Com shows em Salvador, Eduardo Dussek revela projeto em homenagem a Bethânia
Por Nereida Albernaz
No ano em que comemora 40 anos de carreira, Eduardo Dussek apresenta em Salvador seus sucessos nesta sexta-feira (7) e sábado (8) no Café Teatro Rubi, às 20h30. Em conversa com o Bahia Notícias, o cantor, pianista e compositor prometeu um repertório mesclado e um clima intimista na apresentação. “Vou cantar músicas conhecidas e homenagear minha parte romântica, tudo isso permeado com um stand up comedy. O show vai ter um tom de proximidade com a plateia, eu gosto de fazer isso, como se estivesse fazendo uma festa na minha casa”, detalhou. Conhecido pelo humor e pelo ar debochado, ele garante: “A primeira parte do espetáculo é bem engraçada, com coisas como o 'Rock da Cachorra'". Ele tergiversa, contudo, ao ser questionado se vai incluir no repertório músicas de compositores baianos. “ Por enquanto é surpresa”. Eduardo recebeu apoio de Gilberto Gil ainda no início da carreira e conta que, por isso, se tornou próximo de "alguns ícones" da música baiana. “Fui apadrinhado por Gilberto Gil por muita sorte, no meado da década de 70. Sou amigo de Ivete Sangalo, nos conhecemos em Portugal, foi até bem engraçado [conta aos risos]”, lembra. Já Maria Bethânia foi definida pelo artista como “inspiração, maior norte na música popular brasileira”, mesmo tendo pouco contato com a santoamarense. “Tenho uma amizade não próxima, mas muito querida com Maria Bethânia e Gal Costa. Infelizmente a gente não convive tanto, por vários destinos. [...] Se a gente fosse amigo próximo se divertiria muito, porque ela é geminiana, tem a personalidade muito divertida. Eu gosto muito dela falando poesias, ela tem um senso de humor maravilhoso”, elogia. E a admiração pela cantora não ficará apenas na amizade: o cantor tem um projeto que envolverá diretamente a irmã de Caetano. “No próximo CD, que não sei se será ainda este ano, irei privilegiar tanto o lado romântico debochado, quando o romanceado. A parte romanceada será dedicada a Maria Bethânia e parte debochada a Marília Pêra, que foi outra pessoa que me influenciou muito também”. Pêra, falecida em 2015, foi uma das grandes amigas do cantor no meio artístico: ela gravou a canção “Alô Alô Brasil”, composição de Dussek em parceria com Luis Antônio Roque e Roque Conceição. A homenagem seria uma oportunidade de parceria com a cantora baiana, mas Eduardo acredita que não terá tanta "sorte": “Não tenho essa ousadia. Faria com o maior prazer, mas não faz parte dos meus sonhos e devaneios”. Com uma carreira no teatro e mais de dez trabalhos na televisão, Dussek está longe das telinhas desde 2015, quando viveu o personagem Armandinho em “I Love Paraisópolis”. E até o momento não há previsão de voltar aos estúdios. “Não tenho projetos na televisão, nenhum convite armado, nem projeto pessoal, a não ser coisas que estou escrevendo ao léu. Por acaso fui convidado pela Cláudia Abreu para participar de um projeto dela, mas eu não pude ir por conta da agenda. ‘Os Valentis’ é em formato de TV e vai ao ar no YouTube. Infelizmente a agenda não bateu.” Mas seu trabalho também não ficará resumido aos shows. “Vou fazer um filme em Salvador chamado 'Lingerie', uma participação, com produtores baianos, cantando uma canção minha que foi gravada pelo Ney Matogrosso, chamada 'Seu Tipo'. Meu projeto é mais escrita e pintura, esse ano me convidaram para escrever uma biografia, não quero. Vou escrever um livro divertido, estou fazendo aos pouquinhos, me dando um tempo de deleite”, revelou.
SERVIÇO
O QUÊ: Eduardo Dussek
QUANDO: 7 e 8 de abril, às 20h30
ONDE: Café Teatro Rubi - Sheraton da Bahia Hotel
VALOR: R$ 120