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‘Quem viver muito terá câncer de próstata’, crava urologista sobre doença no futuro

Por Bruno Luiz

‘Quem viver muito terá câncer de próstata’, crava urologista sobre doença no futuro
Foto: Divulgação
O câncer de próstata é a segunda doença que mais mata homens no Brasil, perdendo apenas para o câncer de pele, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Só este ano, 3.450 novos casos da enfermidade devem ser registrados na Bahia, de acordo com a Secretaria da Saúde estadual (Sesab). Na capital baiana, de janeiro a outubro de 2015, 165 homens morreram em decorrência da doença, segundo levantamento da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). A alta letalidade e incidência da doença no sexo masculino é fruto da falta de prevenção da enfermidade, que, se diagnosticada precocemente, pode ser curável em até 90% dos casos. Para conscientizar a população masculina sobre a importância de se prevenir do tumor maligno da próstata, foi lançada a campanha internacional “Novembro Azul”. De acordo com o coordenador do Núcleo de Urologia do Hospital da Bahia, Juarez Andrade, o preconceito dos homens com o exame de toque, um dos mais eficazes na detecção da doença, ainda continua sendo um dos principais empecilhos na prevenção do câncer de próstata no Brasil. “O preconceito diminuiu expressivamente. Apenas um terço dos homens fez este exame esse ano, segundo dados de 2014. É um número baixo. Preocupação com masculinidade, que, de jeito nenhum, é cabível. É um exame indolor e rápido”. O especialista destaca, ainda, que a realização de exames preventivos é essencial para diagnosticar a enfermidade ainda na fase inicial, quando é assintomática, já que as chances de cura em estágios avançados é quase nula. “Na fase inicial da doença, o paciente não tem sintomas. Quando o paciente nos procura, por algum sintoma, quase que a totalidade dos pacientes já tem a doença disseminada. Não conseguimos curar ninguém com a doença disseminada. Na maioria das vezes, diagnosticamos em exames de rotina, na fase inicial”, explicou. Andrade relembra que homens na faixa entre 45 e 59 anos e pacientes com registros de casos da doença na família devem se submeter à avaliação urológica periodicamente.



Urologista Juarez Andrade | Foto: Reprodução/ TVE

O especialista afirmou também que o cenário de combate e tratamento do câncer de próstata na saúde pública baiana não é muito animador e questiona, ainda, os dados sobre a enfermidade no estado. “Nem todo mundo consegue um acesso fácil aos especialistas. Os números da Bahia não são muito confiáveis. São 70.000 por ano no Brasil. Na Bahia, cerca de 3.500 novos casos por ano. Quando a gente coloca com relação à população, entendemos que este número é subestimado. A população negra tem uma incidência maior e tem chances maiores de ter uma doença mais agressiva. Avaliação periódica é ainda mais importante em negros”, destacou. De acordo com o coordenador do Núcleo de Urologia do Hospital da Bahia, o aumento da expectativa de vida da população e, consequentemente, dos homens, deve se refletir também na incidência do número de casos da doença no mundo. “Quem viver muito terá câncer de próstata. Nós temos um número expressivo de pessoas que, todo ano, vão sofrer com a doença. O aumento da expectativa criou a possibilidade de mais homens adquirirem a doença. Há um aumento expressivo no diagnóstico. Nós temos que solucionar os casos de pessoas que terão expectativa de vida longa”, revelou.  Ainda segundo o urologista, apesar da evolução no tratamento da doença, o grande desafio enfrentado pela área está na eficácia da prevenção. “Aprendemos a fazer diagnóstico precoce e adequado. Aprendemos identificar hábitos de vida que podem evitar o câncer de próstata, mas ainda não conseguimos evitar o surgimento do câncer, não evoluímos na prevenção”, pontuou. Apesar das dificuldades no combate ao câncer de próstata, o especialista destaca que a ciência busca novas formas de aumentar a eficácia do tratamento e diagnóstico da doença. “A urologia vem tentando arduamente substituir os exames utilizados atualmente, mas não são totalmente precisos. Há casos de câncer que não podem ser identificados em estágio inicial. A gente procura exames menos invasivos, substituir o exame de toque, de sangue. Há substâncias na urina que podem identificar o câncer se utilizar esses exames”, explicou. Em Salvador, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) oferecerá serviços de saúde gratuitos durante a campanha “Novembro Azul”, ampliando o alcance da iniciativa.