‘Quem viver muito terá câncer de próstata’, crava urologista sobre doença no futuro
Por Bruno Luiz
Urologista Juarez Andrade | Foto: Reprodução/ TVE
O especialista afirmou também que o cenário de combate e tratamento do câncer de próstata na saúde pública baiana não é muito animador e questiona, ainda, os dados sobre a enfermidade no estado. “Nem todo mundo consegue um acesso fácil aos especialistas. Os números da Bahia não são muito confiáveis. São 70.000 por ano no Brasil. Na Bahia, cerca de 3.500 novos casos por ano. Quando a gente coloca com relação à população, entendemos que este número é subestimado. A população negra tem uma incidência maior e tem chances maiores de ter uma doença mais agressiva. Avaliação periódica é ainda mais importante em negros”, destacou. De acordo com o coordenador do Núcleo de Urologia do Hospital da Bahia, o aumento da expectativa de vida da população e, consequentemente, dos homens, deve se refletir também na incidência do número de casos da doença no mundo. “Quem viver muito terá câncer de próstata. Nós temos um número expressivo de pessoas que, todo ano, vão sofrer com a doença. O aumento da expectativa criou a possibilidade de mais homens adquirirem a doença. Há um aumento expressivo no diagnóstico. Nós temos que solucionar os casos de pessoas que terão expectativa de vida longa”, revelou. Ainda segundo o urologista, apesar da evolução no tratamento da doença, o grande desafio enfrentado pela área está na eficácia da prevenção. “Aprendemos a fazer diagnóstico precoce e adequado. Aprendemos identificar hábitos de vida que podem evitar o câncer de próstata, mas ainda não conseguimos evitar o surgimento do câncer, não evoluímos na prevenção”, pontuou. Apesar das dificuldades no combate ao câncer de próstata, o especialista destaca que a ciência busca novas formas de aumentar a eficácia do tratamento e diagnóstico da doença. “A urologia vem tentando arduamente substituir os exames utilizados atualmente, mas não são totalmente precisos. Há casos de câncer que não podem ser identificados em estágio inicial. A gente procura exames menos invasivos, substituir o exame de toque, de sangue. Há substâncias na urina que podem identificar o câncer se utilizar esses exames”, explicou. Em Salvador, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) oferecerá serviços de saúde gratuitos durante a campanha “Novembro Azul”, ampliando o alcance da iniciativa.