Carreiras FTC: O autoconhecimento e as terapias cognitivas
“Conhece-te a ti mesmo”, disse Sócrates! Mas afinal, o que é autoconhecimento? Para a psicologia, o autoconhecimento refere-se ao olhar do indivíduo para si, para o seu eu. Um olhar cuidadoso, guiado pelo psicólogo através de diversas ferramentas e técnicas, que se diferem conforme a linha de abordagem.
Nas abordagens cognitivas, por exemplo, o paciente passa por uma avaliação e conceitualização cognitiva para que o psicólogo identifique o seu funcionamento, que é peculiar, levante hipóteses diagnósticas e trace o plano de intervenção apropriado.
Para que se tenha um resultado eficaz e duradouro, o psicólogo trabalha a ressignificação das crenças disfuncionais e, para isso, encoraja o paciente a identificá-las e a expressá-las através de manejo clínico e técnicas cognitivas e comportamentais, incluindo treino em habilidades sociais e resolução de problemas.
A psicoeducação e a aceitação são intervenções de extrema importância para o autoconhecimento. Na medida em que o paciente compreende e aceita as causas de seu funcionamento desadaptativo tende a empenhar-se mais no processo psicoterapêutico e, consequentemente, a desenvolver mudanças.
O psicólogo também encoraja o paciente a identificar e vivenciar as emoções: precisamos sentir tristeza, raiva, nojo, alegria, medo, felicidade angústia, enfim, precisamos sentir emoções. E o curioso disso tudo é que quando o paciente atinge um determinado nível de autoconhecimento, ele se permite viver as emoções e automaticamente as regula.
Desta forma, um dos papéis do psicólogo cognitivo está relacionado ao trabalho de prevenção de recaída objetivando que o paciente passe a ser o seu próprio terapeuta e, portanto, assuma o controle do seu eu, conhecendo-se a si mesmo.
* Daniela Ladeira Reis é Psicóloga Cognitiva e docente do curso de Psicologia na FTC
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