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Notícia

Flica se alinha com cenário nacional da arte ao abrir espaço para diversidade em 2017

Por Lucas Arraz

Flica se alinha com cenário nacional da arte ao abrir espaço para diversidade em 2017
Foto: Divulgação

Equilíbrio e diversidade. É respeitando essas duas máximas que a sétima edição da Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica) começa nesta quinta-feira (5) homenageando o poeta Ruy Espinheira Filho e realizando, pela primeira vez, uma mesa somente com escritores da cidade, uma noite de gala para escritoras negras e uma mesa, também pela primeira vez, inteiramente dedicada à literatura indígena e seus escritores. Responsável pela curadoria desta edição, o jornalista literário Tom Correia assumiu a tarefa de compor as mesas da feira depois de ser público e escritor convidado. “Essas experiências me criaram uma empatia com o público e com os palestrantes”, contou o curador ao Bahia Notícias. O resultado é uma feira que conversa com seu público através dos livros e da pluralidade.

 

Essa é a Flica com o maior número de mesas exclusivas com escritores negros e negras, garante Correia. O motivo? “O momento sintomático para o país e esses escritores precisam ter mais voz”, conta o curador. Durante sua noite mais importante, a noite de sábado, a festa celebra a literatura negra com duas mesas. Em uma delas, a escritora Paulina Chiziane, primeira mulher negra de Moçambique a escrever um romance, divide a fala com a poeta Elisa Lucinda na mesa “A máxima potência que habita as palavras”. 

 


Paulina Chiziane / Foto: Divulgação

 

Também pela primeira vez com uma mesa exclusiva nesta Flica da diversidade, a literatura indígena encerra a programação da edição  no domingo (8) de manhã com a mesa “A imperdoável capacidade humana de apagar seus antepassados”. “Nós perdemos essa conexão com nossos ancestrais e não conhecemos a literatura indígena esse momento não deixará de ser um posicionamento”, declarou Tom Correia. Em tom diferente, mas não menos inédito, a mesa “Penso, falo, canto e sou sua liberdade, Cachoeira” vai homenagear a cidade que recebe a Flica, debatendo a literatura da cidade com seus escritores. 

 

 

Desde 2014, a Flica presta homenagens a autoras e autores vivos das primeiras gerações e em plena atividade criativa. Este ano, Ruy Espinheira Filho foi o homenageado escolhido. “O nome do Ruy surgiu de forma muito natural, uma vez ele é muito querido e não dificilmente é classificado como o maior poeta baiano vivo”, conta Correia. 

 


Ruy Espinheira Filho / Foto: Divulgação

 

Com carácter político, a curadoria de Tom Correia alinhou a Flica com outros espaços de arte que estão discutindo questões atuais da sociedade. No lugar de curadores do MAM e do Santander, envolto de polêmicas por abrir espaço para discussão de temas fora do senso comum, Correia é enfático: “se isso acontecesse comigo eu tentaria dialogar, o problema é que o outro lado não quer diálogo”. A sétima Festa Literária Internacional de Cachoeira acontece de 5 a 8 de outubro na Escadaria Câmera.