'Não vejo o menor sinal de melhora no Brasil', declara Bethânia sobre o pós-pandemia

A cantora Maria Bethânia anunciou nesta terça-feira (15) sua participação na próxima edição do Coala Festival e cedeu uma entrevista para a revista Exame. Dentre algumas declarações ditas pela santamarense, ela falou sobre a pandemia e o que espera do pós-pandemia. 

 

"Não vejo o menor sinal de melhora em nada no Brasil", disparou a artista ao responder uma das perguntas da publicação. Segundo ela, o ano está tão difícil que se o irmão a pedisse para escrever uma carta, como fez em 1971, quando esteve preso pela ditadura, não conseguiria "nem escrever, nem devolver uma carta". 

 

"Acho tudo tão difícil. Estou muito triste. O Brasil está muito triste. Não está bom não. Para mim, não está", completou a intérprete de "Fera Ferida".

 

Em meio a toda a dificuldade do período pandêmico, Bethânia voltou ao estúdio e gravou um novo trabalho com composições inéditas, do qual evitou dar detalhes. "como eu tinha um repertório bonito, eu quis então fazer esse disco. Agora, falar sobre ele, mais do que isso, não cabe, porque ele não está pronto. Ele ainda está sendo feito, passando por todas as etapas técnicas e necessárias".

 

"Foi ótimo, gostei muito, com muitos zelos e cuidados e amparos. Diferente. Difícil, porque gravar um disco exige intimidade com os músicos, intimidade com os técnicos e aproximação com essas pessoas e, apesar de testarmos todas as semanas, absolutamente todos estavam trabalhando no estúdio e eu fiquei dentro de uma caixa de acrílico", detalha.

 

Para a filha de Dona Canô, o país parece não apresentar uma perspectiva nítida de futuro. "Pelo contrário, parece que todo mundo está gaguejando, mas é isso que temos…", disparou.

 

Ela ainda comentou sobre o documentário sobre o período em que seu irmão Caetano Veloso esteve preso, "Narciso em Férias", o filme que o jornalista Carlos Jardim está preparando sobre sua vida e as lives durante a pandemia, que evitou fazer, mas acompanhou diversas delas.