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Marca Bahia Notícias

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Paralamas, Nando Reis e Paula Toller ‘somam força’ para contar história do BRock em SSA

Por Jamile Amine

Paralamas, Nando Reis e Paula Toller ‘somam força’ para contar história do BRock em SSA
Foto: Divulgação
Depois de passar por Porto Alegre, Rio de Janeiro, Recife e Fortaleza, o Nivea Viva Rock Brasil chega à Praça Wilson Lins, em Salvador, neste domingo (22), às 17h. O público baiano finalmente poderá conferir as apresentações gratuitas de Nando Reis, Paula Toller e Paralamas do Sucesso, que subirão ao palco acompanhados por uma banda formada por Dado Villas Lobos, Maurício Barros e Milton Guedes. O show contará ainda com a participação especial de Marjorie Estiano, em substituição a Pitty. 
 

Antiga e nova geração do rock nacional reunidas em show em Fortaleza | Foto: Divulgação
 
A autoria deste tributo ao rock nacional é de Monique Gardenberg (direção) e Liminha (direção musical), que reuniram diferentes gerações, com o objetivo de homenagear o gênero, desde sua origem, até os dias atuais. “Experimentamos mais de 40 músicas até chegar nesse repertório, que ficou bastante abrangente. Foram dois meses de ensaios rigorosos, uma vez que o show tem uma sincronia, uma dinâmica visual que complementa muito as músicas e o espetáculo no seu todo”, conta João Barone, baterista dos Paralamas. O companheiro de Herbert Vianna e Bi Ribeiro destacou ainda que todos os participantes do projeto têm uma história pessoal com o repertório do rock brasileiro, lembrando que seu grupo, Nando, Dado, Paula e Maurício são contemporâneos, mas os demais “somaram forças para contar essa história”.
 

Pitty participou dos ensaios e da estreia para convidados, mas teve que se ausentar por questões médicas | Foto: Reprodução / Facebook
 
A baiana Pitty, que também compunha o time principal do Nivea Viva Rock Brasil, precisou ser afastada, por orientações médicas. “Pitty chegou a fazer o show fechado de lançamento do projeto, mas logo depois houve a determinação de que ficasse em resguardo por conta de sua gravidez”, lembra Barone, revelando que “foi um grande susto e logo depois um alívio ao saber que estava tudo bem com ela”. O paralama contou ainda que a escolha de Marjorie foi uma sugestão da diretora Monique Gardenberg, por acreditar que ela poderia compor bem com o projeto. “A Pitty é insubstituível, mas a Marjorie chegou com todo gás e não deixou o moral baixar com seu entusiasmo e atributos artísticos. Encarar um público de cem mil pessoas pela frente em cada show não é pra qualquer um e ela está se saindo muito bem!”, avaliou o músico.
 

João Barone ao lado dos amigos Herbert Vianna e Bi Ribeiro | Foto: Reprodução / Instagram
 
Barone e seus companheiros Herbert e Bi, que se apresentam agora ao lado do ex-Titãs Nando Reis e de Paula Toller, recém ex-Kid Abelha, integram um dos últimos grupos “sobreviventes” do rock nacional dos anos 80. “Os Paralamas podem servir como exemplo de uma relação longeva, um casamento que dá certo, um encontro feliz que se renova constantemente”, diz o baterista, sem apontar as razões ou fórmulas para manter a parceria, que vai além do campo musical. “Receita? Não temos, é o acaso operando ao nosso favor”, diz.

Se o passar do tempo reafirma a união dos Paralamas, por outro lado, a realidade atual tem sido muito cruel com a classe artística, desde as críticas às leis de incentivo – consideradas “bolsa vagabundo” – à extinção do Ministério da Cultura, no governo interino de Michel Temer. “O incentivo à cultura é sempre bem-vindo, muita coisa boa foi produzida com a isenção fiscal, um recurso para compensar a falta de verbas para a cultura. Se teve gente que fez mau uso dessa lei, basta apenas que se corrijam as brechas e imperfeições”, avalia Barone sobre políticas culturais como a Lei Rouanet, que é um dos temas que geram mais controvérsia entre os militantes políticos de internet. Apesar do momento crítico, o músico vê o presente e o futuro com otimismo. “Uma pena mesmo esvaziar o status da cultura como pasta isolada. Quem sabe daqui a algum tempo volte a ser um ministério? Já que é uma medida emergencial de um governo provisório. Não devemos perder o ímpeto e continuar cobrando uma política cultural e não uma cultura politizada”, diz.

O engajamento sempre foi marca dos Paralamas, em versos de canções como "Alagados", “O Beco”, “Selvagem” e "O Calibre", que mesmo compostas nos anos 80, segundo o artista, “continuam atuais, devido ao velho filme que a política nacional continua exibindo”. “Mas o rock não tem a exclusividade na contestação, o rap está aí também, com um discurso muito mais venal até”, avalia Barone, sem definir se a banda irá usar a realidade político-social em trabalhos futuros. “Vai depender da inspiração, nunca foi algo predeterminado, tem que rolar o emocional”, afirma.