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Artigos

Jorge Khoury
Empreender na indústria: oportunidades para fortalecer a Bahia
Foto: Dario Neto, ASN/BA

Empreender na indústria: oportunidades para fortalecer a Bahia

A produção industrial baiana registrou crescimento de 2,1% em janeiro deste ano, em comparação com dezembro de 2023, demarcando seu papel fundamental para a economia do estado. Este crescimento e cenário expandem horizontes para os diversos pequenos negócio do setor. O percentual indica um caminho positivo que pode se confirmar com o perfil inovador da nossa indústria, além da impulsão a toda a cadeia produtiva com a chegada de empreendimentos como a montadora BYD a Camaçari.    

Multimídia

Adolpho Loyola diz que Rui Costa não deve tentar o governo em 2026: “O ministro está com outras tarefas no Governo Federal”

Adolpho Loyola diz que Rui Costa não deve tentar o governo em 2026: “O ministro está com outras tarefas no Governo Federal”
Sobre o cenário de 2026, Adolpho Loyola repercutiu a informação ventilada nos bastidores de que o ex-governador e atual ministro da Casa Civil, Rui Costa, poderá disputar novamente o governo da Bahia. “É natural que o candidato seja Jerônimo. O ministro está com outras tarefas, com a tarefa de coordenar o governo federal e ele tem feito isso: tem coordenado o PAC, tem puxado para si responsabilidades, ele tem cuidado disso e está limpando a pauta para o presidente Lula”, frisou.

Entrevistas

Zó afirma que seu nome segue no páreo em Juazeiro e dispara: “Eu quero que Roberto Carlos me apoie”

Zó afirma que seu nome segue no páreo em Juazeiro e dispara: “Eu quero que Roberto Carlos me apoie”
Foto: Max Haack / Bahia Notícias
Nascido Crisóstomo Antônio Lima, em Xique-Xique, o deputado estadual Zó (PCdoB) está no 3º mandato na  Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA).

marcos do val

Senado justifica pedido de destruição de provas em celular, diz colunista
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

O Senado justificou o pedido feito por sua assessoria jurídica para destruição de conteúdo do celular de Marcos do Val, apreendido em junho de 2023. De acordo com a nota, o pedido se refere a elementos que possam incriminar outros senadores e pretende “zelar pela observância das prerrogativas parlamentares”.

 

O pedido foi feito em novembro ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito do inquérito que investiga os atos de 8 de Janeiro.

 

Moraes é relator do caso e do inquérito que apura se Do Val mentiu ao alegar, em depoimento à Polícia Federal (PF), ter sido coagido por Jair Bolsonaro para participar de um plano de golpe de Estado. As informações são do Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias.

 

“Que sejam imediatamente inutilizados ou destruídos todos os documentos e as informações que tenham relação com senadores da República que não constem do rol de investigados nos autos do Inquérito nº 4.923 e da Pet nº 10.975 deste Supremo Tribunal Federal, a fim de serem preservadas as imunidades parlamentares constantes do art. 53 da Constituição, bem como o rol de liberdades fundamentais dessas autoridades”, diz a petição assinada pelo advogado-geral do Senado, Thomaz Henrique Gomma de Azevedo.

Depois de Marcos do Val anunciar filiação ao PSDB, Direção Nacional veta ingresso do senador no partido
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Em nota divulgada no final da tarde desta quinta-feira (21), a Direção Nacional do PSDB informou que não reconhece a filiação do senador Marcos do Val ao partido, e que caso ela tenha sido realmente efetivada, será indeferida. A filiação foi anunciada pela assessoria do senador Marcos do Val, e a ficha teria sido chancelada pelo líder do PSDB, senador Izalci Lucas, em encontro do gabinete do parlamentar capixaba. O partido, entretanto, desautorizou o líder no Senado.

 

“A Direção Nacional do PSDB foi surpreendida com notícia referente a pedido de filiação do senador Marcos do Val e comunica que, caso venha a ocorrer, encaminhará o seu indeferimento”, disse a nota divulgada pelo PSDB.

 

O comunicado divulgado pela assessoria de imprensa do senador Marcos do Val afirmava que a troca de partido estaria sendo realizada em comum acordo com a presidente do Podemos, deputada Renata Abreu, e o presidente do PSDB, governador Eduardo Leite. O comunicado dizia ainda que os dois partidos se uniriam em um novo bloco. 

 

“Em comum acordo com o Podemos e a anuência da presidente nacional da legenda, deputada Renata Abreu, o senador Marcos do Val aceitou o convite para passar a compor a bancada do PSDB no Senado Federal.  Com essa nova composição, ele passará a liderar o novo e maior bloco parlamentar da oposição a ser formado entre os dois partidos, que contará com nove senadores.  O convite foi recebido pelo senador Marcos do Val como uma consequência do seu trabalho no Senado na oposição ao atual governo federal”, afirmou o comunicado da assessoria do senador Do Val.

 

A filiação do senador capixaba foi articulada pelo líder da bancada do PSDB, senador Izalci Lucas, que também preside o diretório tucano no Distrito Federal. Integrantes da Executiva Nacional do partido, entretanto, avaliaram que Izalci não teria prerrogativa para chancelar a filiação de Marcos do Val.

 

O PSDB perdeu neste ano dois dos quatro senadores que haviam começado a atual legislatura no partido: Mara Gabrilli (SP) foi para o PSD e Alessandro Vieira (SE), para o MDB. Por conta de ter reduzido sua bancada a apenas dois senadores, o PSDB estava ameaçado de perder o gabinete de sua liderança, considerado um dos mais privilegiados do Senado, por sua localização no Salão Azul e tamanho das salas. 

 

De acordo com regra estabelecida pela Mesa Diretora do Senado, apenas partidos com três ou mais senadores têm direito a manter uma sala de liderança com cargos, além de outros benefícios. Ao PSDB foi dado um ultimato até esta sexta (22) para atingir a marca de três senadores, sob pena de perder o gabinete da liderança. Outros partidos inclusive já teriam manifestado ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSDB-MG), a disposição de assumirem o espaço caso se concretize a saída do PSDB. 

 

O site oficial do Senado já apresenta o nome do capixaba Marcos do Val como parlamentar da bancada do PSDB, e não mais do Podemos. Os senadores Marcos do Val e Izalci Lucas ainda não se pronunciaram sobre a decisão da Direção Nacional do PSDB.
 

Marcos do Val se filia ao PSDB e ajuda tucanos a não perderem gabinete privilegiado no Senado
Foto: Assessoria Marcos do Val

O senador Marcos do Val, do Espírito Santo, anunciou na tarde desta quinta-feira (21) a sua filiação ao PSDB. A troca do senador do Podemos para o berço tucano foi sacramentada em um encontro com o líder do PSDB, senador Izalci Lucas (DF). Do Val já aparece na listagem da Mesa Diretora como senador do PSDB. 

 

A troca de partido foi feita de modo apressado por conta do fim do prazo que o PSDB tinha para conseguir um terceiro senador que lhe garantisse benefícios, tais como a manutenção de uma sala de liderança. Segundo regra do Senado, apenas partidos com três ou mais senadores têm direito a manter uma sala de liderança com cargos, além de outros benefícios. 

 

O gabinete da Liderança do PSDB no Senado é considerado um dos mais privilegiados e cobiçados na Casa. O amplo complexo de salas fica ao lado do gabinete da Secretaria Geral da Mesa, e é a única liderança que está instalada no Salão Azul do Senado, com distância de apenas alguns passos do Plenário. Já havia, inclusive, uma briga nos bastidores entre líderes de partidos que desejavam ocupar o gabinete, caso o PSDB não conseguisse manter o endereço.

 

Em comunicado divulgado por sua assessoria, já que suas redes sociais estão bloqueadas por decisão do ministro Alexandre de Moraes, o senador Marcos do Val afirmou que junto com sua troca, o Podemos e o PSDB se alinharão em um novo bloco, que contará com nove senadores. Atualmente os dois partidos faziam parte do bloco “Democracia”, o maior da Casa, com 31 senadores (de Podemos, PSDB, MDB, União Brasil e PDT). 

 

“Em comum acordo com o Podemos e a anuência da presidente nacional da legenda, deputada Renata Abreu, o senador Marcos do Val aceitou o convite para passar a compor a bancada do PSDB no Senado Federal.  Com essa nova composição, ele passará a liderar o novo e maior bloco parlamentar da oposição a ser formado entre os dois partidos, que contará com nove senadores.  O convite foi recebido pelo senador Marcos do Val como uma consequência do seu trabalho no Senado na oposição ao atual governo federal”, diz o comunicado da assessoria do senador Do Val.

 

Após a filiação de Marcos do Val, o líder do PSDB, Izalci Lucas, disse que o senador capixaba "trará mais uma voz de peso nos debates e votações importantes da Casa para o país”.

 

Apesar de a assessoria do senador Marcos do Val ter dito que o novo bloco seria o maior de oposição, essa posição, na verdade, continuará sendo privilégio do bloco "Vanguarda". Formado por senadores do PL e do Novo, o bloco "Vanguarda" possui 12 parlamentares, mais do que os nove que estarão no novo bloco Podemos-PSDB, além de ser claramente oposicionista.

Em mensagens de WhatsApp Senador dizia estar “trabalhando para prender Moraes”
Foto: Marcos Oliveira / Agência Senado

A Polícia Federal (PF) interceptou mensagens de WhatsApp em que um senador Marcos do Val (Podemos-ES) diz ter atuado para prender o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O diálogo foi obtido pela coluna de Paulo Cappelli do portal Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias.

 

O aparelho foi apreendido no âmbito do inquérito do STF que apura suposto planejamento de golpe de Estado por parte do senador Marcos do Val, de Bolsonaro e do ex-deputado Daniel Silveira. Foi com base nas mensagens encontradas no telefone interceptado que investigadores da PF pediram a prisão de Do Val a Alexandre de Moraes, em junho.

 

Em dois de fevereiro, uma pessoa identificada como “Elmo” enviou uma mensagem a Do Val às 11h24: “O que precisar de nós é só falar. Se precisar estar aí com vc, é só falar. Tamo junto na alegria e na tristeza”.

 

O senador responde: “Estou há dois anos trabalhando para prender Alexandre de Moraes”. Pouco depois, Elmo encerra: “Batalha dura”. Segundo apurou a coluna, o interlocutor seria irmão de Do Val.

 

“Olha os relatórios do que provocamos na imprensa Brasileira em um único dia! Superou as expectativas, e a primeira fase foi concluída. Essa missão foi provocar a imprensa e a sociedade para pedir aos seus representantes no Congresso as assinaturas para a abertura da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) sobre o dia 08 de janeiro!”, escreveu Do Val no fim da tarde do dia 25 de fevereiro.

 

Na troca de mensagens, continuou o senador. “Disse que não imaginava que faria isso e os generais não paravam de ligar para ele, para dizer que descobriram as minhas ações e parabenizando. Disse que a CPMI irá dar início ao fim do Lula e Xandão. Lula acredito que conseguimos impeachment, o Xandão vai perder a força e vai mergulhar”.

 

Neste momento da conversa, Do Val não detalha a Humberto quem seria o sujeito por trás do verbo “disse”. Na sequência, Do Val finaliza: “Bolsonaro está muito feliz. E impressionado de eu ter feito tudo sozinho”.

 

“AFASTAMENTO DO MINISTRO”

No pedido de prisão preventiva de Marcos do Val feito a Alexandre de Moraes, policiais citaram suposta tentativa do senador de atrapalhar as investigações. No celular apreendido, a PF destacou mensagens enviadas pelo parlamentar ao senador Sergio Moro e ao deputado Eduardo Pazuello explicando como pretendia afastar Moraes do inquérito dos atos golpistas.

 

Os investigadores relatam que Do Val compartilhou com os dois parlamentares uma cópia de sua oitiva à Polícia Federal: “Esse meu depoimento, eu incluo o ministro AM [Alexandre de Moraes] e tecnicamente ele é obrigado a sair da relatoria dos Atos antidemocráticos”, diz uma primeira mensagem.

 

Em seguida, Do Val continua: “Temos que passar para os influenciadores que o Senador do Val abriu o caminho para o afastamento do ministro e para o impeachment do Lula”.

 

Em nenhum momento, a PF aponta qualquer irregularidade por parte de Moro ou Pazuello no referido caso.

 

“NÚCLEO DURO NA PGR”

Um outro diálogo destacado pela PF faz referência ao procurador-geral da República, Augusto Aras. No relatório, os investigadores afirmaram que Do Val dizia a interlocutores ter um “núcleo duro” na Procuradoria-Geral da República para dar “início a ações criminais contra Moraes”.

 

A Polícia Federal, contudo, pontuou que os diálogos com integrantes da PGR passaram longe de retratar qualquer relação de proximidade.

 

“Em nenhum momento foram identificadas mensagens que possam traduzir a formação de uma espécie de equipe entre o Senador e a PGR, a fim de tomarem alguma medida contra o Ministro Alexandre de Moraes. Na verdade, nas conversas com esses interlocutores, Do Val envia o mesmo repertório de mensagens que encaminha para uma variedade de contatos”, diz a PF no relatório enviado ao ministro do STF.

 

“Não há sequer resposta ou diálogos que permitam demonstrar proximidade entre Do Val e os Procuradores da República sobre o assunto. Augusto Aras, por exemplo, reserva-se no direito de responder Do Val em mais de uma vez com a mensagem: ‘Prerrogativas de Senador hão de ser defendidas pelo Senado'”.

Em depoimento à PF, Marcos do Val admite que mentiu sobre contato com 'inteligência americana'
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

O  senador Marcos do Val (Podemos) admitiu ter mentido em conversa com o ex-deputado federal Daniel Silveira sobre contato com o serviço de inteligência norte-americana. A revelação foi feita durante depoimento nesta quinta-feira (20) à Polícia Federal (PF). As informações são do O Globo.

 

Em uma conversa do WhatsApp, do Val disse que informou a agentes estrangeiros sobre um suposto plano para gravar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). No entanto, aos investigadores ele reconheceu que foi apenas um blefe para justificar ganhar tempo para informar ao magistrado sobre a trama golpista.

 

A Silveira, Marcos disse que foi necessário fazer o relato à "inteligência americana" devido à “outra função” que exercia — do Val afirma com frequência que já foi instrutor da Swat, grupo de elite da polícia dos EUA. "É possível que do Val tenha dito tal afirmação apenas como um “blefe”, diz trecho do relatório da PF.

 

A conversa entre Do Val e Silveira aconteceu entre 13 e 14 de dezembro do ano passado.

 

Do Val deu depoimentos contraditórios e passou a ser investigado, sendo alvo de uma operação da PF que cumpriu mandados de busca e apreensão. Ele pediu licença do mandato no Senado. 

Bolsonaro confirma reunião com Marcos do Val em depoimento à PF, mas nega plano para espionar Moraes
Foto: Reprodução

O ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL) prestou depoimento à Polícia Federal (PF) durante a tarde desta quarta-feira (12) e confirmou que se reuniu com o senador Marcos do Val (Podemos-ES). Contudo, o ex-presidente negou um suposto plano para gravar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

 

"Nada foi tratado [na reunião], não tinha nenhum plano, naquela reunião de aproximadamente 20 minutos, para alguém gravar o Alexandre de Moraes. Por que eu ia articular alguma coisa com o senador? O que tratou a reunião? Nada", disse Bolsonaro após o depoimento em conversa com jornalistas.

 

Segundo a Folha de São Paulo, o ex-presidente chegou por volta das 13h40 e entrou pela garagem nos fundos do prédio, sem falar com a imprensa. Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação da Presidência, afirmou que o depoimento durou aproximadamente 35 minutos.

 

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O plano golpista relatado por Do Val foi detalhado em uma série de mensagens atribuídas a Daniel Silveira. Segundo o senador, esse plano seria executado em dezembro passado e consistiria em gravar Moraes sem autorização e, depois, impedir a posse do hoje presidente Lula (PT).

Troca de mensagens com Alexandre de Moraes e Bolsonaro expõe "golpe" de Marcos do Val
Foto: Reprodução

As mensagens encontradas pela Polícia Federal no telefone celular do senador Marcos do Val, do Podemos do Espírito Santo, revelam o parlamentar fazendo um chamado "jogo duplo" na cúpula dos poderes da República em torno de uma suposta trama para deflagrar um golpe de estado destinado a anular as eleições presidenciais de 2022.

 

Ao mesmo tempo que falava com o próprio Bolsonaro e trocava mensagens com o ex-deputado Daniel Silveira para tratar do plano, que previa gravar o ministro Alexandre de Moraes e abrir caminho para o que seria uma intervenção militar no país, do Val mantinha o próprio ministro do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral a par de cada passo que dava. As informações foram publicadas nesta quarta pelo Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias.

 

Se de um lado o senador tratava com Daniel Silveira e se reunia com Bolsonaro traçando o plano para derrubar Alexandre e anular as eleições, de outro ele delatava ao ministro, quase que em tempo real, que o então presidente da República e o deputado cassado estavam tentando cooptá-lo para colocar em marcha o estratagema.

 

O plano que tinha o senador como personagem central envolvia a tentativa de flagrar eventuais inconfidências do ministro sobre o processo eleitoral. O próprio Marcos do Val encontraria o ministro e, equipado com aparelhos de escuta, o gravaria. O teor da gravação, de acordo com plano mirabolante gestado nas hostes bolsonaristas, seria a base para que militares alinhados ao bolsonarismo anulassem a eleição, decretassem uma intervenção no país e evitassem a posse de Lula.

 

De acordo com a reportagem do Metrópoles, com base nas mensagens, é difícil delinear o que era real e o que era devaneio na trama. Mas as tratativas envolveram trocas de mensagens e ao menos uma reunião com Bolsonaro e, ao mesmo tempo, contatos múltiplos entre o senador que seria pivô do plano golpista e o ministro. É um retrato bem acabado do caos brasileiro que, ao mesmo tempo, mistura intriga e traição e desvela o jogo em torno do poder em Brasília.

 

Confira abaixo os principais pontos da trama, de acordo com o relatório da Polícia Federal que buscou reconstituí-la a partir das mensagens capturadas no WhatsApp de Marcos do Val.

 

OS PRIMEIROS CONTATOS
A partir de 6 de dezembro de 2022, o ex-deputado federal Daniel Silveira procura o senador Marcos do Val. Queria falar pessoalmente sobre um plano que, dizia, tinha potencial para mudar os rumos da história do país. “Você tem nas mãos uma oportunidade única”, escreveu Silveira ao senador capixaba. “Uma pessoa importante pediu que fale com você”, insistiu. “Você tem algo nas mãos que salva o Brasil, literalmente”, acrescentou. Os dois finalmente conversam. Silveira reitera a importância da tal missão: “Irmão, essa missão está restrita a três pessoas e só irá ficar, provavelmente, com mais cinco após concluída. Cinco estrelas”.

 

ALEXANDRE INFORMADO JÁ DESDE O INÍCIO
Ainda no dia 7 de dezembro, Marcos do Val manda mensagem para Alexandre de Moraes. “Boa tarde ministro! Ontem o Daniel Silveira me procurou. Me passou uma situação contra a democracia extremamente preocupante. Mas o melhor é te repassar pessoalmente. Fico em Brasília até sexta-feira. O Bolsonaro que pediu para ele me procurar”, escreveu o senador. Moraes responde: “Se quiser passar aqui no Salão Branco (do STF) no intervalo da sessão hoje às 16h30 podemos conversar”. O senador ainda envia ao ministro, no mesmo dia, prints das mensagens que havia recebido de Daniel Silveira. “Para guardar”, escreveu. “Ótimo”, responde Alexandre um minuto depois.


"O OBJETIVO É MESMO DERRUBAR O PRESIDENTE LULA"
Já no dia 8 de dezembro, Marcos do Val relata ao ministro que Daniel Silveira havia ido ao encontro dele, nas proximidades do Congresso Nacional, e telefonado para Jair Bolsonaro. Na ligação, o então presidente teria pedido para falar com o senador. “Bom dia, ministro. Ontem à noite estava no plenário (do Senado) e o Daniel Silveira foi até a mim e lá fora ligou para o Bolsonaro. Bolsonaro pediu para falar comigo e me perguntou se poderia encontrar com ele hoje no fim da tarde. O objetivo é mesmo derrubar o presidente Lula. Quando sair da reunião, faço contato”, escreveu Marcos do Val.

 


"AÇÃO JÁ DESENHADA E PRONTA PARA IMPLEMENTAR"
Ao mesmo tempo, as tratativas de Marcos do Val com Daniel Silveira prosseguem. Os dois se falam o tempo todo por mensagem. Estão de prontidão para o tal encontro com Bolsonaro. Silveira se mostra animado. ”Após isso ser feito (referindo-se à missão), será um acontecimento histórico. Todos serão levados às posições que devem estar. De heróis e de traidores. A sua estará definida e marcada como um herói, só”, diz o deputado cassado, tentando animar o senador, que responde: “O importante é a missão ser um sucesso!”. Pouco antes, Daniel Silveira explicou: “(Você) precisa entender: caso o objetivo (gravar Alexandre) seja alcançado em situação de aceitar a missão, o conteúdo não será publicizado ou utilizado de forma midiática. Será única e exclusivamente para pautar, com total integralidade (sic), a ação a ser tomada que já está desenhada e pronta para implementar”. Do Val faz perguntas que, pelo teor, tinham por objetivo entender se a missão estava amparada pelas forças militares.

 

O ENCONTRO COM BOLSONARO
Marcos do Val e Daniel Silveira combinam de se encontrar para, então, seguirem juntos até Bolsonaro. O ponto de encontro é um estacionamento entre o Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente, e o Palácio da Alvorada. De lá, um carro iria apanhá-los e levá-los ao então presidente. A operação é cercada de cuidados. “Encaminhei a localização, mas tu não entra, não… Não entra no Alvorada… E nem chega perto da entrada… Tu não vai aparecer, não. Vai parar o carro no estacionamento que eu vou te mandar a localização… Eu vou estar ali já. E o carro vai vir buscar a gente”, alertou Daniel Silveira por meio de um áudio. Não fica claro se a conversa com Bolsonaro se deu no Alvorada ou um pouco mais longe dali, na Granja do Torto, residência de campo da Presidência (Marcos do Val, ao se referir posteriormente a esse encontro, diz várias vezes que ele ocorreu na Granja). Pelas mensagens, a conversa com Bolsonaro durou menos de uma hora.

 

"ESCUTAS USADAS PELAS OPERAÇÕES ESPECIAIS"
Já depois do encontro com Bolsonaro, Daniel Silveira envia mensagens ao senador dando mais detalhes do plano. “Como tivemos pouco tempo, não passei o que entendo como diretriz para que você adapte à sua maneira. Contudo, já tenho escutas usadas pelas operações especiais. Tenho veículo receptor que pode imediatamente reproduzir além da gravação e essa operação ficar restrita a um círculo de 5 pessoas. Três estavam sentadas hoje conversando juntos”, diz o ex-deputado, ainda tentando encorajar o senador. Ao mencionar as três pessoas que haviam conversado naquele dia, Silveira se referia, por óbvio, a ele próprio, a Marcos do Val e a Bolsonaro. “Vou fazer a minha análise de risco e na segunda-feira voltamos a falar”, responde o senador. “Claro, contudo, não há riscos. Uma vez que o objetivo for alcançado, estará resolvida a questão. Caso não extraia nada (da tentativa de gravação de Moraes), é descartado o conteúdo e ninguém saberá. Não sei se compreendeu a magnitude desta ação. Ele define, literalmente, o futuro de toda a nação”, prossegue Silveira, quase como um líder terrorista arregimentando um seguidor para lançar-se como homem-bomba.

 

"RESPALDO DE PESSOAS MUITO IMPORTANTES"
Daniel Silveira faz um pedido adicional a Marcos do Val: “Insisto em dizer que é uma oportunidade ímpar e peço não comente com absolutamente ninguém. Mesmo com esposa e qualquer familiar ou conselheiro. Essa é uma ação que somente você e seu consciente devem analisar”. Sem apontar exatamente quem, o ex-deputado diz ainda que o senador, no plano, estaria respaldado por gente importante. “Você tem a palavra e o respaldo de pessoas muito importantes e relevantes que decidiram não participar da conversa para não exporem ou assustarem. No entanto, estão todos em uma esperança sem precedentes, pois somente com você o cenário da missão é possível, pois existe uma brecha aberta que não irá se abrir a ninguém”, emenda. A brecha aberta, no caso, era a possibilidade de Marcos do Val falar com Alexandre de Moraes e poder gravá-lo.

 

ALEXANDRE SEMPRE A PAR
Não se sabe exatamente quem estava traindo quem, mas, no mesmo dia, Marcos do Val segue firme na toada de manter Alexandre de Moraes informado de cada passo da tal operação aloprada. “Saí agora da reunião… Amanhã às 18:00 estarei retornando para o estado e volto para Brasília na próxima terça-feira”, escreve o senador, via WhatsApp, para Alexandre de Moraes. Ele envia também um print ao ministro onde se lê: “Se aceitar a missão, parafraseando o 01, salvamos o Brasil”. Como não houve resposta, no dia seguinte pela manhã, o senador reforça a mensagem para Alexandre: “Bom dia, ministro! Esqueci de dizer que essa mensagem acima é do Daniel Silveira, após o encontro com o presidente”.

 

SEGREGO DE POLICHINELO
A despeito do pedido de Daniel Silveira para guardar segredo, Marcos do Val compartilha o plano com assessores e também num grupo de “amigas”. Ele se gaba do papel que teria na história, ora se colocando como uma peça que ajudaria o bolsonarismo, ora se vendendo, como boa dose de megalomania, como alguém que passaria a ter os dois lados da política nacional nas mãos. “A missão entrará para a história do Brasil/mundo”, escreve num grupo com assessores. Em outro grupo, intitulado “Amigas para a eternidade”, ele diz: “Acabei de sair da Granja do Torto (residência do presidente). Ele me chamou com urgência e me pediu uma ajuda em uma missão para o Lula não ser empossado”.


Em 9 de dezembro, Marcos do Val escreve para Bolsonaro: “Bom dia, presidente! Foi um grande prazer estar com você ontem. Dá para ver no seu olhar um desejo impressionante de ajudar o Brasil. Desta lista que você me enviou (refere-se a uma lista que Bolsonaro havia enviado com nomes de políticos que estariam sob risco de ficar inelegíveis em razão de ligações com os atos antidemocráticos), só o Magno Malta (também bolsonarista e também senador pelo Espírito Santo) que não consigo gostar. É uma pessoa que está sempre aproveito (sic) do sofrimento alheio para se sobressair. Enfim… Independente de qualquer situação, estarei ombreado com você. Durante os últimos 4 anos, não fiquei mais próximo porque eu sei que isso sufoca e não queria trazer mais trabalho”. Bolsonaro é curto na resposta: “Um abraço”.


Em mais um lance do complicado jogo duplo que estava fazendo, ainda em 9 de dezembro Marcos do Val escreve novamente para Alexandre de Moraes. Desta vez, ele diz ao ministro que o plano incluía não só afastá-lo das funções no STF, mas também prendê-lo. Desta vez, o senador procura tirar o peso do papel de Bolsonaro no plano. Joga a maior parte da responsabilidade em Daniel Silveira. Escreve o senador: “Boa noite, ministro! Desculpa incomodá-lo no seu horário de descanso. Acabei de pousar no meu estado, só retorno para Brasília na próxima terça-feira. Mas preciso adiantar uma parte do encontro que considero de alto grau de importância. Quem está fazendo toda movimentação com objetivo de levá-lo à perda da função de ministro e até ser preso, é o DS (Daniel Silveira). O PR (presidente da República) não está fazendo nenhum movimento neste sentido. O DS que está tentando convencê-lo, dizendo ao PR que eu conseguiria adquirir as peças fundamentais para que a missão fosse um sucesso. Para dar mais tempo de saber como proceder diante desse sensível assunto, falei que voltaríamos a conversar na próxima semana. Toda conversa foi na Granja e entrei junto com o DS sem precisar me identificar. Não sujaria o meu nome e a minha honra, compactuando com essa missão. Sou um democrata ferrenho e um admirador da sua coragem em prol do Brasil. Os detalhes de como seria essa missão posso te passar pessoalmente ou da forma que achar melhor”.


Três dias depois, Marcos do Val volta a escrever para a Alexandre. Reitera que gostaria de vê-lo para falar do encontro com Bolsonaro e Daniel Silveira. Diz que os dois haviam lhe pedido “uma ação esdrúxula, imoral e até criminal”. O ministro se dispõe a recebê-lo. Diz que estava em Brasília e que, no fim de semana, iria para São Paulo. Marcos do Val então envia novos prints de conversas com Daniel Silveira e, em 13 de dezembro, confirma para o dia seguinte um encontro presencial com Alexandre no Salão Branco do STF.


No mesmo dia 13, logo cedo, Daniel Silveira chama Marcos do Val. Por mensagem, avisa que estava a caminho de Brasília e que gostaria de encontrá-lo para “fechar aquela conversa”. Era para, supostamente, acertar a execução do plano de gravar Moraes. Do Val demora na resposta. Quando finalmente responde, o dia já estava no fim. É quando o senador dá uma resposta que a PF, na análise do relatório, considerou “estranha”: “Devido a outra função que exerço, tive que reportar para a inteligência americana” (leia mais aqui). Um dia depois, em uma curta mensagem, Marcos do Val diz a Daniel Silveira que não toparia a empreitada. “Irmão, vou declinar da missão.” Silveira responde: “Entendo… obrigado”.


Nos dias próximos à publicação da entrevista em que denunciou na revista Veja a suposta trama golpista (depois, voltou atrás e tentou desdizer a denúncia), Marcos do Val se gaba do que havia contado aos repórteres. No tal grupo de amigas, ele escreve: “Sexta-feira vai explodir uma bomba no Brasil”. Dizendo acreditar que suas “revelações” poderiam resultar na prisão de Bolsonaro e de Daniel Silveira, ele escreve ainda: “A matéria vai sair como um senador que evitou um golpe de estado”. E mais, indicando o que poderia ser sua intenção com o jogo duplo: “Estou com a bomba na mão para destruir Bolsonaro e outra para destruir o Lula”. Ao mesmo tempo, o senador procura tanto Alexandre Moraes quanto Jair Bolsonaro para dar explicações – a cada um conta uma história diferente, diga-se. Para Alexandre, em 30 de janeiro deste ano, disse que a revista tinha tido acesso às mensagens trocadas com Daniel Silveira e o havia procurado para falar do assunto. “A respeito daquele assunto do Daniel e Bolsonaro pedirem para ajudá-los no golpe de estado (…) a Veja teve acesso às conversas do Daniel e contextualizei para eles a minha ida até vossa excelência, para relatar os fatos.” Para Bolsonaro, ele relata ter sido procurado pelos jornalistas para falar do encontro que tivera em dezembro com Daniel Silveira e com o então presidente e procura justificar o fato de ter levado o assunto a Alexandre. Também compartilha prints, mas, espertamente, só aqueles nos quais tirava o peso do papel de Bolsonaro no plano golpista. E atribui o vazamento da história a Flávio Dino, ministro da Justiça de Lula. A resposta de Bolsonaro, curta, é curiosa e sintetiza a trama em seus diferentes aspectos, qualquer que tenha sido a intenção dos envolvidos. “Coisa de maluco”, limita-se a dizer o já ex-presidente.

Alegando razões de saúde, Marcos do Val anuncia saída da CPMI e indica Marcos Rogério para seu lugar
Foto: Reprodução internet

Em nota divulgada à imprensa nesta quarta-feira (21), o senador Marcos do Val anunciou, por meio de sua assessoria, que está se afastando da comissão parlamentar mista de inquérito do 8 de janeiro. Segundo a nota, o senador decidiu pelo afastamento por recomendações médicas, após sentir um mal-estar em seu gabinete na noite desta terça, quando foi atendido pelo serviço médico do Senado. 

 

De acordo com a assessoria do senador capixaba, a junta médica que o atendeu recomendou a ele que se licenciasse imediatamente das suas atividades parlamentares para cuidar da saúde. Ainda não se sabe o que causou o mal-estar (o próprio Do Val disse ter tido um pico de pressão alta), e ele deve passar por exames nos próximos dias. 

 

O senador foi indicado para a CPMI como membro do Bloco Parlamentar Democracia, que reúne parlamentares do PDT, MDB, PSDB, Podemos e União Brasil. Marcos do Val foi substituído na comissão pelo senador Marcos Rogério (PL-RO), que não faz parte do mesmo bloco. O nome do senador Marcos Rogério já consta como membro titular no site oficial do colegiado.

 

“A sua atuação combativa na CPMI dos atos de 8 de janeiro também não será comprometida, pois a condição estabelecida pelo senador Marcos do Val para licenciar-se foi ser substituído como titular pelo ilustre senador Marcos Rogério (PL-RO), que mesmo não sendo do seu partido que é detentor da vaga na CPMI, é conhecido pela defesa dos ideais conservadores e do Brasil. O senador Marcos do Val não tem dúvidas de que a atuação do senador Marcos Rogério dará continuidade ao trabalho ferrenho que realizou para que a CPMI fosse, enfim, instalada”, disse a nota da assessoria do senador capixaba.

 

“O senador Marcos do Val buscará restabelecer a sua saúde o mais breve possível, para então voltar às suas atividades parlamentares com ânimo e combatividade renovados”, concluiu o texto da nota.

 

Nos corredores do Congresso, parlamentares se perguntavam se continuaria válida a aposta feita por Marcos do Val com o senador Jorge Kajuru (PSB-GO), no final do mês de maio. Na ocasião, no Plenário, o senador capixaba disse que iria provar, na CPMI, que o presidente Lula sabia de antemão que aconteceriam atos de vandalismo nos prédios dos três poderes no dia 8 de janeiro. Kajuru apostou que Lula não sabia dos atos de vandalismo, e apertou a mão de Marco do Val, afirmando que quem perdesse a “aposta”, teria que renunciar ao mandato. 

 

Ainda não se sabe se Kajuru irá cobrar a aposta feita com Marcos do Val, durante sessão plenária.

Governistas pediram que Marcos do Val fosse impedido de atuar na CPMI do 8 de janeiro, mas Arthur Maia não atendeu
Foto: Edilson Rodrigues/ Agência Senado

Antes do início da oitiva do ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, na CPMI do 8 de janeiro, a bancada de senadores e deputados ligados ao governo apresentou requerimento com pedido para que o senador Marcos do Val (Podemos-ES) seja substituído como membro da comissão. Marcos do Val foi alvo de operação da Polícia Federal na última quinta-feira (15), autorizada pelo STF, e segundo alegou a bancada governista, o senador não pode participar de investigações sobre o 8 de janeiro na posição de investigado por participar da elaboração de planos golpistas. 

 

O requerimento foi apresentado por 16 membros da CPMI, e incluiu o deputado André Fernandes (PL-CE), que também está sendo investigado pelo STF por estimular os atos de vandalismo no dia 8 de janeiro. O presidente da CPMI, Arthur Maia, indeferiu o requerimento, com alegação de que não cabe a ele substituir membros da comissão. 

 

Ao falar depois da decisão do deputado Arthur Maia, o senador Marcos do Val voltou a falar que está sofrendo perseguição por parte do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Do Val disse que ao apreender o seu telefone celular, a Polícia Federal quebrou o sigilo de diversas conversas mantidas por ele com senadores e deputados, inclusive os da CPMI.

Marcos do Val, no Plenário, acusa Alexandre de Moraes de quase ter causado o fim do seu casamento
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Em seu retorno ao Senado após ser alvo, na semana passada, de operação da Polícia Federal autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o senador Marcos do Val subiu à tribuna do Plenário nesta segunda-feira (19) para se defender e fazer acusações ao ministro Alexandre de Moraes e ao ministro da Justiça, Flávio Dino. Marcos do Val, em um discurso de mais de meia hora, disse que Alexandre de Moraes, a quem chamou de “serial killer da Constituição”, autorizou a operação no dia do seu aniversário para constrangê-lo, e quase teria levado a sua esposa a pedir o divórcio.

 

“A operação planejada, arquitetada e minuciosamente pensada para acontecer no dia do meu aniversário foi realiza sob a cobertura de um forte aparato policial, equipado como uma operação contra criminosos de alta periculosidade. Com o uso de fuzis, inclusive, adentraram em minha residência com objetivos não muito claros, além do constrangimento do senador da República e dos policiais que estavam cumprindo a ordem. Ver a Polícia Federal, um delegado, que é um subordinado direto do ministro da Justiça, fazendo e assinando uma decisão como essa, totalmente arbitrária, contra um senador da República, por estar fazendo o seu papel de fiscalizar o Executivo e o Judiciário, a família, claro, foi penalizada. Quase que, naquele dia, no meu aniversário, a minha esposa saiu de casa. Ela pediu o divórcio na quinta-feira. Eu falei para ela que não seguirei mais sozinho”, disse Marcos do Val.

 

No seu pronunciamento, o senador capixaba fez um longo relato do que ele considera serem os principais motivos que levaram o STF a autorizar a operação, entre eles, o fato de tentar convocar a depor na CPMI do 8 de janeiro o ministro Alexandre de Moraes e o ministro Flávio Dino. Do Val também pediu ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que assegure a inviolabilidade das prerrogativas constitucionais de todos os senadores.

 

“Faço aqui um alerta: ao levar o meu computador pessoal e o celular do Senado Federal, abriu-se um precedente institucional; ou seja, todos os senadores que mantiveram algum contato comigo, desde o início do meu mandato, de alguma maneira também passaram a estar expostos. Mas tenho a certeza de que o Senado, sob o comando do Presidente Rodrigo Pacheco, irá assegurar a inviolabilidade das prerrogativas constitucionais de todos os Senadores e, além disso, creio que irá igualmente defender o Senado Federal. Afinal, cercearam e amordaçaram um senador da República sem os trâmites legais”, afirmou.

 

Ao mesmo tempo em que tentava se defender no Plenário, o senador Marcos do Val via avançar no Conselho de Ética do Senado a representação apresentada contra ele pelos senadores Randolfe Rodrigues (Sem Partido-AP) e Renan Calheiros (MDB-AL). O presidente do Conselho, Jayme Campos, solicitou à Advocacia Geral do Senado uma análise jurídica sobre a admissibilidade da petição. 

 

A representação protocolada na última sexta-feira (16) por Randolfe Rodrigues e Renan Calheiros solicita a cassação do mandato do senador Marcos do Val. Os senadores citam a operação da Polícia Federal contra do Val, e mencionam outros fatores que justificariam uma eventual quebra de decoro por parte do senador, como o fato de ter divulgado, em suas redes sociais, documentos sigilosos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). 

 

Randolfe e Calheiros citam ainda a reunião entre Marcos do Val, Daniel Silveira e o então presidente Jair Bolsonaro, em que teria sido discutida uma tentativa de grampear o ministro Alexandre de Moraes, além da criação de diversas versões para justificar a divulgação dessas informações. 

 

“O senador Marcos do Val parece desprezar a Constituição Federal, tornando-a uma simples folha de papel, a ser manejada de acordo com o seu bel-prazer e de acordo com seus interesses puramente egoísticos e patrimonialistas, os quais são sabidamente golpistas. Afinal, qual seria o interesse do senador Marcos do Val em afastar o ministro Alexandre de Moraes dos inquéritos que apuram os gravíssimos e aviltantes atos antidemocráticos e os atos de espalhamento de fake news? Será que pretende proteger alguém, garantindo uma impunidade absurda e uma carta em branco para a prática delituosa?”, questionaram os dois senadores na representação.

Moraes determina novo depoimento de Bolsonaro sobre plano golpista
Foto: Reprodução/ Redes Sociais

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou nesta sexta-feira (16) que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) dê um novo depoimento à Polícia Federal (PF).

 

A nova conversa, que será a quarta, é referente aos desdobramentos envolvendo as investigações sobre suposta participação do senador Marcos do Val (Podemos) sobre um esquema golpista.

 

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Em fevereiro, Do Val acusou Bolsonaro e o ex-deputado Daniel Silveira de propor um plano de golpe de Estado. Além do ex-presidente, vão ser ouvidos o próprio Do Val e Daniel Silveira.

 

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Ontem, a PF cumpriu um mandado de busca e apreensão em todos os endereços do senador, a mandado de Moraes, que investigação por suspeita da prática dos crimes de falso testemunho, denunciação caluniosa e coação.

Otto Alencar defende que Marcos do Val seja processado no Conselho de Ética, “porque a psiquiatria não deu jeito”
Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Em mensagem divulgada nas suas redes sociais nesta sexta-feira (16), o senador Otto Alencar (PSD-BA), disse que Marcos do Val (Podemos-ES) já devia estar sendo julgado no Conselho de Ética do Senado. Marcos do Val foi alvo de uma operação de busca e apreensão da Polícia Federal autorizada pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes, para apurar suspeita da prática dos crimes de falso testemunho, denunciação caluniosa e coação.

 

“Por falta de ética, por faltar com a verdade, por participar do apoio à tentativa de golpe, por ter me gravado na CPI da COVID sem autorização, Marcos do Val já deveria estar sendo julgado no Conselho de Ética do Senado Federal, até porque a psiquiatria não deu jeito”, disse o senador baiano.

 

O caso lembrado por Otto Alencar aconteceu em 2021, no período em que funcionava no Senado a CPI da Covid. Otto acusou o senador Marcos do Val de ter gravado, sem autorização, uma ligação entre eles, na qual conversaram sobre o efeito do uso de ivermectina e cloroquina em tratamentos médicos.

 

Otto Alencar se lembra que, à época, Marcos do Val divulgou um áudio editado e descontextualizado da ligação, alegando que o senador baiano estava defendendo o chamado “tratamento precoce” para pessoas contaminadas por Covid-19. Otto disse que chegou a ligar para Do Val para cobrar explicações, e teria perdoado a atitude do colega de Senado.

 

Entretanto, em fevereiro deste ano, Otto Alencar já havia defendido que Marcos do Val sofresse processo no Conselho de Ética do Senado, para apurar a participação do senador capixaba em uma tentativa de golpe com conhecimento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A trama golpista que envolveu Marcos do Val, Bolsonaro e o então deputado federal Daniel Silveira foi denunciada no mês de janeiro pela revista Veja. A ideia era gravar escondido o ministro Alexandre de Moraes com o objetivo de extrair dele alguma declaração que permitisse ao grupo algum tipo de iniciativa para anular as eleições de 2022.

 

“É preciso que dê em alguma coisa. Eu defendo que se abra imediatamente um procedimento no Conselho de Ética. Ele precisa se explicar”, sustentou durante entrevista, em fevereiro, o senador Otto Alencar. 

 

O parlamentar baiano é membro do Conselho de Ética, e nesta semana foi sorteado para ser o relator de uma representação contra o senador Jorge Kajuru (PSB-GO). A denúncia contra Kajuru foi apresentada pelo ex-senador Luiz do Carmo, que acusa o senador de divulgar informações falsas sobre parlamentares do estado de Goiás.

 

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Investigadores encontraram "armadilhas" em celular de Marcos do Val
Foto: Marcos Oliveira/ Agência Senado

Ao extrair mensagens arquivadas no telefone celular do senador Marcos do Val (Podemos-ES), entregue pelo parlamentar à Polícia Federal (PF) durante depoimento prestado em fevereiro passado, os policiais constataram que ele tinha o costume de enviar mensagens "não solicitadas e sem sentido" a seus contatos. Segundo fontes do caso, era uma forma de criar álibis ou montar acusações forçadas, já considerando que o aparelho poderia ser apreendido.

 

Há mensagens assim envolvendo, inclusive, o plano golpista que, no início do ano, ele disse publicamente ter arquitetado junto com o ex-presidente Jair Bolsonaro. A confusão feita por Marcos do Val — ao que tudo indica, de propósito –, dificulta até mesmo uma conclusão sobre o real nível de envolvimento de Bolsonaro na trama golpista relatada pelo senador. As informações foram publicadas nesta sexta-feira (16) pelo Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias.

 

“A análise dos dados poderia tanto levar à conclusão de que Bolsonaro é totalmente culpado ou inocente”, disse uma fonte a par do esquadrinhamento feito pela PF nas mensagens encontradas no celular do parlamentar.

 

Em entrevista à revista Veja, no início do ano, Marcos do Val relatou um suposto plano no qual ele tentaria gravar inconfidências do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), durante uma reunião privada para, depois, usar a gravação como argumento para anular as eleições. Na ocasião, o senador afirmou ter discutido previamente a estratégia com o próprio Bolsonaro.

 


Em uma conversa com outra fonte ligada ao caso, um interlocutor exemplificou a prática do senador contando ter recebido dele uma mensagem agradecendo por uma suposta reunião ocorrida no dia anterior. Só que o encontro nunca existiu. “As pessoas já sabiam da prática e nem respondiam”, disse a fonte.

 

As mudanças bruscas em declarações públicas, que contrastavam inclusive com as que foram prestadas no depoimento à PF logo após a entrevista sobre o plano golpista, levaram os investigadores a acreditar que Marcos do Val estava atrapalhando as investigações de forma consciente.

 

Nos últimos meses, a PF reuniu indícios que poderiam levar à prisão do senador, por tentar criar obstáculos para a apuração do suposto plano golpista que tinha Moraes como alvo. Os policiais chegaram a solicitar ao ministro a prisão ou o afastamento do parlamentar, mas ele decidiu ordenar apenas a busca e apreensão. O mandado foi cumprido na tarde desta quinta-feira.

Moraes determina busca e apreensão em endereços de Marcos do Val
Foto: Agência Senado

A Polícia Federal cumpre na tarde desta quinta-feira (15) um mandado de busca e apreensão em todos os endereços do senador Marcos do Val (Podemos-ES), no dia em que completa 52 anos.


O ministro Alexandre de Moraes determinou a abertura de investigação contra o senador em fevereiro para investigar a suspeita da prática dos crimes de falso testemunho, denunciação caluniosa e coação.

 

Em fevereiro deste ano, Marcos deu quatro versões diferentes. Durante uma live nas redes sociais, ele afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tentou convencê-lo a dar golpe de estado. No outro dia, o senador recuou da acusação direta e disse que Bolsonaro "só ouviu" o plano do ex-deputado federal Daniel Silveira e disse que iria pensar a respeito.

 

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Em entrevista à Revista Veja, o parlamentar citou uma suposta tentativa de Bolsonaro e aliados de articular um plano para tentar comprometer Alexandre de Moraes, também a mando de Silveira.

 

O senador ainda disse a jornalistas, que o ex-presidente esperava seu posicionamento sobre a suposta trama para grampear o magistrado. 

 

Para Moraes as alegações podem estar configurados os crimes de golpe de Estado e de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

 

Além da busca e apreensão, a conta do Twitter do senador também foi retida. Já a do Instagram, até o fechamento desta matéria, continua ativa.

 

Ao Bahia Notícias, a assessoria afirmou que o senador "não vai se pronunciar ainda".

VÍDEO: Dino ironiza questionamentos de Marcos do Val: “Se o senhor é da SWAT, eu sou dos Vingadores”
Foto: Pedro França/Agência Senado

“Se o senhor é da SWAT, eu sou dos Vingadores”. Essa foi uma das respostas dadas pelo ministro da Justiça, Flávio Dino, ao senador Marcos Do Val, durante audiência na Comissão de Segurança Pública do Senado na manhã desta terça-feira (9). O senador apresentou um vídeo na comissão com entrevista de Flávio Dino, na qual o ministro falou como foi o enfrentamento aos atos do dia 8 de janeiro. 

 

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Marcos Do Val afirma reiteradamente que o ministro sabia o que iria acontecer em Brasília naquele dia. Senador licenciado, Dino, em resposta a Do Val, disse que o colega de Casa tem um comportamento obsessivo em relação a ele, e que sempre estará à disposição para responder aos questionamentos de forma democrática, para que “a verdade sempre vença”.

Curtas do Poder

Ilustração de uma cobra verde vestindo um elegante terno azul, gravata escura e língua para fora
Enquanto a equipe do Ferragamo se esforça pra deixar a eleição mais acirrada, o Vice ainda busca quem vai ficar na vice. Mas a gente sabe que, no fim, política é quase um esquema de pirâmide. O bom de ano eleitoral é que o povo se anima. O ruim é que o povo se empolga além da conta. Já quem não vai disputar eu tô achando meio fraco. Né, Adolfinho? Saiba mais!
Marca Metropoles

Pérolas do Dia

Jaques Wagner

Jaques Wagner
Foto: Maurício Leiro / Bahia Notícias

“Quem colocou ele na cadeira está gostando”.

 

Disse o senador e líder do governo, Jaques Wagner (PT) ao comentar sobre a avaliação do ministro Rui Costa (PT) entre os deputados federais. 

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