Pensando em fazer um registro autobiogr&aacute;fico em formato de disco, o cantor Lucas Gon&ccedil;alves, baixista da banda de rock baiana Maglore, vai lan&ccedil;ar na pr&oacute;xima quarta-feira (7) &quot;Se Chover&quot;. O &aacute;lbum solo foi gravado em 2019 e percorre um territ&oacute;rio vasto de sentimentos e mem&oacute;rias do m&uacute;sico desde a inf&acirc;ncia no sul de Minas Gerais.

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Condicionado ao &quot;se&quot;, que est&aacute; no t&iacute;tulo do trabalho, ele reflete tamb&eacute;m sobre o momento em que vivemos. &quot;Esse disco carrega um anseio pela mudan&ccedil;a. Tem um certo desespero por essa estagna&ccedil;&atilde;o, mas tamb&eacute;m tem medo do que est&aacute; por vir. Percebo isso nas pessoas, nos jovens, principalmente. N&oacute;s sabemos que est&aacute; tudo ruindo, estamos vivendo um pesadelo previsto por muitos no passado, mas seguimos em frente, agarrados nos sonhos que fizemos, acreditando na mudan&ccedil;a dos ventos&quot;, comenta Lucas.

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O trabalho foi idealizado inicialmente para ser lan&ccedil;ado em 11 faixas, mas com a materializa&ccedil;&atilde;o do que foi gravado, percebeu que uma das can&ccedil;&otilde;es n&atilde;o apresentava o mesmo tom que as outras. &quot;Percebi outros ares no disco, uma paisagem mais mineira apareceu e resolvi tirar uma m&uacute;sica que era mais pop&quot;, explica, afirmando que ela deve ser lan&ccedil;ada em breve, como um single.

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<img alt="" src="/fotos/entretenimento_noticias/38840/mg/Lucas Gonçalves (Foto Carime Elmor) (7).jpg" style="width: 380px; height: 238px;" /> 
Foto: Carime Elmor

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O tom diferenciado, por outro lado, &eacute; o que d&aacute; o caldo em &quot;Se Chover&quot;. Pensado em uma sonoridade mais ac&uacute;stica, ele se diferencia dos outros projetos que Lucas faz parte, a exemplo da Maglore, que utiliza de experimenta&ccedil;&otilde;es com instrumentos eletr&ocirc;nicos, efeitos na guitarra, pedais e sintetizadores em suas cria&ccedil;&otilde;es. &quot;No &#39;Se Chover&#39;&nbsp;optei pela simplicidade, vozes em falsete, pelo viol&atilde;o de nylon na frente da banda. N&atilde;o queria repetir a mesma din&acirc;mica que existe na banda&quot;, revela.

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&quot;A m&uacute;sica tem essa artimanha de pintar paisagens, compor cenas, viagens. Podem nos levar para qualquer lugar. At&eacute; por se tratar do clima, sol ou chuva, for&ccedil;as naturais que atravessam o nosso cotidiano. Talvez ele exija uma audi&ccedil;&atilde;o atenta, por ser um disco sem pressa e cheio de calma interiorana&quot;, fala o m&uacute;sico mineiro, ao ressaltar que a partir das suas letras quem ouvir vai se aproximar de temas universais como amor, m&aacute;goa e morte, mas tamb&eacute;m de seus sentimentos e mem&oacute;rias particulares.

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As mem&oacute;rias incluem a Bahia, cantadas em verso e prosa. O estado &eacute; para Lucas &quot;uma grande inspira&ccedil;&atilde;o&quot;, que destaca elementos especiais que aprecia. A admira&ccedil;&atilde;o vai desde as chuvas repentinas vindas do mar at&eacute; o sol forte que atinge o lado de c&aacute; do pa&iacute;s.

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&quot;Desde que ingressei na Maglore, tenho ficado&nbsp;muito por Salvador. Por&eacute;m, nesse disco, vejo fixadas algumas paisagens do sert&atilde;o baiano, em uma viagem que fizemos para Vit&oacute;ria da Conquista, em 2017. Eu tinha uma curiosidade grande pela cidade, por ser a terra do cancioneiro Elomar. N&atilde;o tivemos muito &nbsp;tempo e n&atilde;o pude conhecer melhor a cidade, mas s&oacute; de estar ali entendi um pouco o universo dele&quot;, lembra.&nbsp;

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Lucas e os integrantes da Maglore | Foto: Reprodu&ccedil;&atilde;o / Instagram

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O pr&oacute;prio coprodutor do disco, Luciano Tucunduva, &eacute; de Salvador. &quot;Eu o conheci em S&atilde;o Paulo, tocando com o Giovani Cidreira, e a partir dali j&aacute; somamos dois discos, um da Vitreaux [outro projeto que ele integra], de 2015, e esse meu primeiro solo&quot;, diz o mineiro.

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Salvador, ali&aacute;s, &eacute; o ponto no mapa de onde surgiram&nbsp;nomes como Pitty, Camisa de V&ecirc;nus e Raul Seixas. Dessa cena, que na vis&atilde;o de Lucas Gon&ccedil;alves&nbsp;&quot;nunca sossegou&quot;, tamb&eacute;m est&atilde;o saindo alguns lan&ccedil;amentos. Sobre esse contexto ele revela que tem acompanhado como os artistas t&ecirc;m se desenrolado: &quot;Tenho acompanhado alguns lan&ccedil;amentos, como o do Ian Cardoso, que&nbsp;tamb&eacute;m comp&otilde;e a banda do Ronei Jorge. Gostei muito do &uacute;ltimo EP da Jadsa, &#39;Taxidermia vol1&#39;&nbsp;e a voz potente do Giovani Cidreira inovando em parcerias muito interessantes&quot;. 

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&quot;Os artistas da Bahia mant&ecirc;m esse fogo sempre aceso no campo da cria&ccedil;&atilde;o e v&atilde;o inspirando o cen&aacute;rio da m&uacute;sica brasileira afora. Fico muito feliz de fazer parte de uma banda de rock baiana. Foi a partir desse ingresso que pude sentir de perto a inquieta&ccedil;&atilde;o criativa da&iacute;&quot;, completa.

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O show de lan&ccedil;amento de &quot;Se Chover&quot; ser&aacute; transmitido ao vivo, no pr&oacute;ximo dia 18, direto do est&uacute;dio Submarino Fant&aacute;stico, em S&atilde;o Paulo, onde o disco foi gravado.

Em um momento j&aacute; delicado para o setor cultural, impedido de trabalhar em virtude da pandemia do novo coronav&iacute;rus, o baterista da banda baiana Maglore, Felipe Dieder, tem tido que lidar ainda com mais um problema: sua m&atilde;e, Rejane, foi diagnosticada com S&iacute;ndrome de Guillain Barr&eacute;.

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Internada na UTI neurol&oacute;gica do Hospital Geral Roberto Santos, em Salvador, com uma doen&ccedil;a que afeta sua mobilidade e fala, ela ter&aacute; alta, depois de mais de um m&ecirc;s e meio, mas, para voltar para casa precisar&aacute; de uma estrutura domiciliar. Diante deste cen&aacute;rio, o m&uacute;sico lan&ccedil;ou uma vaquinha virtual com o objetivo de arrecadar R$ 20 mil para as adapta&ccedil;&otilde;es e o tratamento.&nbsp;

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&ldquo;A recupera&ccedil;&atilde;o e retomada dos movimentos &eacute; lenta, leva de meses a anos, com muita fisioterapia. Os custos pra montar essa estrutura s&atilde;o bem elevados (cama hospitalar, equipamentos, itens de higiene, auxiliar de enfermagem, fisioterapia), e, em tempos de pandemia, a classe art&iacute;stica quase toda sofre um baque financeiro sem precedentes com as atividades suspensas&rdquo;, detalhou a banda em uma publica&ccedil;&atilde;o em suas redes sociais. Os interessados em ajudar, podem acessar a campanha de financiamento coletivo lan&ccedil;ada por Felipe Dieder (<a href="https://www.vakinha.com.br/vaquinha/campanha-para-a-recuperacao-de-rejane" target="_blank">clique aqui</a>).

Com metade dos integrantes em S&atilde;o Paulo e outra em Salvador, a banda baiana Maglore se re&uacute;ne virtualmente nesta quinta-feira (28), a partir das 20h, em uma live oficial no Instagram do grupo. No repert&oacute;rio, um apanhado de can&ccedil;&otilde;es dos quatro discos da banda formada por Teago Oliveira (voz e guitarra), Felipe Dieder (bateria), Lucas Oliveira (baixo e voz) e Lelo Brand&atilde;o (guitarras e synth).

 
A transmiss&atilde;o vai funcionar com uma din&acirc;mica rotativa, comandada por Teago, que recebe os demais m&uacute;sicos para um bate-papo, atrav&eacute;s de seus perfis pessoais. &quot;A live vai ser descontra&iacute;da mesmo! Vamos tocar m&uacute;sicas que fazem parte da hist&oacute;ria da banda, conversar entre a gente e responder algumas curiosidades da galera. Queremos tratar do assunto de como lan&ccedil;ar m&uacute;sicas novas nesse cen&aacute;rio&quot; explica o cantor.&nbsp;

Notícia

Após cinco anos do primeiro disco, Maglore anuncia show com formação antiga

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