Com discurso feminista, As Bahias e a Cozinha Mineira estreia álbum 'Mulher' em Salvador
Por Ailma Teixeira
Foto: Alexandre Galvão / Bahia Notícias
Focados no desejo de produzir uma obra de arte, os estudantes de História Raquel Virgínia, Assucena Assucena e Rafael Acerbi formaram a banda As Bahias e a Cozinha Mineira, com influências que vão de Gal Costa a Amy Winehouse – que impulsionou a união musical dos três –, passando ainda por Milton Nascimento. No início, era tudo sobre a música. Mas com a repercussão após o lançamento de “Mulher”, álbum de estreia lançado em novembro de 2015, tudo mudou. “Quando a gente fez o disco e pensou o projeto, não era algo voltado para as nossas questões. Mas, à medida que a gente fez o disco e ele foi lançado, teve uma projeção de que as pessoas estão associando a nossa obra a esse comportamento do empoderamento e de visibilidade trans”, analisa Raquel, paulistana transexual que viveu parte da adolescência em Salvador. Também conhecida como Bahia, Raquel divide o palco e o apelido com Assucena, transexual baiana de Vitória da Conquista. Acerbi entra no grupo como o elemento mineiro. “Por mais que pareça, pela atual conjuntura política de acirramento dos direitos humanos diante das minorias, esse disco não foi pensado em resposta a uma agressão política que as minorias têm sofrido, ele surgiu num primeiro princípio como a constituição artística do que nós três somos”, ressalta Acerbi, que é guitarrista e arranjador do grupo.
Raquel Virgínia | Foto: Alexandre Galvão / Bahia Notícias
Rafael Acerbi e Assucena Assucena | Foto: Alexandre Galvão / Bahia Notícias