Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias
Você está em:
/
Artigo

Artigo

O Problema dos Ecossistemas de Startups

Por Luis Gaban

O Problema dos Ecossistemas de Startups
Foto: Divulgação

Uma das fontes de frustração e descontentamento em uma comunidade startups é a adoção de: “muito cimento e pouco conhecimento”.

 

Isso decorre da ideia de que criando mais estruturas, teremos comunidades de startups mais vibrantes e com melhores resultados. SIM, precisamos de mais capital, mais centros de inovação, mais aceleradoras. Porém, esse pensamento linear pressupõe que um aumento de insumos críticos (recursos como capital e infraestrutura) irá aumentar as saídas desejadas (startups) e os resultados (criação de negócios com alto valor agregado). Só que não é assim que funciona.

 

O mais importante é ter uma densidade de pessoas determinadas, líderes com visão inovadora para o empreendedorismo e em busca de criar empresas intensivas em conhecimento. 

 

Em geral, o número absoluto de startups, estruturas físicas e investidores não é preditivo de resultados bem-sucedidos, você sabe disso né? Isso significa que esses fatores não importam? Não! Claro que importam. Mas eles não são suficientes.

 

O que diferencia as regiões empreendedoras é como esses fatores se integram formando um ecossistema que promove a colaboração, a inclusão e uma mentalidade empreendedora.

 

As pessoas tentam copiar o Vale do Silício, o problema é que não colocam em prática as lições certas. Os criadores do Vale do Silício não pensaram construir a região mais inovadora do mundo, ela surgiu por causa do que e do como fizeram as coisas por lá. O diferencial foi uma cultura de abertura, colaboração e compromisso com a região acima dos interesses individuais de pessoas, empresas ou instituições. 

 

O sucesso do Vale do Silício veio do comportamento dos líderes, cuja visão se disseminou para que um padrão inovador emergisse quase que por acidente. O resto veio depois, sem um plano central para fazer tudo acontecer. 

 

Essa ideia de criar infraestrutura física pode parecer certa no curto prazo, pois dá para ver as coisas acontecendo na sua frente (prédios, centros, hubs.) Mas, sem uma visão de longo prazo, sem ter pessoas engajadas e motivadas a realizar inovação para o mercado, essa de ter somente estruturas como sendo “o tudo”, decepciona. Iniciativas que tentam promover a inovação  sem o foco em desenvolver o entorno social, estão fadadas ao fracasso. 

 

Então avalie algumas coisas aí na sua cidade: o quão bom vocês estão fazendo? Estão tirando o máximo da infraestrutura que já tem? O que pode ser feito para melhorar as interações governo, indústria e academia? Existe mesmo um ecossistema de inovação? Os atores do ecossistema de inovação estão engajados e integrados produtivamente? 

 

As respostas não virão da adição de estruturas, mas da ativação e transformação de pessoas, com um foco especial na cultura da inovação e no estímulo a mentalidade empreendedora.

 

*Luis Gaban é diretor de Inovação da Prefeitura de Salvador

 

*Os artigos reproduzidos neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do Bahia Notícias