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Marca Bahia Notícias

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‘No Som das Cordas’: Baiano une composição musical e trabalho de luthier em disco solo

Por Jamile Amine

‘No Som das Cordas’: Baiano une composição musical e trabalho de luthier em disco solo
Foto: Júnior Fernandes / Divulgação

Nesta sexta-feira (27), unindo suas duas paixões, o músico e luthier Pedro Santos lança seu primeiro disco solo, “No Som das Cordas”, durante um show realizado a partir da 19h30, no Memorial Casa de Dona, situado em Guanambi, sua cidade natal. O álbum, totalmente instrumental, terá 10 faixas autorais, todas elas evidenciando o tema sugerido no próprio nome do trabalho: a sonoridade das cordas, nas mais variadas formas, desde a viola – seu principal instrumento -, passando pelos violões, bandolins e cavaquinhos. A ideia de registrar suas próprias canções foi de Anderson Cunha, um amigo e cliente, que veio a ser o produtor do CD. “Comecei a compor quando retomei o trabalho de luthier. Ele comprou alguns instrumentos feitos por mim e sugeriu gravar minhas músicas. Cheguei até a fazer uma gravação caseira, mas não ficou bom e não guardei nem a matriz. Mas agora veio a oportunidade do disco, precisei relembrar algumas músicas, recompor algumas partes”, explica o artista, que no trabalho é acompanhado por convidados como Jorge Cardozo e Armandinho Macêdo. “É um sonho e uma realidade, um desejo e uma necessidade, um desafio e uma vontade, um querer e uma ansiedade de tornar disco, de tornar música, de tornar som a paixão de um luthier pelo instrumento e pela música que emana dele. Foi maravilhoso passar por todo esse processo de produção de um disco, pois já tenho certa experiência com gravações minhas e de outros artistas, mas um trabalho completo só com músicas de minha autoria é a primeira vez e a expectativa para o show de lançamento é grande”, avalia o baiano, que ao longo da carreira, além do trabalho de luthier, se apresenta acompanhando duplas sertanejas na região de Guanambi.

 


Disco tem participação de um cliente e amigo famoso, Armandinho Macêdo | Foto: Reprodução / Facebook


Mas o que agora vem materializado em som é fruto de um longo caminho. Tentativa e erro: foi através desta estratégia que Pedro Santos ingressou na arte da luthieria, há cerca de 30 anos. O artista, que cresceu ouvindo música sertaneja na rádio - segundo ele “aquela raiz mesmo, não era esse moderno”, conta que aos 12 anos ganhou uma viola. “Eu até tocava um pouco de cavaquinho, e meu pai me deu a viola e eu consegui aprender e desenvolver. Eu cresci também aprendendo a lidar com madeira, como aprendiz de carpinteiro, e por isso que veio a vocação e a ideia de fabricar instrumentos também”, lembra o baiano, contando que a primeira experiência, sem sucesso, se deu no início dos anos 1990. “Foi na raça mesmo, porque não tinha informação no mercado”, conta Pedro. “Era mais na marra, vendo novidades eu tentando copiar, e aí eu fiquei desanimado, não tinha muito sabor no que eu estava fazendo, porque eu estava fazendo uma coisa que eu não estava entendendo muito bem”, explica o artista.

 


Pedro encontrou muitas dificuldades no início de sua jornada na luthieria | Foto: Reprodução / Facebook


Somente dez anos depois Pedro acabou retomando o projeto. “Mais ou menos em 2000 eu estava em um estudiozinho gravando umas modas de viola com uns amigos, e achei um livro lá. Era o ‘Toque Curso Completo de Violão e Guitarra’. Esse livro tinha uma boa abordagem sobre construção de violões, principalmente o violão clássico, e ali pra mim já foi muito bom, foi a melhor informação que eu tive sobre como funciona um instrumento e algumas técnicas. Então foi tudo que eu precisava e mais que suficiente para tentar retornar, sem pretensão de continuar como profissão, mas de fazer o instrumento da forma mais correta possível”, lembra ele, que em seguida, com o avanço tecnológico e a gama de conhecimentos disponível pela internet, acabou entrando mais a fundo na luthieria, tendo essa arte como sua principal atividade. Décadas se passaram, e com elas, veio também o reconhecimento do trabalho de Pedro Santos, que já exportou para os Estados Unidos e Europa, e construiu instrumentos para nomes como Armandinho Macêdo, Anderson Cunha, Ronaldo do Bandolim, Ailton Reiner, Dudu Maia, Flavien Soyer e Kiko Loureiro. 

 

SERVIÇO
O QUÊ:
Show de lançamento do disco “No Som das Cordas”
QUANDO: Sexta-feira, 27 de abril, às 19h30
ONDE: Memorial Casa de Dona Dedé - Guanambi (BA)
VALOR: Entrada gratuita