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Marca Bahia Notícias

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Professora é criticada por dizer que Beyoncé 'erra ao glamorizar negritude' com 'oncinha'

Professora é criticada por dizer que Beyoncé 'erra ao glamorizar negritude' com 'oncinha'
Foto: Divulgação

A antropóloga, historiadora e professora da USP e Universidade de Princeton, Lilia Moritz Schwarcz, virou alvo de críticas após publicar um artigo na Folha de S. Paulo, no qual dizia que “Beyoncé erra ao glamorizar negritude com estampa de oncinha”. 

 

Segundo apurado pelo Popline, a professora faz referência a “Black is King“, álbum visual lançado pela artista na semana passada, no qual ela exalta a cultura negra, com inspiração no longa-metragem “O Rei Leão” (clique aqui e saiba mais sobre o projeto). A antropóloga, que é branca,  defendeu que “Diva pop precisa entender que a luta antirracista não se faz só com pompa, artifício hollywoodiano, brilho e cristal”.

 

O artigo causou incômodo e revolta entre mulheres negras. A jornalista baiana Maíra Azevedo, conhecida como Tia Má, foi uma das pessoas que se manifestaram a respeito. “O erro é uma mulher branca acreditar que pode dizer a uma mulher preta como ela pode contar a história e narrar a sua ancestralidade. A branquitude acostumou a ter a negritude como objeto de estudo e segue crendo que pode nos dizer o que falar sobre nossas narrativas e trajetórias”, afirmou. “Lilia é uma historiadora, pesquisa sobre escravidão? Mas está longe de sentir na pele o que é ser uma mulher preta. Beyoncé do alto da sua realeza no mundo pop nunca deixar de ser negra, mesmo sentada no trono em sua sala de estar. A branquitude segue acreditando que pode nos ensinar a contar nossa própria história. Enquanto todas as pessoas negras se emocionam, se reconhecem e se identificam, a branca aliada diz que Beyonce deixa a desejar! É isso! No final nós por nós e falando por nós”, pontuou.

 

A cantora Iza também teceu comentários críticos a respeito do texto da antropóloga. “Lilia Schwarcz, meu anjo, quem precisa entender SOU EU. Eu preciso entender que privilégio é esse que te faz pensar que você tem uma autoridade para ensinar uma mulher negra como ela deve, ou não, falar sobre seu povo. Se eu fosse você (valeu Deus) estaria com vergonha agora. MELHORE!”, declarou. 

 

Com a repercussão negativa de sua fala, Lilia Moritz Schwarcz fez uma publicação em suas redes na tentativa de se desculpar e pedir desculpas. “Agradeço a todos os comentários e sugestões. Sempre. Gostaria de esclarecer que gostei demais do trabalho de Beyoncé. Penso que faz parte da democracia discordar. Faz parte da democracia inclusive apresentar com respeito argumentos discordantes. Já escrevi artigo super elogioso à Beyoncé, nesse mesmo jornal o que só mostra meu respeito pela artista. E por respeitar, me permiti comentar um aspecto e não o vídeo todo”, disse a professora, que recomendou a leitura completa do ensaio, por acreditar que “o título também levou a má compreensão”. “Dito isso, sei que todo texto pode ter várias interpretações e me desculpo diante das pessoas que ofendi. Não foi minha intenção. Continuamos no diálogo que nos une por aqui”, acrescentou.