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Usina de processamento de lixo gera renda, emprego e sustentabilidade

Por Josemar Souza Santos

Usina de processamento de lixo gera renda, emprego e sustentabilidade
Foto: Acervo pessoal

Neste momento em que se inicia processo eleitoral para escolha do próximo governador da Bahia, trazemos este texto, como  um caminho para que a cidade do Salvador, capital da Bahia, sua zona de influência, além das mais populosas cidades do interior do estado possam dar um destino mais racional ao seu lixo domiciliar e comercial, que não sejam os aterros sanitários e os maléficos lixões a céu aberto, que inclusive pelo marco do saneamento básico tem prazos para serem extintos.

 

Salvador hoje destina grande parte do lixo gerado por sua população para os aterros sanitários, pelos menos a parte recolhida, pois é notória a deficiência dos serviços de limpeza pública na nossa cidade, principalmente nos bairros periféricos, onde resíduos se acumulam durante dias.

 

Mesmo sendo uma opção lastreada em critérios técnicos, o aterro sanitário está longe de ser o método ideal de destinação do lixo doméstico e hospitalar.

 

As células que compõem o aterro ocupam uma área física de grandes dimensões, geralmente estão próximas dos centros urbanos para facilitar a logística do transporte do resíduo; que por sua vez são saturadas muito rápido, em virtude do crescimento populacional, em consequência, há necessidade frequente de ampliação de sua infraestrutura.

 

Mesmo seguindo todos os protocolos para preparação dessas áreas, não temos dúvidas que alguma quantidade de resíduos irá escapar, se infiltrando no subsolo contaminando o lençol freático.

 

Sobre os lixões existentes em grande parte das cidades do interior baiano, não temos o que comentar, apenas repetindo que se torna uma ação criminosa contra os princípios básicos de cidadania e da declaração universal dos direitos humanos, considerando que o marco de saneamento estabeleceu prazo para extinguir esta prática.

 

O que propomos é a construção de uma moderna usina de reciclagem de lixo na área do Complexo Industrial de Camaçari, aproveitando a estrutura já existente de empresas misturadoras de fertilizantes minerais, que receberia todo o material gerado em Salvador e Região Metropolitana.

 

Por ser uma cidade situada em zona tropical, o lixo produzido em nossa capital é composto em grande parte de resíduos orgânicos, a exemplo de frutas como: cocos, mangas, jacas, cajus, melancias, bananas, bagaço de cana, também como os frutos do mar, que são gerados pelo consumo gastronômicos dos soteropolitanos, podem ser transformados em fertilizante natural, cujo preço de mercado é bem superior ao insumo produzido por processo químico.

 

Metais, vidros, papéis, plásticos, pneus seriam nessa usina segregados e unitizados para serem vendidos e repassados para respectivas indústrias processadoras, o que incentivaria a economia circular. Esta segregação de resíduos já acontece em Salvador numa escala menor, mas não o processamento.

 

Um capítulo importante pode ser dedicado ao descarte de produtos eletrônicos, que na planta da usina teria tratamento diferenciado, com separação de peças, componentes e metais pesados, direcionados para processamento específico.

 

A legião de catadores de material a ser reciclado, que vive de forma degradante, revirando contêineres de lixo ou lixões seria priorizada nos postos de trabalhos gerados pela usina, após prévio cadastramento e treinamento.

 

As cidades com maior densidade populacional que se localizam fora do eixo da região metropolitana, a exemplo de Ilhéus, Juazeiro e Vitoria da Conquista teriam usinas baseadas em estudo de viabilidade, que seriam alimentadas com lixo compactado oriundos das cidades circunvizinhas.

 

A relação custo benefício de um evento dessa natureza representa inúmeras vantagens no campo social, econômico e ambiental.

 

Para concretizar e viabilizar um empreendimento de tamanha magnitude deve-se contar com apoio financeiro do estado, dos municípios, capital privado que pode ser o detentor da tecnologia e recursos de instituições financeiras de países onde a preservação do meio ambiente tenha prioridade, sem mencionar que o estado se tornaria uma referencia internacional no conceito de sustentabilidade.

 

O resultado financeiro proveniente da operação advinda da usina seria aplicado uma parte em melhoria dos processos operacionais e o restante em atividades ligadas a projetos governamentais de preservação do meio ambiente.

 

Ressaltamos que a viabilidade de um projeto dessa grandeza passa pela vontade politica e conscientização da sociedade em preservar a vida, a existência e o futuro.

 

*Josemar Souza Santos é economista

 

*Os artigos reproduzidos neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do Bahia Notícias