Banda 5 a seco volta a Salvador com 'presença' da guitarra, mas garante: 'Violão é nossa mãe'
Por Lucas Arraz
Talvez nem o mais duro coração que já sofreu por amor passaria impassível pela experiência de escutar a música “Pra você dar o Nome”. A faixa é composição de Tó Brandileone e cantada pelo grupo 5 a Seco, que faz show em Salvador neste sábado (19) ao lado de Maria Gadú e Dani Black na Concha Acústica. O grupo é formado por 5 compositores que resolveram pegar o violão e assumir a linha de frente do palco. Na estrada, a banda já lançou três álbuns: “Ao vivo no Ibirapuera”, “Policromo” e, o mais novo, “Síntese”.
Esta será a segunda passagem do 5 a Seco em Salvador. Na primeira vez, a banda lotou a Praça Tereza Batista, no Pelourinho. O fato pegou a banda de surpresa. “O público foi especialmente carinhoso e bondoso com a gente”, contou o vocalista Pedro Viáfora, ao creditar a internet como a principal responsável por levar o 5 a seco a Salvador muito antes deles chegarem aqui.
Quem conhece a banda sabe que ela é bastante orgânica. “O violão é nosso pai e nossa mãe”, conta Viáfora. Porém, o último lançamento, o álbum “Síntese”, vai por outro lado: usa a guitarra. Pensado como um show ao vivo, o novo trabalho tem mais presença, não menos identidade. “A guitarra faz mais barulho, não é verdade?”. Ouvir 5 a seco continua sendo como transitar entre percussões, violões e harmonias, apesar das mudanças, garante Pedro.
Tocar nas rádios nunca foi uma preocupação para a banda. Os cinco compositores acreditam na hipótese de que a música tem vida própria. “Cada faixa tem seu viés criativo. Puxamos por um acorde uma ideia e aquilo vai se tornando ou não um sucesso”, fala Pedro. O maior sucesso do 5 a Seco, a faixa “Pra você dar o Nome”, foi fruto de uma desilusão amorosa. "A composição foi feita para uma namorada que se mudou durante um intercâmbio. É sobre duas pessoas que se amam, mas têm que se deixar", confessa Viáfora brincando que o companheiro de banda, Tó Brandileone, fez a música para trabalhar a própria superação.
Quem já fez trabalhos em grupo sabe que brigas não são nada incomuns. Depois de oito anos de estrada, Pedro Viáfora conta que o grupo já passou dessa fase. “No começo éramos um bando de moleques, mas a gente passou por essa parte. A gente virou uma família”, comenta o músico, que já sabe onde é o calo dos colegas. “Sabemos onde pisar ou não. Nossa preocupação é ser de verdade uns com os outros. Todo mundo se tornou uma família junto”, completa.
Além de dividir palco a partir das 18h na Concha, 5 a Seco e Maria Gadú se uniram na faixa “Na Paz”. “A Maria [como Viáfora se refere à Gadú], como todo cenário musical de São Paulo, sempre andou junto e se ajudou. Quando mandamos a música, ela achou linda e aceitou gravar”, conta. Confira a parceria entre os artistas que se apresentam neste sábado: