Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias

Notícia

'Aos 50 - Quem me aguenta?': Edvana Carvalho faz solo sobre a maturidade da mulher negra

Por Lara Teixeira

'Aos 50 - Quem me aguenta?': Edvana Carvalho faz solo sobre a maturidade da mulher negra
Foto: Divulgação / Diney Arau?jo

A atriz baiana Edvana Carvalho apresenta seu primeiro trabalho solo “Aos 50 – Quem me aguenta?” a partir desta sexta-feira (6) até o dia 22 de dezembro, no Teatro Vila Velha, no Cabaré dos Novos. No espetáculo, ela fala com humor sobre relacionamento, sexo, maternidade e maturidade da mulher negra.

 

Em entrevista ao Bahia Notícias, Edvana, que assina o texto da montagem, disse que a inspiração para o roteiro surgiu dela própria e do que já viveu. “Eu escrevi inicialmente duas crônicas para já ter na manga caso alguém me convidasse para um Sarau, ou algum evento. E a partir disso comecei a escrever sobre a vantagem de se chegar aos 50. Eu brinco muito com isso, com os tipos de namorados que aparecem querendo um relacionamento, fui escrevendo sobre a questão hormonal, que já vamos vendo as mudanças...”.

 

“Ontem eu ouvi uma pessoa falando assim: ‘eu acho que mulher já nasce madura, não tem essa coisa de entrar na maturidade’. Eu achei bem interessante isso, mas a sociedade 'etariza' a maturidade. Então você chega aos 50 e é como se você estivesse entrando naquela maturidade e tem muitos tabus a respeito disso. No texto eu comecei a brincar também com a questão do ninho vazio. Porque eu tenho uma filha, Luana, de 27 anos, que está morando na Alemanha. Então eu falo sobre isso, falo também de sala de aula, de saber lidar com isso, que é um estresse, mas ao mesmo tempo é tão lindo você fazer parte da vida de outros seres humanos. Você está ali ajudando a formação deles, mas ao mesmo tempo é muito duro o processo de como a educação é feita no país”.

 

A atriz ainda destacou que achou importante encontrar outra maneira para falar sobre racismo.  “Eu não tenho mais 20 anos, não tenho vontade de ficar apontando o dedo na sua cara e dizendo: ‘seu racista, isso tá errado, isso tá certo’. Então procurei falar sobre isso de uma forma poética, artística, para levar ao palco. Eu entendi que quando as pessoas podem ouvir de uma forma um pouco mais amorosa, elas param para refletir mais do que se forem acusadas”. 

 

Sobre realizar um espetáculo solo, Edvana confessou estar nervosa e tensa, porém muito feliz por tudo que está por trás da peça. “Eu finalmente estou fazendo o que eu quero e tô tendo a ajuda de muitas pessoas. Apesar do não ter patrocínio, tem muita gente apoiando. Queremos chamar público para a bilheteria conseguir pagar pelo menos uma parte das nossas dívidas, porque teatro é muito caro!”. 

 

Normalmente, as pessoas encaram de diferentes maneiras a passagem do tempo. Questionada sobre como ela enxerga essa passagem, Edvana Carvalho disse que envelhecer é muito ruim: “Mas é melhor estar vivo do que estar morto, né?!”, brincou a atriz. “Acho complicado as mudanças radicais no corpo, mas eu respeito essas mudanças. Um dos textos da peça, que se chama 'mutação', fala exatamente sobre isso, sobre essas questões de botar botox, tirar isso, botar aquilo. Tem até uma frase que eu digo: 'quando eu vejo as pessoas nas revistas e na rua eu vejo o tamanho da transformação, eu fico pensando: oh, cansou de ser bonita'. E eu acho que as pessoas estão mesmo cansando de serem bonitas, estão se transformando cada vez mais”. 

 

SERVIÇO
O QUÊ:
“Aos 50 – Quem me aguenta?”

QUANDO: 06 a 22 de dezembro, sexta e sábado, às 20h; domingo, às 19h
ONDE: Teatro Vila Velha, Cabaré dos Novos, Dois de Julho
VALOR: R$ 40 inteira e R$ 20 meia (Ingresso Rápido e bilheteria do teatro)