário, discutir um pouco nos contextos dos cinemas africanos. Selecionamos sete longas, todos inéditos no Brasil e que giram em torno dessa ideia de ativismos contemporâneos no continente africano", reforça Ana Camila. 

 

O intuito, explica a realizadora, é gerar uma reflexão sobre como se dá a representação dos ativismos contemporâneos nesses cinemas africanos, surgidos na década de 1960, em um contexto marcado por resistências e uma luta anticolonial. O repertório de filmes lança luz sobre protestos, eleições em países africanos e resistências sobre experiências individuais em situações específicas.

 

Outro objetivo é dar ênfase para produções rodadas na África, pouco visibilizadas no Brasil. "A mostra existe para preencher essa lacuna. Os filmes só vão ter visibilidade se forem exibidos. No Brasil, existe uma falta de interesse dos curadores de festivais, dos críticos de cinema e de confiança das distribuidoras desses filmes no circuito comercial", desenvolve Ana Camila. 

 

Ela diz observar uma dinâmica de crescimento do evento ao longo dos anos e um futuro promissor devido a demanda que existe acerca do acesso do público a esta produção.

 

Confira a programação completa da Mostra de Cinemas Africanos:

  • 12/03 (sexta-feira): Pare de nos filmar (República Democrática do Congo, 2020)
  • 13/03 (sábado): Programa de curtas 1: Memória: performatividades entre-tempos. Filmes: Um cemitério de pombos (Nigéria), Invisíveis (Namíbia), Treino Periférico (Guiné Bissau), Bablinga (Burkina Faso), A lutadora de boxe (Senegal)
  • 14/03 (domingo): Softie (Quênia, 2020)
  • 15/03 (segunda-feira)  Programa de curtas 2: Vivências do novo e perspectivas do agora. Filmes: Encrenqueiro (Nigéria), Perdendo  Minha Fé (Nigéria), Tab (África do Sul), Cabelo com Balanço (África do Sul), Boa Noite (Gana)
  • 16/03 (terça-feira): Um Lugar sob o Sol (Marrocos, 2019)
  • 17/03 (quarta-feira): Programa de curtas 3: Corpo-território: transversalizando os espaços. Filmes: Ethereality (Ruanda), Ward e a Festa da Henna (Egito), O Azul Branco Vermelho do meu Cabelo (França), Gagarine (França)
  • 19/03 (sexta-feira): Sakawa (Gana, 2018)
  • 20/03 (sábado): Descobrindo Sally (Etiópia, 2020)
  • 21/03 (domingo): Vamos Conversar (Egito, 2019)
  • 22/03 (segunda-feira): Me Chamo Samuel (Quênia, 2020)