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Marca Bahia Notícias

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"Foi uma espécie de morte", diz Pitty sobre baixista que processou banda

"Foi uma espécie de morte", diz Pitty sobre baixista que processou banda
Foto: Divulgação
A roqueira baiana Pitty, que atualmente realiza a turnê nacional de seu mais novo disco, “Setevidas”, deu declarações bastante íntimas em entrevista à revista TPM nesta semana. A cantora contou que as canções do álbum têm muito a ver com os anos que precederam a produção do disco. Em 2012 e 2013 ela viveu momentos de dor intensa, com episódios de ruptura, doença, morte e traição, mas segundo a artista, "Na Bahia, a gente diz: ‘O que não mata engorda’. É um clichê, mas uma verdade. O que não me destruiu, me fortaleceu. É por isso que esse trabalho é uma espécie de vômito. Eu precisava expurgar tudo o que me aconteceu". Pitty contou que em 2012 as coisas estavam difíceis com o grupo que a acompanhava. "As coisas estavam bagunçadas e também não pintava muito show. Banda é igual a casamento, chega uma hora que a gente escolhe se separar pra ver se gosta mesmo um do outro.", lembrou. Naquela época ela deu um tempo e lançou, ao lado de Martin, guitarrista de sua banda o projeto “Agridoce”. O disco, no entanto, não tornou mais leve o ano de 2013, quando a cantora teve uma experiência de “quase morte”. A letra de “Sete Vidas”, que dá nome ao seu mais novo CD, relata a sua passagem pela UTI. "Era um mar vermelho, me arrastando do quarto pro banheiro’’, diz a música. "Achei que era uma menstruação forte. Quando dei por mim, estava tendo um choque hemorrágico. Perdi muito sangue, tive que fazer transfusões e usar um cateter na veia do pescoço”, revelou Pitty.
 
Depois de sair do hospital e passar por meses de tratamento com um endocrinologista a cantora descobriu que sofria de hipotiroidismo, e entendeu o porquê de ter ganhado peso. "O corpo fala. Doença autoimune é o corpo pedindo socorro, falando com você", comentou a cantora sobre a doença, mas a lição que ficou foi suficiente para que ela mudasse hábitos alimentares e perdesse 10kg. Mas não foi só do corpo que ela cuidou, após o episódio Pitty passou a fazer psicanálise junguiana, e aprendeu a lidar com suas fragilidades e o Transtorno de Ansiedade, que foi diagnosticado há dois anos. "Não podia carregar o mundo nas costas, ou corria o risco de somatizar. A ansiedade, no meu caso, vem da obsessão pelo controle. Desde muito nova tive que tomar as rédeas da minha vida e não pude contar com ninguém. Mas nem tudo está nas minhas mãos. Tive uma lição de humildade". A maré de acontecimentos tenebrosos teve ponto forte com a morte de Peu Souza, amigo e guitarrista de sua banda por muitos anos, poucos meses depois que a cantora teve alta médica. O episódio rendeu inspiração para a música "Lado de lá", que tem versos como "Quem sabe a dor venceu. Pra que essa pressa de embarcar?", a respeito do suicídio do amigo. Ainda em 2013, pouco tempo depois da morte de Peu, Pitty viveu mais um momento complicado, quando Joe Gomes, seu ex-baixista, a processou por direitos trabalhistas. "Nunca imaginei que ele faria isso. Pra mim, foi uma espécie de morte, mesmo que simbólica", disse ela a respeito do fato.