Após Ney Matogrosso, autor de ‘Homem com H’ tem nova aposta musical; veja performance

Antônio Barros, compositor da música “Homem com H”, sucesso dos anos 1980 na voz de Ney Matogrosso, aposta em nova voz para a canção. O cantor e performer Filipe Fiakra é o felizardo que conquistou o respeito do músico veterano. Há 4 meses o brasiliense lançou um clipe com o hit em nova roupagem, dessa vez em dancehall (ritmo africano) e com elementos eletrônicos. Ao G1, Barros disse ter se impressionado com a interpretação do jovem brasiliense e que ofereceu parceria da produtora que administra ao lado da família para a carreira do artista. O vídeo rendeu para Fiakra uma indicação ao Prêmio Multishow 2017 na categoria “Experimental”. Se ficar entre os cinco mais votados, o cantor concorrerá à premiação. “Queria trazer essa música pro meu público. Que as pessoas mais jovens ouvissem essa egrégora”, contou. A música fará parte do primeiro EP do brasiliense intitulado “Cecéu”, que será distribuído a partir de 21 de julho, com cinco músicas inéditas, três delas autorais. Na entrevista, o casal de compositores Antônio Barros e Cecéu falaram sobre a versão feita pelo jovem, e se é verdade o boato de que Ney teria se recusado a gravar.

Desde a versão original eternizada por Matogrosso em 1981, a música só havia sido regravada por Zeca Baleiro em 2011. “Ele poderia ter cantado normalmente. Trocava uma pela outra, mas criou um estilo próprio”, pontuou o compositor sobre a transformação da melodia. "O trabalho dele não é cheio de besteira, de notas difíceis que só quem vai entender é o grande maestro. A música tem que tocar o coração, seja pelo ritmo ou pelo próprio artista com a performance”, completou. O novo projeto de Fiakra pretende quebrar padrões estéticos e tabus, além de debater questões de gênero pela primeira vez. “Homem com H” que também questionou estereótipos no período de lançamento, tornou-se um dos maiores sucesso da carreira de Ney Matogrosso. No entanto, os boatos de que o cantor teria se recusado a oferta da música “é mentira”, de acordo com Cecéu. A letra da música foi inspirada na novela da TV Globo “O bem-amado”, de 1973. Na trama, Zeca Diabo era um matador profissional que amedrontava o prefeito de uma cidade do interior da Bahia. Em uma das cenas, o secretário questiona ao prefeito se ele está com medo de Zeca, em tom de deboche. A resposta tornou-se o refrão da canção: “Eu nunca vi rastro de cobra nem couro de lobisomem, eu sou é homem”, afirmou o compositor.