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Bahia ainda carece de espaços para tratamento de pessoas com autismo

Por Marcos Maia

Bahia ainda carece de espaços para tratamento de pessoas com autismo
Foto: Reprodução / Revista Gambiarra
Lembrado com atenção especial no dia 2 de abril, em virtude de um dia dedicado a sua conscientização, o autismo - distúrbio do desenvolvimento que prejudica a capacidade de se comunicar e interagir - ainda carece de espaços destinados ao tratamento e auxílio de pacientes na Bahia. "Como existem poucas possibilidades de tratamento, a criança com a síndrome acaba ficando algum tempo em nível de espera para começar a terapia, e acaba tendo uma perda no processo de reabilitação", explica Rogério Gomes, coordenador do centro Pestalozzi de Reabilitação, localizado no bairro da Ribeira, em Salvador. Ele estima que 85% das crianças atendidas na unidade administrada pela Fundação José Silveira (FJS), com idades que variam entre três e sete anos, sofrem com o transtorno de desenvolvimento caracterizado pela inabilidade para interagir socialmente e dificuldade no domínio da linguagem, além da apresentação de comportamento restritivo e repetitivo. Esses indivíduos recebem atendimento multidisciplinar gratuito no centro. "Na terapia a gente busca sempre trabalhar a questão funcional da criança, sua autonomia. Nessas oficinas complementares o paciente vai efetivamente praticar tudo que ela está aprendendo na terapia. O paciente convive com outras crianças, trabalhando a interação e o respeito aos indivíduos. Essas atividades são o que possibilitam a socialização dessa criança”, conta. Os indivíduos atendidos podem praticar atividades como capoterapia (capoeira com fins terapêuticos) e dança.  Gomes também ressalta que esses exercícios são fundamentais para desenvolver e manter as habilidades dessas crianças. “Quanto mais precocemente a criança começa a ser atendida, maiores são as chances do tratamento ser efetivo", adverte. A unidade também promove suporte psicológico e social direcionado aos pais e responsáveis dessas crianças. “A chegada de uma criança com autismo é um impacto muito grande para a família. O autismo na maioria das vezes vem com um conjunto de alterações muito grandes, dentre elas, por exemplo, a hiperatividade", avalia. O especialista explica que o transtorno ainda tem causas desconhecidas. “Existem várias linhas de pesquisa. O que se tem confirmado hoje é que existe um componente genético. A criança nasce na verdade com uma pré-disposição ao autismo. Desenvolver ou não essa pré-disposição, acredita-se que esteja ligado a algum outro fator desconhecido", ressalta. Os primeiros sintomas costumam surgir a partir dos dois anos de idade, ficando muito evidente por volta dos três anos, quando o indivíduo começa a ter mais autonomia para buscar contato e interações.  "A criança ri muito pouco, por exemplo. Uma criança com autismo raramente sorri. Ou quando ela sorri, normalmente é em uma situação descontextualizada", exemplifica. Outro sintoma comum, de acordo com o especialista, é o olhar fixo e por longos instantes em um determinado objeto. “Por outro lado, a troca de olhares é muito raro na criança com autismo, olhar fixo no olhar de outra pessoa", salienta.