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Marca Bahia Notícias

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'Eu acho que a gente vive um processo de utopia', afirma Vandal sobre visibilidade

Por Priscila Melo / Bruno Leite

'Eu acho que a gente vive um processo de utopia', afirma Vandal sobre visibilidade
Foto: Reprodução / Duane Carvalho

O rapper soteropolitano Vandal se apresentou no Feira Noise Festival na última sexta-feira (22) e comentou sobre a falta de visibilidade que artistas como ele têm na mídia. O cantor, que é colaborador da Baiana System no álbum "O Futuro Não Demora" - agraciado com o Grammy Latino na categoria de Melhor Álbum de Rock ou de Música Alternativa em Língua Portuguesa -, disse que há uma "utopia" ao acreditar-se que "tudo está mais tranquilão".

 

"No meu exemplo, eu trabalho com a Baiana System, acabei de ganhar um Grammy [Latino] com uma música autoral minha que tem um áudio da minha mãe na frente e isso não foi relatado em nenhum lugar", reclamou Vandal. 

 

A faixa que ele se refere é CertoPeloCertoh, que retrata a vivência de moradores de localidades periféricas na capital baiana. Dentro do mesmo sistema que a faixa do álbum premiado reflete está o silenciamento, criticado por Vandal.

 

Ele exemplifica a situação citando também a experiência artistas periféricos que só tiveram o trabalho reconhecimento após a morte. "A gente que faz esse tipo de música, os próprios sambistas antigos, se você for pegar a raiz do samba, nenhum deles ficou rico. Existem pessoas que estão lucrando e ficando ricas com nossa forma de vestir, nossas gírias e nossa forma de andar", comentou.

 

Se nomeando em seus shows como "Vandal de Verdade", durante a entrevista ele disse ser um "fomentador de possibilidades, não de utopia". E concluiu: "Rio-São Paulo continua sendo o eixo financeiro e de possibilidades, não o eixo criativo, porque eu bato o pé e digo que o Nordeste é, sempre foi e continua sendo o celeiro mais criativo do país".