Carreiras UniFTC: O que é o movimento global Imperative 21 e o que você tem a ver com ele
por Alessandra Calheira

O movimento Imperative 21 é uma coalisão global que visa envolver mais de 72 mil empresas em 80 países, influenciando cerca de 18 milhões de trabalhadores. Tem como principal objetivo redefinir o atual modelo capitalista e isso não é pouca coisa! A meta é despertar nas empresas o compromisso de promover um sistema econômico capaz de privilegiar todas as partes envolvidas em um negócio (stakeholders) e não apenas os acionistas, como vem acontecendo há décadas em todo o mundo. Entre outros dados publicado pelos organizadores, um chama demasiadamente a atenção: apenas 26 pessoas detêm metade da riqueza de toda humanidade. Evidente que não dá para vivermos mais assim.
A campanha de lançamento do movimento foi feita no final do ano passado, depois que a pandemia do novo coronavírus evidenciou que estamos, realmente, no fundo do poço. "A Pandemia de COVID-19 escancarou o pensamento das pessoas sendo vistas como mercadorias e não como seres humanos, tratados com dignidade, respeito e como parte integrante dos ativos da empresa", disse Rebecca Henderson, professora na Harvard Business School.
Uma das estratégias elaboradas pelo movimento é oferecer recursos para que líderes empresariais possam promover mudanças estruturais e na narrativa cultural sobre o papel dos negócios e finanças na sociedade. De forma simplista, mudanças estruturais envolvem valores, crenças, hábitos - ou seja, um conjunto de fatores que terminam por moldar a cultura nas mais diversas sociedades. Isso quer dizer que, mesmo com esforço de organizações e até empresas bem intencionadas, a eficácia de ações verdadeiramente transformadoras depende de pessoas. Depende de mim e de você.
Você se sente preparada ou preparado para ser de fato a mudança que quer no mundo, como diria Gandhi? Você aproveitou esse tempo de quarentena para rever seu eu, se livrar do que não lhe serve e batalhar para construir algo novo e positivo em sua vida? De que forma esse seu “eu” se conecta com o mundo? Como você se comporta em relação a diversidade e a sustentabilidade, por exemplo? Como tem visto a luta dos negros e das mulheres para conquistar lugares de poder na sociedade? O que sente intimamente sobre a presença dos LGBTQIA+ nas organizações? Como você se enxerga tendo que tomar decisões que, eventualmente, envolvam grupos minorizados? Conhece os seus vieses inconscientes? Tem criado estratégias efetivas para lidar com cada um deles? E sobre consumo? Quais os critérios que utiliza para fazer escolhas de compras? Com quais empresas está associando o seu dinheiro e energia? Tem feito o que para reduzir resíduos? Poderia passar aqui horas e horas fazendo perguntas que, eu desejo, leve você a uma reflexão. Algo que possa fazer por você e pelo nosso mundo.
Eu falo com o coração sobre aquilo que acredito e que tenho buscado praticar em minha vida de forma mais intensa. Mas também penso de forma menos altruísta acreditando que as empresas precisarão das pessoas transformadas para fazer o que tem que ser feito. Não adianta mentir. Não adianta fingir. Não adianta mais colocar a sua melhor roupa para uma entrevista. O que precisamos mostrar tem que vir de dentro. Desejo que você tenha sempre o que mostrar para esse novo mundo e que as empresas estejam abertas a acolher.
*Alessandra Calheira é Líder do Setor de Carreiras da Rede FTC
*Os artigos reproduzidos neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do Bahia Notícias
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